Os Lamentos do Jaguar: reflexões sobre canibalismo e colonialismo em Nossamerica
DOI:
https://doi.org/10.51359/2179-7501.2017.15217Resumo
Neste artigo vincularei o pensamento ocidental com as formas das cosmologias ameríndias relacionarem mundos e seres. Com isso quero observar como se dá o protagonismo político de sujeitas e sujeitos em Nossamérica, diante da situação colonial e em suas economias e políticas de signos e símbolos enquanto formas ambivalentes de operação do poder e das ideologias coletivas. Ou seja, como sujeitas e sujeitos em Nossamérica solidificam o uso estratégico da noção de consciência – tal qual da noção de grupo, de identidade local e nacional – no âmbito macrológico da colonização ocidental como sujeitos portadores de construções oriundas das narativas ameríndios e de identidades em perpétuo desequilíbrio entre mundos e seres? Desta forma, problematizar como situamos o “eu” da antropologia busca questionar os essencialismos que nos prendem à armadilhas macrológicas e epistêmicas do eurocentrismo e do solipsismo que impregnaria o sujeito pós-colonial e pós-moderno.
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