Mobilidade do trabalho camponês em Itabaiana/Sergipe

Authors

DOI:

https://doi.org/10.51359/2238-6211.2021.251317

Keywords:

Mobilidade do trabalho, Campesinato, Esvaziamento do campo, Itabaiana.

Abstract

Este escrito visa analisar a mobilidade do trabalho camponês no munícipio de Itabaiana/SE. O munícipio, localizado no Agreste Sergipano, é reconhecido como um “celeiro agrícola”. Mas, apesar de forte base agrícola, atualmente o município se caracteriza como predominantemente urbano, pois 77% de sua população reside na cidade. Seguindo uma tendência mundial, a população rural vem decrescendo, resultando no esvaziamento do campo e inchaço urbano. Em Itabaiana, nota-se que muitos dos camponeses que migram para a cidade não se desfazem de suas terras e continuam a trabalhar em seus sítios. Com o avanço do capitalismo verifica-se a consolidação da propriedade privada e a submissão cada vez maior dos indivíduos aos seus ditames. Dessa forma a sociedade molda-se seguindo sua lógica, produzindo espaços que garantam e intensifiquem a acumulação de capital. A mobilidade do trabalho é introduzida no modo de produção capitalista, como a condição de exercício da liberdade de se deixar sujeitar ao Capital. No entanto, a mobilidade do trabalho camponês nesse trabalho é analisada como uma forma de resistência, visto que os camponeses mesmo residindo na cidade, continuam a trabalhar nos seus sítios reproduzindo seu modo de vida na terra. Para atingir o objetivo do texto fez-se necessário a realização de levantamentos bibliográficos e trabalhos de campo. Por fim, compreendemos a necessidade de observar e entender esse processo a partir das próprias contradições do desenvolvimento capitalista.

Author Biographies

Juliana Lima da Costa, Universidade Federal de Sergipe

Mestranda em Geografia pelo Programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Federal de Sergipe. Linha de Pesquisa: Produção e Organização do Espaço Agrário.

Marleide Maria Santos Sergio, Universidade Federal de Sergipe

Doutorado em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe, onde atua como professora adjunta no Depto. de Geografia do Campus Professor Alberto Carvalho e do Programa de Pós-Graduação em Geografia.

References

CAMPOS, Christiane Senhorinha Soares. A territorialização do agronegócio no Brasil. p. 101-132. In: CAMPOS, Christiane Senhorinha Soares. A face feminina da pobreza em meio a riqueza do agronegócio: trabalho e pobreza das mulheres em territórios do agronegócio no Brasil: o caso de cruz alta/RS. 1 ed. Buenos Aires: Clacso, 2011. 208p.

CONCEIÇÃO, Alexandrina Luz. Estado, Capital, Trabalho e a farsa da expansão do agronegócio. Geografia Meridiano, n. 2, 2013.

CARVALHO, Vladimir Souza. Santas Almas de Itabaiana Grande. Itabaiana: edições “o serrano”, 1973. Disponível em: acesso em: 19 de jul. 2016.

DELGADO, Guilherme. O capital financeiro e agricultura no Brasil – 1965-1985. São Paulo, ed. Ícone, 1985.

GAUDEMAR, Jean Paul. Mobilidade do Trabalho e Acumulação do Capital. Trad. Maria do Rosário Quintela. Lisboa: editora Estampa, 1977.

JAKIMIU, Camila Campos de Lara; GEMELLI, Diane Daniela. Mobilidade Territorial do trabalho expressa na relação campo-cidade no munícipio de União da Vitória-PR geografia Opportuno Tempore. Londrina, v.1, n.4, p. 59-69, 2015.

MARQUES, Marta Inez Medeiros. Entre o campo e a cidade: formação e reprodução social da classe trabalhadora brasileira. Agrária. São Paulo, N° 5, p.170-185, 2006.

_________. A atualidade do uso do conceito de camponês. REVISTA NERA. Presidente Prudente, 2008. P. 57-67. Ano 11, n. 12 – janeiro/junho de 2008 – ISSN: 1806-6755

MARTINS, José de Souza. A sociedade Vista do Abismo: novos estudos sobre exclusão, pobreza, e classes sociais. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.

MARX, Karl. O Capital crítica da Economia Política livro III: o processo global da produção capitalista. Trad. Rubens Enderle; edição de Friedrich Engels. 1.ed. São Paulo: Boitempo, 2017. 977 p.

___________. O capital. Crítica à economia política. Vol. I Livro primeiro. O processo de produção do capital. São Paulo: nova cultural, 1985.

MOURA, Margarida Maria. Camponeses. 2. Ed. São Paulo: Ática, 1988.

OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino. A agricultura camponesa no Brasil. São Paulo: contexto, 2001.

OLIVEIRA, Francisco de. Crítica a razão dualista: o ornitorrinco. Boitempo editorial: São Paulo, 2003.

PAULINO, Eliane Tomiasi; ALMEIDA, Rosemeire Aparecida de. Terra e território: A questão camponesa no capitalismo. São Paulo: Expressão Popular, 2010. 1 ed. 112p.

SHANIN, Teodor. A definição de camponês: conceituações e desconceituações – o velho e o novo em uma discussão marxista. Revista Nera – Ano 8, N. 7 – Julho/Dezembro De 2005 – Issn 1806-6755

________. Lições camponesas. In: PAULINO, Eliani Tomiasi; FABRINI, João E. (orgs). Campesinato e territórios em disputa. São Paulo: Expressão Popular, 2008, p.23-47.

WOORTMAM, Ellen F. O Sítio Camponês. Anuário Antropológico. n. 81, p. 164-203. 1983. Disponível em: < http://www.dan.hospedagemdesites.ws/anuario-antropologico-listagem-dosnumeros/138-anuario-antropologico-sumario-1981> Acesso em 25 de jan. 2018.

WOORTMAM, Klass. “Com Parente não se Neguceia” O campesinato Como Ordem Moral. Anuário antropológico. n.87. Editora Universidade de Brasília/tempo brasileiro. 1990. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/318498675/Com-parente-nao-se-neguceia-In-AnuarioAntropologico-WOORTMANN-K-pdf> Acesso em: 25 de jan. 2018

Published

2021-11-24

How to Cite

Costa, J. L. da, & Sergio, M. M. S. (2021). Mobilidade do trabalho camponês em Itabaiana/Sergipe. Revista De Geografia, 38(4), 148–158. https://doi.org/10.51359/2238-6211.2021.251317