Quimioestratigrafia de fósforo do testemunho de sondagem 1-labio-pe3 (furo iate): investigação sobre o registro de evento de anoxia oceânica na bacia Pernambuco
DOI:
https://doi.org/10.51359/1980-8208/estudosgeologicos.v29n1p120-134Palavras-chave:
Bacia Pernambuco, Formação Estiva, Quimioestratigrafia de Fósforo, Eventos de Anoxia Oceânica, Limite Cenomaniano TuronianoResumo
A presença de folhelhos negros com concentrações de carbono orgânico total e enxofre em torno de 1% e fragrância característica de gás natural intercalados a litologias típicas de depósitos de ambiente sedimentar transicional, encontrados no testemunho de sonda-gem do poço estratigráfico 1-LABIO-PE3, localizado na cidade do Recife, porção Norte da Bacia Pernambuco, levantou a suspeita de que uma grande perturbação ambiental teria ocorrido durante a deposição deste material. Este trabalho apresenta os resultados de uma investigação sobre ocorrência de evento de anoxia oceânica em rochas sedimen-tares do Cretáceo superior (Cenomaniano
Turoniano) da Bacia Pernambuco, NE-Brasil. O estudo foi baseado na quimioestratigrafia do fósforo, realizada em 34 amostras do testemunho de sondagem, distribuídas entre as profundidades de 80.50 e 54.00 me-tros. As concentrações do fósforo nas amostras foram realizadas através de espectrofo-tometria ultravioleta-visível e divididas nas fases distintas: orgânico (P-Orgânico) e inorgânico (P-Inorgânico). Os resultados obtidos sugerem que a camada de folhelhos negros da formação Estiva foi depositada durante o evento de anoxia oceânica 2 (ou Evento Bonarelli). As paleotemperaturas e níveis oceânicos elevados durante o Cretáceo teriam favorecido o aporte de nutrientes às bacias oceânicas. A degradação bacteriológi-ca da matéria orgânica no fundo da bacia teria consumido o oxigênio livre na água tor-nando-a redutora. Nestas condições, a fixação do fósforo nos sedimentos, na forma de mineralizações autigênicas, seria prevenida, reciclando este elemento como nutriente na zona trófica.
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