Identidades Negociadas, Autenticidades Redefinidas: Políticas do Patrimônio e Turismo Cultural entre os Rabelados de Cabo Verde
DOI:
https://doi.org/10.51359/2525-5223.2020.246027Palavras-chave:
Políticas de patrimonialização, Turismo cultural, Identidades, AutenticidadesResumo
Os Rabelados configuram comunidades rurais originárias da resistência ao poder colonial em Cabo Verde, as quais se desenvolveram parcialmente isoladas do Estado desde os anos 1940. Recentemente, no entanto, iniciativas empreendidas por mediadores culturais objetivam a inserção desses coletivos junto à sociedade envolvente, e nesses propósitos, as políticas de patrimonialização e o turismo cultural se apresentam como principais instrumentos. Partindo-se dessas realidades, o artigo aborda as complexidades que envolvem os agenciamentos referidos. Por um lado, busca-se caracterizar as formas pelas quais os agenciamentos em torno da cultura se tornaram centrais na contemporaneidade; por outra via, avalia-se os resultados mais aparentes desses empreendimentos para o caso dos Rabelados, com especial atenção em relação às problemáticas das negociações identitárias e da autenticidade.
Referências
ADORNO, T. 1975. “A Indústria Cultural”. In COHN, G. (ed.): Comunicação e Indústria Cultural, pp. 287-295. São Paulo: Cia. Editorial Nacional.
AGIER, M. 2001. “Distúrbios identitários em templos de globalização”. Mana, 7(2):7-33.
AKAMA, J. 2002. “The creation of the Maasai image and tourism development in Kenya”. In AKAMA, J. & STERRY, P. (eds.): Cultural Tourism in Africa: strategies for the new millennium, pp. 43-54. Arnhem: Association for Tourism and Leisure Education.
ASCHER, F. 2011. Os Rabelados de Cabo Verde: história de uma revolta. Paris: L’Harmattan.
AZARYA, V. 2001. “Globalization and international tourism in developing countries: marginality as a commercial commodity”. Current Sociology, 6(52):994-967.
BALANDIER, G. 1976. Antropológicas. São Paulo: Editora Cultrix.
BALANDIER, G. 1970. The sociology of Black África:social dynamics in central África. Londres: Andre Deutsch Limited.
BARTH, F. 1998. “Grupos étnicos e suas fronteiras”. In POUTIGNAT, P. &STRAIFF-FENART, J. (eds.). Teorias da etnicidade, pp. 187-227. São Paulo: Editora da UNESP.
BAYARDO, R. 2007. “Cultura y desarrollo: nuevos rumbos y más de lo mismo?” In NUSSBAUMER, G. (ed.). Teorias e políticas da cultura: visões multidisciplinares, pp. 67-94. Salvador:EDUFBA.
BENJAMIN, W. 1985. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. In BENJAMIN, W. (ed.): Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura, pp. 165-196. São Paulo: Brasiliense.
BONIFACE, P. & FOWLER, P. 1993. Heritage and tourism in ‘The Global Village’. Londres: Routledge.
BURITY, J. 2007. “Cultura e desenvolvimento”. In NUSSBAUMER, G. (Org.). Teorias e políticas da cultura: visões multidisciplinares, pp.51-66.Salvador:EDUFBA.
CANCLINI, N. 2013. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Editora da UNESP.
CANCLINI, N. 1983. As culturas populares no capitalismo. São Paulo: Brasiliense.
COMAROFF, J. & COMAROFF, J. 2009. Etnicidad S.A. Madrid: Katz.
DANIEL, Y. 1996. “Tourism dance performances: authenticity and creativity”. Annals of Tourism Research, 23(4):780-797.
DIAS, R. 2006. Turismo e patrimônio cultural: recursos que acompanham o crescimento das cidades. São Paulo: Saraiva.
DOUGLAS, M. & ISHERWOOD, B. 2006. O mundo dos bens: para uma antropologia do consumo. Rio de Janeiro: EdUFRJ.
GONÇALVES, M. L. 2009. “Rabelados no Bacio e no Espinho Branco: pontes e portas na (re)formulação identitária do grupo”. In LUCAS, M. E. & SILVA, S. (eds.): Ensaios etnográficos na ilha de Santiago de Cabo Verde: processos identitários na contemporaneidade, pp. 229-262. Porto Alegre: Editora da UFRGS.
GONÇALVES, J. 2005. “Ressonância, materialidade e subjetividade: as culturas como patrimônios”. Horizontes Antropológicos, 11(23):15-36.
HALL, S. 2010. “Identidad y representación”. In HALL, S. (ed.): Sín garantias:trayectorias y problemáticas en estudios culturales, pp. 337-482. Popayán/ Colômbia: Envión Editores.
HALL, S. 2000. “Quem precisa de identidade?”. In SILVA, T. (ed.): Identidade e Diferença. A perspectiva dos Estudos Culturais, pp. 103-133. Petrópolis: Vozes.
HONNETH, A. 2003. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Ed 34.
KYMLICKA, W. 1996. Ciudadanía Multicultural: una teoría liberal de los derechos de las minorias. Barcelona: Paidos.
MARTÍN, E. 2009. “From Popular Religion to Practices of Sacralization: approaches for a conceptual discussion”. Social Compass, 56(2):273-285.
MELUCCI, A. 2001. A Invenção do Presente: movimentos sociais nas sociedades complexas. Petrópolis: Vozes.
MONTEIRO, J. 1974. Os Rabelados da Ilha de Santiago, de Cabo Verde: história de uma revolta. Praia: Centro de Estudos de Cabo Verde, Sociedade Industrial Gráfica.
PITOMBO, M. 2007. “Entre o universal e o heterogêneo: uma leitura do conceito de cultura na UNESCO”. In NUSSBAUMER, G. (ed.): Teorias e políticas da cultura: visões multidisciplinares, pp. 115-138. Salvador:EDUFBA.
SANTOS, F. L. 2009. “Construção Patrimonial da Cidade Velha: usos políticos, turísticos e identitários”. In LUCAS, M. E. & SILVA, S. (eds.): Ensaios etnográficos na ilha de Santiago de Cabo Verde: processos identitários na contemporaneidade, pp. 25-73. Porto Alegre: Editora da UFRGS.
SAPIR, E. 1924. “Culture: genuine and spurious”. American Journal of Sociology, 29(4):401-429.
TALAVERA, A. 2003. “Turismo cultural, culturas turísticas”. Horizontes Antropológicos, 9(20):31-57.
TOMASSI, L. 2013. “Culturas de periferia: entre o mercado, os dispositivos de gestão e o agir político”. Política e Sociedade, 12(23):11-34.
TRAJANO, W. 2012. “Patrimonialização dos artefatos culturais e a redução dos sentidos”. In SANSONE, L. (ed.): Memórias da África: patrimônios, museus e políticas das identidades, pp. 11-40. Salvador: EDUFBA.
YÚDICE, G. 2006. A conveniência da cultura: usos da cultura na era global. Belo Horizonte: Editora UFMG.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais para textos publicados na Revista ANTHROPOLÓGICAS são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista.
Authors retain the copyright and full publishing rights without restrictions.