Diferentes percepções da natureza: As intervenções politécnicas, a fiscalização ambiental e pescadores artesanais na Lagoa Feia

Autores

  • Carlos Abraão M. Valpassos UENF, UFF e UFRJ
  • José Colaço D. Neto UENF, UFF e UFRJ

Resumo

Os ecossistemas litorâneos brasileiros foram – principalmente
depois de 1940, quando houve a consolidação do Departamento
Nacional de Obras de Saneamento (DNOS) – alvo de uma série de
intervenções sanitaristas que, através das técnicas e métodos da engenharia
politécnica, pretendiam realizar uma demiúrgica reforma
da natureza. Os engenheiros sanitaristas compartilhavam uma visão
antropocêntrica do mundo, onde se faziam mister diversas ‘correções
da natureza’, com o objetivo de alcançar melhores condições
de vida para o homem. A bacia hidrográfica da Lagoa Feia, situada ao norte do Estado do Rio de Janeiro, constitui um lócus privilegiado
para o entendimento do que foi o processo de saneamento do
Brasil. A extinção do DNOS, em 1989, não resultou no fim das
intervenções governamentais na Lagoa Feia. Nos últimos anos foi
intensificada a atuação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
(IBAMA), órgão formalmente responsável por regulamentar questões
relativas ao manejo de recursos naturais, cujo principal objetivo
é assegurar a preservação do ecossistema. Para isto, uma das principais
medidas foi a fiscalização da pesca lacustre e sua conseqüente
proibição nos períodos de reprodução das espécies. Pretendemos
neste trabalho apresentar os conflitos oriundos das diferentes concepções
de natureza entre os pescadores artesanais da Lagoa Feia, o
DNOS e o IBAMA.

Biografia do Autor

Carlos Abraão M. Valpassos, UENF, UFF e UFRJ

Sociólogo (UENF) e mestre em Antropologia (PPGA/UFF), pesquisador associado
do NUFEP/UFF e do LeMetro/IFCS/UFRJ.

José Colaço D. Neto, UENF, UFF e UFRJ

Sociólogo (UENF) e mestrando em Antropologia (PPGA/UFF), pesquisador
associado do NUFEP/UFF e do LeMetro/IFCS/UFRJ.

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Publicado

2011-09-22

Edição

Seção

Artigos