A RETERRITORIALIZAÇÃO PESQUEIRA NO ESTADO DO PARÁ: REPRODUÇÃO CONTRADITÓRIA DAS RELAÇÕES CAPITALISTAS

Autores

  • Daniel Sombra Universidade Federal do Pará
  • Giovane da Silva Mota Universidade Federal do Pará
  • Alegria dos Santos Leite Universidade Federal do Pará
  • Carlos Jorge Nogueira de Castro Universidade do Estado do Pará

DOI:

https://doi.org/10.51359/2238-6211.2018.229293

Resumo

O ordenamento territorial pós-1960 na Amazônia erige uma nova organização espacial, com as empresas capitalistas como agentes hegemônicos, com destaque para a indústria pesqueira no Nordeste Paraense. A apropriação do território pelos novos agentes hegemônicos desterritorializou os agentes que realizavam uma apropriação comum do território: os pescadores artesanais. Essa desterritorialização implicou numa reterritorialização (modo de reprodução da pesca artesanal encontrado a partir da inserção da pesca industrial: uma territorialização precária) que se deu através: a) da especialização em pescar espécies que não interessam aos grandes atores; ou b) da conversão em força de trabalho para os novos agentes sociais. A natureza a ser (re)territorializada é, porém, tecnificada, no sentido em que já não pode ser apropriada ou concebida conforme a técnica e as práticas anteriores. Daí deriva a hipótese central de que a produção da nova organização espacial da pesca no Nordeste Paraense se dá simultaneamente com a territorialização “enquanto recurso” para alguns e reterritorialização “enquanto abrigo” para outros. Sob estes moldes, a reterritorialização da pesca artesanal é um momento da reprodução ampliada do capital, sob a forma de acumulação primitiva (acumulação por espoliação).

Biografia do Autor

Daniel Sombra, Universidade Federal do Pará

Professor do Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Pará (DFCS-UEPA). Geógrafo do Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará (NUMA-UFPA). Doutorando em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Pará (PPGEO-UFPA). Mestre em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense (POSGEO-UFF). E-mail: dsombra@ufpa.br

Giovane da Silva Mota, Universidade Federal do Pará

Professor da Faculdade de Geografia e Cartografia da Universidade Federal do Pará (FGC-UFPA). Doutor em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense (POSGEO-UFF). E-mail: giovanemota@hotmail.com

Alegria dos Santos Leite, Universidade Federal do Pará

Doutoranda em Desenvolvimento Econômico, Território e Meio Ambiente pelo Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Pará (PPGE-UFPA). E-mail: alegria1717@gmail.com

Carlos Jorge Nogueira de Castro, Universidade do Estado do Pará

Professor do Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Pará (DFCS-UEPA). Mestre em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Pará (PPGEO-UFPA). E-mail: carlosjorge319@gmail.com

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Publicado

12.05.2018

Como Citar

Sombra, D., Mota, G. da S., Leite, A. dos S., & Castro, C. J. N. de. (2018). A RETERRITORIALIZAÇÃO PESQUEIRA NO ESTADO DO PARÁ: REPRODUÇÃO CONTRADITÓRIA DAS RELAÇÕES CAPITALISTAS. Revista De Geografia, 35(2), 243–267. https://doi.org/10.51359/2238-6211.2018.229293

Edição

Seção

Artigo Científico