Eurocentrismo e redução da crítica ao plano simbólico
DOI:
https://doi.org/10.51359/2179-7501.2021.248019Palabras clave:
eurocentrismo, decolonialidade, racismoResumen
O estudo investiga como o eurocentrismo estimula que a crítica decolonial aos conflitos sócio-raciais seja reduzida ao plano simbólico. Para alcançar o objetivo a investigação adotou a interdisciplinaridade como método, utilizando delineamento bibliográfico para coleta de dados. Os resultados indicam que os genocídios perpetrados ao longo da colonial-modernidade constituíram a Europa e a centralidade euro-ocidental, permitindo que as suas simbolizações sobre a realidade não fossem consideradas formas simbólicas específicas, mas, sim, abstratas e, portanto, universais de integração do real. O estudo concluiu que embora a crítica ao eurocentrismo seja capaz de identificar os genocídios/epistemicídios que o constituem, isto é, conclua que a centralidade da simbologia ocidental reside na força e não na sofisticação das suas representações sobre a realidade, é preciso que a teoria decolonial não apenas reivindique saberes insurgentes, mas legitime o uso revolucionário do padrão de força que garantiu a emergência e garante a reprodução do eurocentrismo.
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