Taxonomia e análise tafonômica de amonóides da formação Riachuelo, bacia Sergipe-Alagoas
DOI:
https://doi.org/10.51359/1980-8208.2024.264022Palavras-chave:
cretáceo, albiano inferior, bioestratinomiaResumo
A Bacia Sergipe-Alagoas localizada no litoral dos estados brasileiros de mesmo nome é alvo de diversos estudos paleontológicos e geológicos. Essa Bacia possui origem evolutiva relacionada à separação dos supercontinentes Gondwana que ocasionou a formação do Oceano Atlântico. Nesta evolução, a bacia passou por cinco estágios em que no último, chamado de drifte, foi criada a Formação Riachuelo, que é conhecida por possuir grande representatividade de amonóides. A análise tafonômica dos amonóides permite conhecer o tipo de assembléia fossilífera da região. Esse estudo teve por objetivo identificar os amonóides das localidades Engenho Lira, Engenho Lira 1 e Estrada do Porto e analisar tafonomicamente os fósseis do Engenho Lira, que integra a Formação Riachuelo. Diante disso, foi delimitada a área de estudo nas localidades que se objetivou estudar, posteriormente, realizou-se uma triagem dos fósseis para verificar quais precisavam de identificação totalizando 56 fósseis de amonóides da Formação Riachuelo, no qual 28 pertencentes à localidade Estrada do Porto, 26 do Engenho Lira e dois do Engenho Lira 1. A descrição dos fósseis foi realizada de acordo com Wright (1996), bem como a identificação com amparo de literaturas existentes. Por fim, a análise tafonômica da localidade Engenho Lira baseou-se nas obras de Erthal et al. (2017), juntamente com Fernández-López (1997) e Sobral (2015), este para fins de comparações. Foram identificados em Estrada do Porto três gêneros (Puzosia, Oxytropidoceras, Douvilleiceras) e seis espécies diferentes, dois gêneros (Aioloceras e Cleoniceras) e um subgênero em Engenho Lira e um gênero (Aioloceras) e uma espécie na localidade Engenho Lira 1. As assinaturas tafonômicas indicaram que os fósseis sofreram soterramento lento, transporte e retrabalhamento e que estavam inseridos em um ambiente turbulento. Esse estudo pode contribuir para a diversidade de espécies presentes na Bacia Sergipe-Alagoas, bem como para o conhecimento da assembléia fossilífera da região do Engenho Lira.
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