Noções de nacionalidade e raça em casos de doação de gametas: Alguns aspectos da experiência catalã

Autores

  • Rosely Gomes Costa UNICAMP-Universidade Estadual de Campinas; Universidade Autônoma de Barcelona, Espanha; UNESP- Campus Araraquara (SP)

Resumo

O artigo faz parte de uma pesquisa comparativa entre Brasil e Catalunha
que investigou o tema da reprodução entrelaçando questões
relativas à ‘raça’, nacionalidade e tecnologias reprodutivas. Investigou-
se o caso de reprodução assistida com doação de gametas, porque
esta envolve a seleção e participação de uma terceira pessoa no
processo reprodutivo. Como é feita essa seleção e o que ela pode
dizer sobre noções referentes à raça e nacionalidade? Este artigo
trata especificamente do caso catalão. Foram entrevistadas pessoas
que estivessem procurando ou tivessem utilizado a técnica de doação
de gametas e médicos de clínicas públicas e privadas de reprodução
assistida na cidade de Barcelona na Catalunha. A pesquisa
mostrou como raça e nação são noções que se constroem mutuamente.
Isto é, tanto a raça pode definir a origem nacional, quanto a
nação pode definir a origem racial. Cada nação (ou grupo de nações)
aparece como tendo sua própria cultura e sua própria raça. O fenó-tipo, que inclui a cor da pele, também funciona como indicador visível
de origem estrangeira. Mas nos casos estudados de reprodução
assistida, a origem se torna mais importante que o fenótipo, visto
que este último pode mascarar a ‘verdadeira origem racial’.

Biografia do Autor

Rosely Gomes Costa, UNICAMP-Universidade Estadual de Campinas; Universidade Autônoma de Barcelona, Espanha; UNESP- Campus Araraquara (SP)

Pós-doutora em Antropologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
e pela Universidade Autônoma de Barcelona, Espanha. Pesquisadora do
Núcleo de Estudos da Sexualidade (NUSEX) da UNESP Campus Araraquara
(SP).

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Publicado

2011-09-22

Edição

Seção

Artigos