Campesinato, Agronegócio e Trabalho no Brasil e no México
DOI:
https://doi.org/10.51359/2238-6211.2021.251340Keywords:
Campesinato, Agronegócio, Trabalho, Brasil, México.Abstract
Os camponeses são impactados pela agricultura capitalista, pelas políticas neoliberais e pela forma como os países estão inseridos na divisão internacional do trabalho. Neste artigo, discutimos essas questões com o exemplo do Valle de San Quintín, localizado no estado de Baja California, no México, e do Pontal do Paranapanema, em São Paulo, Brasil. Nesses territórios de domínio do agronegócio, buscamos compreender como se entrelaçam a questão agrária, o trabalho e a determinação social do processo saúde-doença. A abordagem teórico-metodológica consistiu na revisão bibliográfica, no trabalho de campo e na produção de entrevistas com trabalhadoras e trabalhadores camponeses de ambos os países. Os resultados alcançados demonstram que por trás da imagem de modernidade das empresas do agronegócio, há trabalho precário e degradante, seja através da intensificação da jornada laboral, seja pelo uso de novas tecnologias, seja pela combinação de ambas. Mas, também há resistências e experiências que demonstram as disputas e relações de poder constituintes dos territórios.
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