Comportamento Hidráulico do Aquífero Cárstico Lagoa do Jacaré e sua Relação com o Rio Verde Grande, Norte de Minas Gerais

Autores

  • Mateus Alfenas De Filippo Laboratório de Estudos Hidrogeológicos [LEHID], Programa de Pós-graduação em Geologia, Departamento de Geologia, Universidade Federal de Minas Gerais - Av. Pres. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha, Belo Horizonte - MG, 31270-901, Brasil. https://orcid.org/0009-0004-2309-8984
  • Paulo Galvão Laboratório de Estudos Hidrogeológicos [LEHID], Programa de Pós-graduação em Geologia, Departamento de Geologia, Universidade Federal de Minas Gerais - Av. Pres. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha, Belo Horizonte - MG, 31270-901, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-7183-0368
  • Marília Carvalho de Melo Centro Universitário Vale do Rio Verde – UNINCOR, Castelo Branco Ave., 82, Chácara das Rosas, Três Corações – MG, 37410-000, Brasil https://orcid.org/0000-0002-9789-2169

DOI:

https://doi.org/10.26848/rbgf.v18.3.p2244-2261

Palavras-chave:

Hidrogeologia, Aquífero cárstico, poços tubulares, Interconexões Hidráulicas

Resumo

A bacia do rio Verde Grande, assim como outras na região norte de Minas Gerais, passa por episódios de escassez hídrica. No município de São João da Ponte, há um megaempreendimento do setor agropecuário, cujo abastecimento e irrigação é realizado pela explotação de água subterrânea via bateria de poços tubulares. Ainda que o recurso hídrico superficial local seja escasso, a bateria explota o Aquífero Cárstico Lagoa do Jacaré, de grande potencial hídrico. Assim, foi feito um estudo hidrogeológico na área para avaliar a sustentabilidade da explotação no que se refere a potenciais impactos no rio Verde Grande, principal rio da região, e foco de conflitos hídricos. As questões levantadas são: qual o comportamento do aquífero cárstico frente à explotação de água subterrânea? Existe conexão hidráulica local entre o aquífero cárstico e o rio Verde Grande? Para tal, foram avaliados, entre outubro de 2017 e junho de 2019, dados mensais de produção de poços, de monitoramento dos recursos hídricos e de ensaios de bombeamento, entre outros. Os resultados indicam um comportamento resiliente do aquífero cárstico frente à explotação de água subterrânea pela bateria de poços e a ausência de conexão hidráulica direta com o Rio Verde Grande na área, contrariando a hipótese de existência de impacto na disponibilidade hídrica desse rio decorrente de superexplotação localizada de água subterrânea.

Biografia do Autor

Mateus Alfenas De Filippo, Laboratório de Estudos Hidrogeológicos [LEHID], Programa de Pós-graduação em Geologia, Departamento de Geologia, Universidade Federal de Minas Gerais - Av. Pres. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha, Belo Horizonte - MG, 31270-901, Brasil.

Graduado em Geologia pela Universidade de Federal Minas Gerais (2002). Pós-graduado em Hidrogeologia pela Universidade Politécnica da Catalunya - Barcelona (2009). Mestre em Hidrogeologia pela Universidade Federal de Minas Gerais - (conclusão em 2022). Hidrogeólogo e sócio-diretor na IGEO Hidrogeologia Ltda. Desde 2002 atuando como consultor em projetos de hidrogeologia aplicados a mineração, obras civis, agronegócio e meio ambiente, tendo coordenado mais de 200 projetos.

Paulo Galvão, Laboratório de Estudos Hidrogeológicos [LEHID], Programa de Pós-graduação em Geologia, Departamento de Geologia, Universidade Federal de Minas Gerais - Av. Pres. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha, Belo Horizonte - MG, 31270-901, Brasil.

Bacharel em Geologia no Centro de Geociências da Universidade Federal do Pará (2007), Mestre em Hidrogeologia em meios porosos no Programa de Pós-Graduação em Geociências da Universidade Federal de Pernambuco (2011) e Doutor em Hidrogeologia cárstica no Programa de Pós-Graduação em Recursos Minerais e Hidrogeologia da Universidade de São Paulo (2015). Parte do doutorado foi realizado na Boone Pickens School of Geology, Oklahoma State University, EUA (2014), durante 1 ano, como pesquisador visitante. Foi Professor de Hidrogeologia entre 2016 e 2019 no Departamento de Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto. Atualmente, é Professor Adjunto A no Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Possui Bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq (Modalidade PQ-2). É membro da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS) e de seu Conselho Deliberativo em Minas Gerais, da International Association of Hydrogeologists (IAH), editor associado da Revista Águas Subterrâneas, da ABAS, e revisor de periódicos científicos nacionais e internacionais. É um dos coordenadores do LEHID (Laboratório de Estudos Hidrogeológicos) do Centro de Pesquisas Professor Manoel Teixeira da Costa (CPMTC), do IGC (UFMG). Tem experiência nas seguintes áreas: hidrogeologia em meios porosos e cársticos, diagnóstico e remediação de áreas contaminadas, isótopos estáveis (O18 e D), hidrogeoquímica, perfuração de poços tubulares e gestão de recursos hídricos subterrâneos.

Marília Carvalho de Melo, Centro Universitário Vale do Rio Verde – UNINCOR, Castelo Branco Ave., 82, Chácara das Rosas, Três Corações – MG, 37410-000, Brasil

Graduação em Engenharia civil pela Universidade Federal de Minas Gerais (2002), mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela Universidade Federal de Minas Gerais (2006) e doutorado em PEC - COPPE/UFRJ - Programa de Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2016). Atualmente é conselheira do conselho curador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, professora e coordenadora do mestrado da Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações, professor da Escola de Engenharia Kennedy. É secretária de estado de meio ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Foi diretora geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, atuando principalmente nos seguintes temas: gestão das águas, recursos hídricos, qualidade da água, monitoramento e segurança hídrica.

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Publicado

2025-04-02

Como Citar

Filippo, M. A. D., Galvão, P., & Melo, M. C. de. (2025). Comportamento Hidráulico do Aquífero Cárstico Lagoa do Jacaré e sua Relação com o Rio Verde Grande, Norte de Minas Gerais. Revista Brasileira De Geografia Física, 18(3), 2244–2261. https://doi.org/10.26848/rbgf.v18.3.p2244-2261

Edição

Seção

Hidrogeografia e Recursos Hídricos

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