ESTRUTURA DE CAPITAL E COMPETITIVIDADE SETORIAL EM EMPRESAS LISTADAS NA B3 DURANTE A CRISE DO COVID-19

Autores

  • Gabrielly Mendes Costa UFMG
  • Juliano Lima Pinheiro UFMG
  • Wagner Moura Lamounier
  • Valéria Gama Fully Bressan

DOI:

https://doi.org/10.34629/ufpe-iscal/1982-3967.2022.v16.e-022011

Palavras-chave:

Estrutura de capital, Endividamento, COVID-19, Competitividade, Setor

Resumo

O objetivo deste trabalho é avaliar a influência da crise sanitária da COVID-19 e da competição de mercado dos diferentes setores na estrutura de capital das empresas brasileiras. Apoiado nas teorias de trade-off e pecking order, utilizou-se uma amostra de empresas brasileiras listadas na B3, referente ao 2° trimestre de 2018 ao 1° trimestre de 2022. As variáveis determinantes da estrutura de capital utilizadas foram: rentabilidade, tamanho, tangibilidade, composição dos ativos, crescimento, a proxy de competitividade, foi medida pelo índice de Herfindahl-Hirschman e a Dummy da crise COVID-19. O método empregado devido à presença de heterocedasticidade e autocorrelação, foi a regressão por Mínimos Quadrados Generalizados Factíveis. Os resultados apoiaram as dinâmicas de endividamento frente ao pecking order, onde com maiores retornos tendem a precisar menos de captação de recursos externos e ao trade-off, mostrando que a relação com maior tangibilidade e firmas maiores geralmente têm maiores facilidades em conseguir financiamentos. Sobre a crise da COVID-19, conclui-se que ela teve influência positiva analisada pelo setor de mercado. A pesquisa contribui para um melhor entendimento das estruturas de capital frente ao trade-off e pecking order e a crise sanitária da COVID-19.

Biografia do Autor

Gabrielly Mendes Costa, UFMG

  

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Publicado

09.03.2023

Edição

Seção

Chamada Especial: “A Utilidade da Informação Contábil na Perspectiva de Utilizadores Internos e Externos”