Carta da Paisagem das Américas: um olhar sobre sua construção e desafios
DOI:
https://doi.org/10.26848/rbgf.v14.1.p455-478Keywords:
Paisagem, Cartas da Paisagem, AméricaAbstract
A Carta da Paisagem das Américas é fruto do compromisso dos países do continente americano, membros da Federação Internacional de Arquitetos Paisagistas da Região Américas (IFLA AR) com a elaboração de suas cartas nacionais e regionais de paisagem, com vistas à elaboração da Convenção Global da Paisagem. Publicada em 2018, a partir das 12 cartas já produzidas nas Américas e em sua maioria estimuladas pela Iniciativa Latino-americana da Paisagem (LALI), tem explicitamente como referência primeira a Convenção Europeia da Paisagem. Discutir seu conteúdo basilar e seu processo de construção até o produto final – fundamentado, essencialmente, no objeto empírico como ponto de partida definidor de seus princípios estruturadores, como a natureza, a cosmovisão, a cultura, a ética ambiental e a ‘americanidade’ como identidade – é o objetivo deste artigo. Estando em processo de implementação para ser homologada entre seus signatários, fecha-se esta discussão apontando-se os desafios implícitos formalmente em seus objetivos, reunidos em preocupações técnicas, políticas e voltadas à educação, bem como são apontados outros desafios em resposta às questões que já estão sendo levantadas nos fóruns de difusão e discussão necessários à sua apropriação e futura inserção em políticas de paisagem no continente americano.
References
Baudot, G.; Todorov, T., 2019. Relatos astecas da conquista. São Paulo: Editora Unesp.
Bardin, L., 1977. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Bartalini, V., 2007. Petrarca é o culpado. Arquiteturismo, São Paulo, ano 01, n. 010.04, Vitruvius, dez. Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/01.010/1386>. Acesso: 25 nov 2020.
Bernal García, M. E.; García Zambrano, A. J., 2006. El altepetl colonial y sus antecedentes prehispánicos: contexto teórico-historiográfico. In: Fernández Christlieb, F.; García Zambrano, A. J. (coord.). Territorialidad y paisaje en el altepetl del siglo XVI. México: FCE, Instituto de Geografia, UNAM, p. 31-113.
Bernd, Z., 2002. Americanidade/Americanização. In: XVII Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras E Linguística (ANPOLL), Gramado. Anais [...]. Gramado: FAURGS-UFRGS, p. 1-24. Disponível em: <https://partnership.files.wordpress.com/2008/02/americanidade-e-americanizacao.pdf> Acesso: 25 jan. 2020.
Besse, J-M., 2006. Ver a terra: seis ensaios sobre a paisagem e a geografia. São Paulo: Perspectiva.
Borrini-Feyerabend, G.; Dudley, N.; Jaeger, T.; Lassen, B.; Broome, N. P.; Phillips, A.; Sandwith T., 2017. Governança de Áreas Protegidas: da compreensão à ação. Série Diretrizes para melhores Práticas para Áreas Protegidas, No. 20, Gland, Suiça: UICN.
Busquets Fàbregas, J.; Cortina Ramos, A., 2009. Las cartas del paisaje. In: Busquets Fàbregas, J.; Cortina Ramos, A. (coord.). Gestión del paisaje: manual de protección, gestión y ordenación del paisaje. Barcelona: Editorial Ariel, S. A., p. 425-446.
Carta da Paisagem das Américas. Federação Internacional de Arquitetos Paisagistas Região Américas (IFLA-AR), Universidad Autónoma Metropolitana unidad Azcapotzalco (UAM-A). Cidade do México, 28 set. 2018. Disponível em: <http://paisagem.net.br/2019/07/10/carta-da-paisagem-das-americas-agora-em-portugues/>. Acesso: 4 jun. 2020.
Carta del Paisaje de las Américas. International Federation of Landscape Architects Americas Region (IFLA-AR), Universidad Autónoma Metropolitana unidad Azcapotzalco (UAM-A). Ciudad de México, 28 set. 2018. Disponível em: <https://www.ufpe.br/documents/39726/0/08.Carta+de+las+Americas_final_12.pdf/1c7926b7-4667-4bee-ae7b-fce008af9f9b>. Acesso: 7 nov. 2018.
