O Trânsito das Culturas Populares como Política Pública: festivais de folclore e encontros de culturas populares e tradicionais

Autores

  • Bruno Goulart Machado Silva Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira

DOI:

https://doi.org/10.51359/2525-5223.2021.244012

Palavras-chave:

trânsito cultural, festivais de folclore, políticas culturais

Resumo

Este artigo reflete sobre a relações entre política cultural, festivais de cultura e culturas populares. O foco se dará na comparação entre os festivais de folclore (1951-1976) e os encontros de culturas populares e tradicionais (2000-presente), eventos concebidos como forma de política cultural. As reflexões apresentadas aqui são parte das conclusões de um projeto de pesquisa desenvolvido em 2019, que retoma dados de uma pesquisa de doutorado realizada entre 2014 e 2018 sobre os encontros e informações disponíveis na Revista Brasileira de Folclore (1950-1976) sobre os festivais. Entendo ambas as propostas como espaços de performance cultural que nascem na intersecção entre turismo/indústria cultural, políticas públicas e folclore/cultura popular. Porém, a maneira como cada um desses eventos articula essas várias dimensões é diferente. Desse modo, resgato a experiência desses eventos, abordando seu contexto de surgimento e traçando algumas possibilidades comparativas entre eles, com foco na relação estabelecida com as políticas culturais.

Biografia do Autor

Bruno Goulart Machado Silva, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira

Professor do curso de Bacharelado em Antropologia (UNILAB). Doutor em Antropologia Social (UnB)

Referências

ALMEIDA, Renato. 1970. “Folclore e Turismo Cultural”. Revista Brasileira de Folclore, 10(28):199-203.

ARANTES, Antonio. 2009. “Sobre inventários e outros instrumentos de salvaguarda do patrimônio cultural intangível: ensaio de antropologia pública”. Anuário Antropológico, 2007-2008: 173-222.

BARROS, J. M. & ZIVIANI, P. 2011. “O programa cultura viva e a diversidade cultural”. In BARBOSA, F. & CALABRE, L. (eds.). Pontos de cultura: olhares sobre o Programa Cultura Viva, pp. 61-88. Brasília: IPEA.

BAUMAN, R. & SAWIN, P. 1991. “The politics of Participation in Folklife Festivals”. In KARP, I. & LAVINE, S. (eds.). Exhibiting Cultures: The poetics and politics of museum display, pp. 288-314. Washington / London: Smithsonian Institution Press.BRASIL. 2000. Decreto 3551, de 4 de agosto de 2000. Brasília, DF.

BAUMAN, R. & SAWIN, P. 1965. “Decreto nº 56.747, de 17 de agosto de 1965”. Revista Brasileira de Folclore, 5(12):118.CALABRE, Lia. 2015. “Notas sobre os rumos das políticas culturais no Brasil nos anos 2011-2014”. In: RUBIM, A., BARBALHO, A. & CALABRE, L. (eds.): Políticas Culturais no Governo Dilma, pp. 33-48. Salvador: EDUFBA.

BAUMAN, R. & SAWIN, P. 2005. “Política Cultural no Brasil: um histórico”. Trabalho apresentado no I Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Enecult), Salvador-BA. (www.cult.ufba.br/enecul2005/LiaCalabre.pdf; acesso em 29/06/2016).

CANCLINI, Nestor G. [1989] 2013. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EdUSP.

CANCLINI, Nestor G. [1982] 1989. Las Culturas Populares en el Capitalismo. México: Nueva Imagen.

CARNEIRO, Edson. [1955]2008a. “Proteção e restauração dos folguedos populares”. In CARNEIRO, E. (ed.): A Dinâmica do Folclore, pp. 97-110. São Paulo: Martins Fontes.

CARNEIRO, Edson. [1955]2008b. Formação de novos quadros em folclore. In CARNEIRO, E. (ed.): A Dinâmica do Folclore, pp. 122-125. São Paulo: Martins Fontes.

CARVALHO, J. & ÁGUAS, C. 2014. “Encontro de Saberes: um desafio teórico, político e epistemológico”. Trabalho apresentado no I Colóquio Internacional Epistemologias do Sul: Aprendizagens Globais Sul-Sul, Sul-Norte, Norte-Sul, Coimbra-PT. (http://alice.ces.uc.pt/coloquio_alice/wp-content/uploads/2015/08/Livro_DD.pdf; acesso em 21/11/2017).

CARVALHO, José J. 2003. “As Culturas Afro-americanas na Ibero-américa: o negociável e o inegociável”. In CANCLINI, N. (ed.): Culturas da Ibero-América: diagnósticos e propostas para seu desenvolvimento, pp: 101-138. São Paulo: Ed. Moderna.

CARVALHO, José J. 2004. “Metamorfoses das tradições performáticas afro-brasileiras: de patrimônio cultural a indústria do entretenimento”. Série Antropologia, 354:1-21.

CARVALHO, José J. 2010. “‘Espetacularização’ e ‘canibalização’ das culturas populares na América Latina”. Revista Anthropológicas, 21(1):39-76.

COSTA, Eliane. 2012. “A Política de Patrocínios e a Ação da Petrobrás junto aos Festivais de Artes Cênicas no Brasil”. Repertório, 19(2):132-133.

CUNHA, Manuela C. 2009. Cultura com Aspas. São Paulo: Cosac Naify.

