Concepções da natureza e as relações com o capitalismo: Análise dos cenários pós-covid-19 na França
DOI:
https://doi.org/10.51359/2179-7501.2020.247821Palavras-chave:
covid, nature, environnement, communs, luttes écologiquesResumo
O presente artigo destaca que a forma como as ciências sociais abordaram a natureza influencia diretamente a concepção das atuais lutas pelo meio ambiente. Para isso, os autores baseiam sua análise em uma seleção de artigos da imprensa francesa relacionados à Covid e aos possíveis cenários pós-Covid. Embora todas as formações políticas e todas as políticas públicas adotem hoje uma retórica environment friendly, os posicionamentos teóricos, relativamente intangíveis, situam-se ora no naturalismo ora numa reflexão sobre as interrelações entre a natureza e o mundo social. Quatro tipos ideais intelectuais são apresentados. Os dois primeiros, pró e anticapitalista, evoluem simetricamente e com pouca consideração pela natureza, que é vista essencialmente, por aqueles, como um recurso e um potencial de crescimento, e por estes, como um sinal de contradições capitalistas. Os pensadores dos "comuns", por sua vez, insistem mais nas modalidades de como institucionalizá-los do que na prioridade que deve ser dada a determinado elemento da biosfera. Por fim, as reflexões sobre a conservação e regeneração da natureza parecem ser, em termos ecológicos, as mais ambiciosas, ao defenderem, por exemplo, um "princípio geral de não interferência".
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