Diversidade, redes e territórios de resistência e afirmação no Estado de São Paulo: uma leitura a partir da Parada LGBTQIAP+

Autores

  • Wilians Ventura Ferreira Souza Mestrando pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - Campus de Presidente Prudente.
  • Carlos Alberto Feliciano Pesquisador III pela Universidade Estadual Paulista e Professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia.

DOI:

https://doi.org/10.51359/2238-8052.2021.249723

Palavras-chave:

Movimento LGBTQIAP , Parada LGBTQIAP , Diversidade.

Resumo

O Movimento LGBTQIAP+ brasileiro e de outras escalas, como o de Presidente Prudente – SP, possuem maneiras de atuar que os diferenciam de outros movimentos socioespaciais e socioterritoriais, o trunfo não está na terra, na água, na moradia, ainda que estes temas perpassam a escala do corpo e da vida. Temos visto o surgimento de Coletivos Sem-Terra que tem pautado a diversidade dentro de seus territórios de luta, apesar disso, é importante afirmar que o Movimento LGBTQIAP+ tem como trunfo a vida em suas infinitas representações e possibilidades. Um corpo é político, assim, um movimento que compõem dada pluralidade de corpos também é político, ele é essencialmente político, isto é, a política é um elemento constitutivo do ser. As Paradas aparecem neste artigo como um tipo ação essencial do Movimento LGBTQIAP+ paulista, sabemos que ela enquanto ação socioespacial altera e provoca mudanças nas dinâmicas das cidades que a realizam, produzem mudanças no cenário nacional e internacional pela sua potente capacidade de penetração nas mais diferentes camadas da sociedade. O objetivo deste artigo é evidenciar a importância dessa ação para a constituição dos movimentos e das redes de movimentos existentes em alguns municípios do Estado de São Paulo. Para alcançarmos o objetivo alvitrado aplicamos um questionário a 121 pessoas LGBTQIAP+ que participam das Paradas, de movimentos, instituições e organizações que pautam a diversidade sexual e de gênero no Estado de São Paulo, levantamento bibliográfico e pesquisas de campo.

Biografia do Autor

Wilians Ventura Ferreira Souza, Mestrando pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - Campus de Presidente Prudente.

Graduado em Geografia (Licenciatura) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Campus de Presidente Prudente - SP. Mestrando em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Campus de Presidente Prudente - SP, linha de pesquisa Trabalho Saúde e Movimentos Socioterritoriais. Desenvolve atualmente a pesquisa intitulada AQUI SE RESPIRA LUTA, AQUI SE PINTA DIVERSIDADE: por uma leitura socioespacial e socioterritorial do Movimento LGBTQIAP+ brasileiro. Pesquisador e membro do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária - NERA desde 2017. Membro do Centro de Memória e Hemeroteca Sindical Florestan Fernandes - CEMOSI desde 2017. Colaborou com a digitalização da coleção Metalúrgicos - TC 491/18, pelo CEDEM e CEMOSi (Centro de Memória, documentação e hemeroteca sindical Florestan Fernandes). Colaborador e Pesquisador da Rede DATALUTA, coletivo de pensamento que se destaca a partir das leituras e análises sobre ação dos movimentos socioespaciais e socioterritoriais que disputam espaços e territórios no Campo, Cidade, Água e Floresta, dando destaque para a construção teórico-metodológica em torno do Espaço Urbano a partir da criação das tipologias de movimentos socioespaciais e socioterritoriais e das tipologias de ações executadas pelos movimentos. Desenvolveu o projeto de iniciação científica financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) intitulado A produção e disputa pelo espaço a partir do corpo: luta e formação do movimento LGBT de Presidente Prudente/SP. É autor de vários artigos científicos e produções acadêmicas, dando destaque para: Movimento LGBT ocupando e transformando os espaços; Que movimento é esse: uma leitura histórica e socioespacial do Movimento LGBT de Presidente Prudente - SP; Da ditadura militar à Parada LGBTQIAP+: por uma abordagem socioespacial e socioterritorial do Movimento LGBTQIAP+ brasileiro; Corpos que não cabem: por uma contribuição geográfica dos corpos dissidentes e da saúde; A Parada LGBTQIAP+ como resposta ao "cistema" ou como parte dele, por uma leitura geográfica e tipológica das Paradas e de suas áreas de influência e Mapeamento dos Crimes de Ódio contra LGBTs: uma leitura socioespacial da violência entre os anos de 2017 e 2018. Contribuiu para a organização do I Encontro Latino-americano de Movimentos Socioespaciais e Socioterritoriais (I LATIN AMERICAN MEETING OF SOCIO-SPATIAL MOVEMENTS AND SOCIOTERRITORIAL) organizado pelos programas de pós-graduação em Geografia da Universidade Estadual Paulista, campus de São Paulo e campus de Presidente Prudente, pelo Programa e Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Pará e pelo Programa de Doutorado em Ciências Sociais da Universidade Nacional de La Plata. Contribuiu no anos de 2017, 2018, 2019 e 2020 para a elaboração e publicação do Relatório DATALUTA BRASIL, trabalho que evidencia os diferentes processos e conflitos que se dão e se estabelecem no campo e na cidade, atualmente também buscamos mapear e compreender os diferentes tipos de movimentos e tipos de ações que disputam a Cidade, Campo, Água e Floresta. Além da intensa participação acadêmica e teórica na construção e consolidação da abordagem socioespacial e socioterritorial, também realiza através de diferentes meios como TV, Jornal, Rádio e PodCasts a divulgação dos artigos, colóquios e discussões produzidas em ambiente acadêmico, assim, é possível observar a participação em mais de 15 mesas/rodas de conversa e 17 PodCasts (TERRITORIAL - UNESP) e programas de Rádio sobre assuntos variados que permeiam temas como geografia, movimentos socioespaciais e socioterritoriais, gênero e sexualidade. Colabora com a construção metodológica do relatório/denúncia dos Crimes de Ódio produzido pelo Observatório das Mortes e Grupo Gay da Bahia (GGB), relatório que evidencia e mapeia a violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, trangêneros, queer e intersexuais no Brasil.

Carlos Alberto Feliciano, Pesquisador III pela Universidade Estadual Paulista e Professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia.

Bacharel e licenciado em Geografia pela USP (1999), com Mestrado (2003) e Doutorado (2009) pelo Programa de Pós Graduação em Geografia Humana/USP. Exerceu cargo de Ouvidor da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo, instituição pública vinculada a Secretaria de Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, no período de 2007 a 2008. Possui experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Humana, atuando principalmente nos seguintes temas: geografia agrária, reforma agrária, ensino, políticas ambientais e cartografia. Autor do livro "Movimento Camponês Rebelde: A Reforma Agrária no Brasil", publicado pela Editora Contexto, em 2006. Atuou como prof. Adjunto do Departamento de Ciencias Geograficas da Universidade Federal de Pernambuco. Foi coordenador da Cátedra Gilberto Freyre da Universidade Federal de Pernambuco. Credenciado nos programas de Pós-Grauduçao em Geografia da UNESP/PP e PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE - UNESP. Atualmente concursado como Pesquisador III da Faculdade de Ciências e Tecnologia, Campus de Presidente Prudente, Universidade Estadual Paulista - UNESP. Coordenador do Nucleo de Estudos sobre Agroecologia do Pontal do Paranapanema- NEAPO. Pesquisador Associado de Projeto Temático da FAPESP.

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Publicado

2021-07-16

Edição

Seção

Artigos