Oganização Odebrecht: da construção civil mundial a educação pelo trabalho no campo baiano

Autores

  • Aline dos Santos Lima IF Baiano Campus Santa Inês

DOI:

https://doi.org/10.51359/2238-6211.2019.239314

Palavras-chave:

organização Odebrecht; questão agrária; educação corporativa.

Resumo

O processo histórico de formação do território brasileiro ensejou a coexistência de grupos sociais que se
reproduzem numa relação desigual na qual a riqueza é concentrada entre poucos e a pobreza compartilhada por
muitos, especialmente no campo. Essa relação desigual tem promovido disputas por modelos distintos de
sociedade, além do uso da violência que se manifesta na exclusão e expropriação, não somente do acesso à terra,
mas também do acesso ao conhecimento e a possibilidade de desenvolvimento pleno do modo de vida. Esse
histórico de violência tem adquirido um tom diferente, especialmente quando frações do capital vem assumindo
formas cada vez mais elaboradas para subordinar o trabalhador do campo ao dificultar a luta pela/na terra. Desse
modo, o objetivo desse trabalho é analisar como a Organização Odebrecht vem recriando os mecanismos de
subordinação no campo a partir da junção entre as dimensões do educar e do trabalhar. Para tanto, a holding
Odebrecht S.A. difundiu um modelo de educação pelo trabalho a partir da criação de cinco projetos educacionais
e de geração de trabalho e renda que agregam a escolarização e o trabalho como pilares.

Biografia do Autor

Aline dos Santos Lima, IF Baiano Campus Santa Inês

Licenciada Geografia UNEB Campus V

Mestre em Cultura, Memória e Desenvolvimento Regional UNEB Campus V

Doutora em Geografia UFBA

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Publicado

10.06.2019

Como Citar

Lima, A. dos S. (2019). Oganização Odebrecht: da construção civil mundial a educação pelo trabalho no campo baiano. Revista De Geografia, 36(1), 274–293. https://doi.org/10.51359/2238-6211.2019.239314

Edição

Seção

Artigo Científico