Peixes fósseis do grupo Santana (cretáceo inferior da bacia do Araripe) da coleção de paleontologia da UERJ: aspectos taxonômicos e tafonômicos
DOI:
https://doi.org/10.51359/1980-8208/estudosgeologicos.v29n1p55-75Palavras-chave:
Formação Crato, Formação Romualdo, Teleosti fósseis, Taxonomia, Tafonomia.Resumo
A Bacia do Araripe é mundialmente conhecida pelo seu registro fossilífero, o que per-mitiu classificá-la como uma fossillagestätte. Destacam-se os fósseis de vertebrados dos estratos do Cretáceo Inferior da bacia que compõem o Grupo Santana, formações Crato e Romualdo. Embora possua uma ampla associação de vertebrados fósseis da Bacia do Araripe em sua coleção didático-científica, a Coleção de Paleontologia da Faculdade de Geologia da UERJ necessita de uma reavaliação taxonômica de seus espécimes, especi-almente os peixes fósseis. Além disso, por ser uma coleção prolífica em termos de quantidade e diversidade de espécies, a mesma pode fornecer subsídios para estudos tafonômicos. Este trabalho apresenta um estudo taxonômico e tafonômico dos espéci-mes de peixes fósseis do Grupo Santana (formações Crato e Romualdo) depositados na coleção didático-científica do Laboratório de Paleontologia (LABPALEO) da Faculdade de Geologia da UERJ. A coleção de peixes fósseis é composta por 55 espécimes de 10 táxons distintos (Dastilbe crandalli, Notelops brama, Paraelops cearensis, Rhacolepis buccalis, Tharrhias araripis, Vinctifer comptoni, Calamopleurus cylindricus, Cla-docyclus gardneri, Neoproscinetes penalvai e Brannerion sp.), sendo mais abundante a espécie Tharrhias araripis (21 de 55 espécimes, i.e. 40%). Em sua maioria, os espéci-mes estão preservados dentro de nódulos carbonáticos espessos, relacionado a uma alta disponibilidade de carbonato de cálcio no ambiente de sedimentação e/ou a uma necró-lise prolongada das carcaças. Algumas espécies estão tridimensionalmente preservadas, relacionada a uma rápida gênese dos nódulos carbonáticos, possivelmente influenciada pela indução de microorganismos. A maioria dos espécimes apresenta-se articulada e com preservação de partes moles, outros, parcialmente articulados. Alguns estão frag-mentados diageneticamente, o que indica a ocorrência de compressão litostática sobre os nódulos fossilíferos durante a fossildiagênese.Referências
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