Cauquelin, A., 2007. A invenção da paisagem. São Paulo: Martins Fontes.
Cedeño, Y., 2010. Nueva organización membro en Centro América y el Caribe. IFLA Newsletter Issue, n. 86, 10-11. Disponível em: <https://www.yumpu.com/es/document/read/14226725/no-86-un-nuevo-ano-un-nuevo-mundo-bienvenidos-ca->. Acesso: 2 fev. 2020.
Convenção Europeia da Paisagem. Decreto n. 4/2005. Florença, 20 out. 2000.
Dussel, E., 1973. América Latina: dependencia y liberación. Buenos Aires: Fernando García Cambeiro,
D’Angelo, P., 2011. Os limites das actuais teorias da paisagem e a paisagem como identidade estética dos lugares. In: Serrão, A. V. (coord.). Filosofia da paisagem. Uma antologia. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, p. 419-439.
Epicuro., 2002. Carta sobre a felicidade: (a Meneceu). São Paulo: UNESP.
Escalante Gonzalbo, P.; García Martínez, B.; Jáuregui, L.; Zoraida Vásquez, J.; Speckman Guerra, E.; Garciadiego, J.; Aboites Aguilar, L., 2014. Nueva historia mínima de México. México, D. F.: El Colegio de México.
Giannetti, E., 2002. Felicidade: diálogos sobre o bem-estar na civilização. São Paulo: Companhia das Letras.
Giucci, G., 2003. Uma carta: império e nação. In: Rocha, J. C. de C. (org.). Nenhum Brasil existe. Pequena enciclopédia. Rio de Janeiro: UniverCidade Editora, p. 49-62.
Gonçalves, V., 2012. Entrelaçar corpo e paisagem: Petrarca, Rousseau e Nietzsche. In: Serrão, A. V. (coord.). Filosofia e arquitectura da paisagem. Um manual. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, p. 105-115.
Gumbrecht, H. U., 2003. Quem foi Vaz de Caminha? In: Rocha, J. C. de C. (org.). Nenhum Brasil existe. Pequena enciclopédia. Rio de Janeiro: UniverCidade Editora, p. 35-47.
Holloway, M., 2003. Prece nas areias: Paula Rego e as representações visuais da Primeira Missa no Brasil. In: ROCHA, João Cezar de Castro (org.). Nenhum Brasil existe. Pequena enciclopédia. Rio de Janeiro: UniverCidade Editora, p. 63-71.
Krenak, A., 2019. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras.
Lampreia, D., 2012. Por uma política de paisagem: a propósito da Convenção Europeia da Paisagem. In: Serrão, A. V. (coord.). Filosofia e arquitectura da paisagem. Um manual. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, p. 253-265.
Leite, C., 2012. Cidades sustentáveis, cidades inteligentes: desenvolvimento sustentável num planeta urbano. Porto Alegre: Bookman.
Lester, T., 2012. A quarta parte do mundo: a corrida aos confins da terra e a épica história do mapa que deu nome à América. Rio de Janeiro: Objetiva.
López Austin, A.; Millones, L., 2012. Dioses del norte, dioses del sul: religiones y cosmovisión en Mesoamérica y los Andes. México: Ediciones Era.
Muriá, J. M., 1982. Conquista y colonización en México. México: Fondo de Cultura Económica.
Nogué Font, J.; Sala Martí, P., 2009. Los catálogos de paisaje. In: Busquets Fàbregas, J.; Cortina Ramos, A. (coord.). Gestión del paisaje: manual de protección, gestión y ordenación del paisaje. Barcelona: Editorial Ariel, S. A., p. 397-426.
O’Gorman, E., 1984. La invención de América. México: Fundo de Cultura Económica.
