VIVER DA MORTE NO CEMITÉRIO SANTA IZABEL (PA) E NO CEMITÉRIO SENHOR DA BOA SENTENÇA (PB)

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.34629/ric-ijar/1982-3967.2023.v17.e-023019

Mots-clés :

Antropologia da Morte, Estudos Cemiteriais, Dia dos Mortos/Finados, Pandemia

Résumé

Este artigo aborda a economia mortuária ou gestão econômica da morte durante e pós-pandemia de Covid-19 em duas cidades cemiteriais localizadas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, analisando os modos de prática, comércio e sociabilidade no Dia de Finados nos Cemitérios Santa Izabel (PA) e Senhor da Boa Sentença (PB). Diante das semelhanças e particularidades observadas nessas duas regiões e cemitérios na mesma data, objetivamos compreender o processo de visitar os mortos, destacando os aspectos sociais e econômicos relacionados a esse dia. Intuindo destacar os elementos que constituem o mundo social do cemitério, examinamos questões como o mercado dentro e fora dos muros. Para tanto, correlacionando teoria e método, em um movimento que dinamiza a experiência etnográfica na antropologia, a percepção das vivências cemiteriais, suas práticas socioculturais e as relações construídas entre os indivíduos nos permitiu visualizar estes lugares não apenas como um local de morte e enlutamento, mas como um espaço de vida, atividade social, econômica e continuidade simbólica.

Bibliographies de l'auteur-e

Weverson Bezerra Silva, Universidade Federal da Paraíba

Doutorando e Mestre em Antropologia (PPGA/UFPB); licenciado e Bacharel em Ciências Sociais, ambos pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Especialista em Tanatologia: sobre a morte e o morrer e Antropologia Forense (Educaminas). Sociólogo (registro n 0000087/PB) e membro do Grupo de Pesquisa em Saúde, Sociedade e Cultura (GRUPESSC) e da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (ABEC). Integrante do Projeto intitulado Estado, populações e políticas locais no enfrentamento à pandemia de Covid-19 (ANTROPOCOVID) e do do Grupo de Estudos em Antropologia da Morte (GEAM). Pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Antropologia Negra (NEAN OJU OBÁ/UFPB).

Elisa Gonçalves Rodrigues, Universidade Federal do Pará

Doutoranda e mestra em Antropologia no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Pará (PPGSA-UFPA). Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Pesquisadora vinculada à Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (ABEC). Membro do Grupo de Pesquisa Antropologia das Paisagens: memórias e imaginários na Amazônia (NAVERRÂNCIAS). Coordenadora do Grupo de Estudos em Antropologia da Morte (GEAM). Tem experiência na área de Antropologia e dos Estudos Cemiteriais, especialmente nos seguintes temas: Antropologia da Morte, das Emoções e Urbana, Imaginário, Memória, Narrativas, Morte, Luto, Ritos Funerários e Santos Populares/Milagreiros

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Publié-e

2024-05-14