GOULART, Bruno. 2016b. “Turismo Cultural e Patrimônio Imaterial nas Cavalhadas de Pirenópolis”. Trabalho apresentado no I Seminário de Turismo e Cultura, Rio de Janeiro-RJ. (http://culturadigital.br/visiteacasaderuibarbosa/files/2016/08/Anais-do-I-Semin%C3%A1rio-Nacional-de-Turismo-e-Cultura.pdf; acesso em 15/12/2016).

GUILLEN, I. & LIMA, I. 2006. “Os Maracatus-Nação do Recife e a Espetacularização da Cultura Popular”. SAECULUM – Revista de História, 14(1):183-198.

GUSS, David. 2000. The Festive State: race, ethinicity, and nationalism as cultural performance. Berkeley/ Los Angeles/ Londres: University of California Press.

HALL, S. & JEFFERSON, T. 2003. Resistance through Rituals: Youth subcultures in post-war Britain. Londres: Routledge. IKEDA, Alberto. 2013. “Culturas Populares no Presente: fomento, salvaguarda e devoração”. Estudos Avançados, 27(79):173-190.

IPHAN (Instituo do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]. 2010. Os Sambas, as Rodas, os Bumbas, os Meus e os Bois: Princípios, ações e resultados da política de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial no Brasil, 2003-2010. Brasília: IPHAN.

KIRSHENBLATT-GLIMBETT, Barbara. 1991. “Objects of Ethnography”. In KARP, I. & LAVINE, S. (eds.): Exhibiting Cultures: The poetics and politics of museum display, pp. 386-443. Washington / London: Smithsonian Institution Press.

LACERDA, A., MARQUES, C. & ROCHA, S. 2010. “Programa cultura Viva: uma nova política do Ministério da Cultura”. In RUBIM, A. (ed.): Políticas Culturais no Governo Lula, pp. 111-132.Salvador: EDUFBA.

MESQUITA, É. & OLIVEIRA, A. 2013. “Folia do Divino Espírito Santo em Pirenópolis: Apontamentos Bibliográficos”. Trabalho apresentado no III Simpósio Nacional de História, Iporá-GO.

MINC [Ministério da Cultura]. 2005. Anais do I Seminário Nacional de Políticas Públicas para as Culturas Populares. São Paulo/Brasília: Inst. Polís/MinC.

MINC [Ministério da Cultura]. 2010. Plano Setorial Para as Culturas Populares. Brasília: MinC/SID.

MINC [Ministério da Cultura]. 2012. Plano Setorial Para as Culturas Populares. Brasília: MinC/SCC.

NUNES, Ariel. 2012. Por um ‘do-in antropológico’: Pontos de cultura e os novos paradigmas nas políticas públicas culturais. Dissertação de Mestrado. Goiânia: Universidade Federal de Goiás.

OSÓRIO, Patrícia. 2012. “Os Festivais de Cururu e Siriri: mudanças de cenários e contextos na cultura popular”. Anuário Antropológico, 2011/2012:237-260.

SANDRONI, Carlos. 2005. “Circuitos de difusão no mercado: contra ou a favor”. Trabalho apresentado no I Seminário Nacional de Políticas Públicas para as Culturas Populares, Brasília-DF.

SILVA, Bruno. 2018. Trânsitos das culturas populares: política pública, produção, difusão e salvaguarda nos Encontros de Culturas Tradicionais. Tese de Doutorado. Brasília: Universidade de Brasília.

SILVA, José M. 2007. O Espetáculo do Boi-Buumbá: Folclore, Turismo e as Multíplas Alteridades em Parintins. Goiânia: Ed. da UCG.

SILVA, Mônica. 2001. “As Cavalhadas de Pirenópolis: Um estudo sobre sociedade, festas e espaço urbano (1940-1988)”. História Revista, 6(1):135-162.

SOARES, Ana Lorym. “Folclore e políticas culturais no Brasil nas décadas de 1960/1970”. Trabalho apresentado no II Seminário Internacional de Políticas Culturais, Rio de Janeiro-RJ. (www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/palestras/Politicas_Culturais/II_Seminario_Internacional/FCRB_AnaLorymSoares_Folclore_e_politicas_culturais_no_Brasil_nas_decadas_de_1960-1970.pdf; acesso em 29/06/2016).

SPINELLI, Céline. 2008. “Em Pirenópolis: as cavalhadas e projetos de fomento ao turismo local”. Trabalho apresentado no XXXII Encontro Anual da Anpocs, Caxambu-MG.

STOREY, John. 2003. Inventing popular Culture. Oxford: Blackwell Publishing.

TRIGUEIRO, Osvaldo. 2005. “A Espetacularização das culturas populares: ou produtos culturais folkmidiáticos”. Revista Internacional de Folkcomunicação, 5(1):1-9.

VARGAS, Herom. 2015. “Chico Science & Nação Zumbi: Hybridity and Experimentation in the Manguebeat Movement”. In ULHÔA, M., AZEVEDO, C. & TROTTA, F. (eds.). Made in Brazil: Studies in Popular Music, pp. 121-132. Nova York/ Londres: Routledge.

VIANNA, L. & TEXEIRA, J. 2008. “Patrimônio imaterial, performance e identidade”. Trabalho apresentado no IV ENECULT, Salvador -BA.

VILHENA, Luís R. 1997. Projeto e Missão: o movimento folclórico brasileiro (1947-1964). Rio de Janeiro: Funarte/ Fundação Getúlio Vargas.

Downloads

Publicado

2021-06-29

Edição

Seção

Artigos