Peñalosa, R.; Alcántara, S.; Jankilevich, C.; Veras, L.; Ocejo Cázares, M. T. (redactores)., 2018. Descubrir los paisajes de las Américas. Diseñar, planificar, conservar y gestionar. Carta del paisaje de las Américas. Astragalos: Revista Cuatrimestral Iberoamericana, México, n.25, p. 125-133, diciembre. Disponível em: <https://outarquias.wordpress.com/2019/05/28/nuevo-numero-de-la-revista-astragalo-25-diciembre-2018/>. Acesso: 3 fev. 2020.
Querol, M., 2010. A. Manual de gestión del patrimonio cultural. Madrid: Ediciones Akal, S. A.
Ribeiro, R. W., 2007. Paisagem cultural e patrimônio. Rio de Janeiro: IPHAN/ COPEDOC.
Rogers, R., 2013. Cidades para um pequeno planeta. São Paulo: Editora Gustavo G. Gilli, Ltda.
Santos, E. da S., 2016. O ensaio como forma nas obras de Miguel de Unamuno e de José Enrique Rodó. In: II Simpósio Internacional Pensar e Repensar a América Latina. São Paulo. Anais [...]. São Paulo: PROLAM-USP. p. 1-14. Disponível em: <https://sites.usp.br/prolam/ii-simposio-internacional-pensar-e-repensar-america-latina_anais/>. Acesso: 26 jan. 2020.
Schenk, L. B. M., 2008. Arquitetura da paisagem: entre o Pintoresco, Olmsted e o Moderno. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo, Áreas de Concentração em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo) – Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos.
Serrão, A. V., 2012. Paisagem, uma categoria em transição. In: Serrão, A.V. (coord.). Filosofia e arquitectura da paisagem. Um manual. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, p. 317-332.
Silva, J. M. da; Sá Carneiro, A.R.; Feitosa Júnior, W. de B.; Rolim, M. E. D. de O., 2019. A Praça de Casa Forte: um jardim histórico, um patrimônio cultural do Brasil. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material [internet], v. 27, 1-30. DOI:
http://dx.doi.org/10.1590/1982-02672019v27e05
Simmel, G., 2011. Filosofia da paisagem [1913]. In: Serrão, A. V. (coord.). Filosofia da paisagem. Uma antologia. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, p. 42-51.
Tickel, C., 2013. Introdução. In: Rogers, R. Cidades para um pequeno planeta. São Paulo: Editora Gustavo G. Gilli, Ltda, p. ii-vii.
Unamuno, M., 2002. Americanidad. Caracas: Biblioteca Ayacucho.
Veras, L. M. de S. C. Paisagem-postal: a imagem e a palavra na compreensão de um Recife urbano. Tese. (Doutorado em Desenvolvimento Urbano), Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2014. Disponível em: <https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13174/1/TESE%20L%c3%bacia%20Maria%20de%20Siqueira%20Veras.pdf>. Acesso: 15 mar. 2021.
Williamson, E., 2016. História da América Latina. Lisboa: Edições 70.
Wolf, E., 1967. Pueblos y culturas de Mesoamérica. México: Ediciones Era S. A.
Zoido Naranjo, F., 2009. El Convenio Europeo del Paisaje. In: Busquets Fàbregas, J.; Cortina Ramos, A. (coord.). Gestión del paisaje. Manual de protección, gestión y ordenación del paisaje. Barcelona: Editorial Ariel, S. A., p. 299-315.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors who publish with Revista Brasileira de Geografia Física agree to the following terms:
Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0) license that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this journal.
Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.
Authors are permitted to make their work available online before or during the editorial process, on academic social networks, digital repositories, or preprint servers. After publication in Revista Brasileira de Geografia Física, authors are expected to update the preprint or postprint versions on the platforms where they were originally made available, providing a link to the final published version and any other relevant information, with proper recognition of authorship and the initial publication in this journal.
You are free to:
Share — copy and redistribute the material in any medium or format for any purpose, even commercially.
Adapt — remix, transform, and build upon the material for any purpose, even commercially.
The licensor cannot revoke these freedoms as long as you follow the license terms.
Under the following terms:
Attribution — You must give appropriate credit , provide a link to the license, and indicate if changes were made . You may do so in any reasonable manner, but not in any way that suggests the licensor endorses you or your use.
No additional restrictions — You may not apply legal terms or technological measures that legally restrict others from doing anything the license permits.