Eurocentrismo e redução da crítica ao plano simbólico

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.51359/2179-7501.2021.248019

Palabras clave:

eurocentrismo, decolonialidade, racismo

Resumen

O estudo investiga como o eurocentrismo estimula que a crítica decolonial aos conflitos sócio-raciais seja reduzida ao plano simbólico. Para alcançar o objetivo a investigação adotou a interdisciplinaridade como método, utilizando delineamento bibliográfico para coleta de dados. Os resultados indicam que os genocídios perpetrados ao longo da colonial-modernidade constituíram a Europa e a centralidade euro-ocidental, permitindo que as suas simbolizações sobre a realidade não fossem consideradas formas simbólicas específicas, mas, sim, abstratas e, portanto, universais de integração do real. O estudo concluiu que embora a crítica ao eurocentrismo seja capaz de identificar os genocídios/epistemicídios que o constituem, isto é, conclua que a centralidade da simbologia ocidental reside na força e não na sofisticação das suas representações sobre a realidade, é preciso que a teoria decolonial não apenas reivindique saberes insurgentes, mas legitime o uso revolucionário do padrão de força que garantiu a emergência e garante a reprodução do eurocentrismo.

Biografía del autor/a

Felipe Montiel da Silva, Universidade La Salle, Canoas, RS.

Mestrado em Direito a partir do Programa de Pós-Graduação da Universidade La Salle, Canoas/RS. Graduado em Direito pela Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul. 

Leonel Pires Ohlweiler, Universidade La Salle, Canoas, RS.

Pós-Doutor pela Universidade Federal de Santa catarina. Concluiu o doutorado em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos em 2004. Mestre em Direito. Lecionou nos cursos de graduação e mestrado da UNISINOS e da ULBRA. Palestrante sobre temas relacionados ao Direito Administrativo e Hermenêutica Jurídica. Leciona Direito Administrativo no Curso de Graduação do Unilasalle. Foi Procurador de Justiça até 2009. Atualmente é Desembargador do TJRS. É membro do Instituto de Hermenêutica Jurídica. Publicou artigos em periódicos especializados. Possui capítulos de livros e livro publicados. Atua na área de Direito. Em seu currículo Lattes os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Hermenêutica, Direito Administrativo, Administração Pública, Estado Democrático de Direito, Constitucional, Constituição, Democracia, Direito, Direitos Fundamentais e Fenomenologia. Professor da Graduação e do Mestrado em Direito do Unilasalle. Subcoordenador do Centro de Estudos do Tribunal de Justiça do RS, Área Direito Público. Membro do Conselho Editorial da Revista do TJRS.

Júlia Dutra de Carvalho, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Bacharela em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestra e Doutora em Psicologia Social e Institucional a partir da UFRGS. Professora da Residência Integrada Multidisciplinar em Saúde Mental Coletiva da UFRGS. Psicóloga Clínica.

Citas

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Publicado

2021-08-14