Cripto-sodomitas em Pernambuco colonia

Autores

  • Luiz Mott CNPq/Universidade Federal da Bahia

Resumo

O objetivo deste ensaio é discutir, com base em processos do Santo Ofício da
Inquisição de Lisboa, até que ponto teria existido no Brasil Colonial, espaço para a
cristalização de uma subcultura gay diversa da imposta pelos cânones ideológicos da
moral heterossexista dominante na tradição judaico-cristã. Utilizando como fio
condutor a história de vida de um sodomita de Pernambuco, preso pela Inquisição
Portuguesa em 1595, questionamos o postulado de Michel Foucault (1988:43), de
que “a sodomia era um tipo de ato interdito e o autor não passava de um sujeito júridico”
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, concluindo que ao menos trezentos anos antes da medicalização do personagem homossexual, já podemos perceber a emergência de uma subcultura gay no Novo
Mundo.

Biografia do Autor

Luiz Mott, CNPq/Universidade Federal da Bahia

Este artigo faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre a moralidade e sexualidade no Brasil Colonial e na atualidade.

Professor Titular do Departamento de Antropologia da Universidade Federal da Bahia. Endereço para correspondência: C.P. 2552, Salvador – BA; e-mail: luizmott@ufba.br
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Quanto à propriedade da utilização do termo subcultura gay, confira Boswell (1980).

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Publicado

2011-09-19

Edição

Seção

Artigos