Características dos sedimentos subsuperficiais do manguezal da praia da Pedra, Rio Formoso (PE)
Schlagworte:
estuário, manguezal, carbonato, matéria orgânica, sedimentaçãoAbstract
Os estuários são ambientes costeiros presentes na interface terra-mar. Por se tratar de uma área que sofre com a hidrodinâmica de ambas as forças, do rio e do oceano, o estuário é um ambiente importante para o ciclo sedimentar, com caráter dominante de ambiente deposicional (Santos e Barcellos, 2017). Assim, as características dos sedimentos como a textura, ajudam a interpretar a dinâmica sedimentar em estuários e ambientes correlatos que os compõem como os manguezais. Estes são ecossistemas distribuídos em regiões intermarés, na interface terra-mar, da região tropical a subtropical do globo, que estão presentes em ambientes de características adversas, como, altas salinidade e temperatura, locais de alta taxa de sedimentação e solos lamosos e anaeróbicos (Giri et al., 2011). Mangues, assim como estuários, são filtros efetivos que removem grandes quantidades de carbono orgânico total (COT) e nutrientes, embora o destino deste material filtrado seja pouco compreendido (Sanders et al., 2014). Deste modo, os estuários desempenham um papel fundamental na ciclagem de carbono e outros elementos biogênicos por meio da troca e modificação de matéria orgânica (MO) fornecida do continente para a zona costeira e oceanos, sendo locais importantes para a produção, respiração e transformação de matéria orgânica. Dentre os elementos biogênicos nos sedimentos destaca-se o carbonato de cálcio, indicativo da influência marinha na sedimentação (Paropkari et al., 1991). O presente trabalho tem como objetivo a caracterização dos sedimentos subsuperficiais da praia da pedra, Rio Formoso (PE).
Literaturhinweise
Carver, R.E. (1971), Procedures in Sedimentary Petrology. Wiley Interscience, p. 49-69.
Giri, C., Ochieng, E., Tieszen, L.L., Zhu, Z., Singh, A., Loveland, T., Masek, J. e Duke, N. (2011), Status and distribution of mangrove forests of the world using earth observation satellite data, Global Ecology and Biogeography, Vol. 20, pp.154–159, doi:10.1111/j.1466-8238.2010.00584.x.
Larsonneur, C., Bouysse, P. e Auffret, J.-P. (1982), The superficial sediments of the English Channel and its Western Approach, Sedimentology, Vol. 29, No.6, pp. 851-864, doi:10.1111/j.1365-3091.1982.tb00088.x.
Lira, L., Zapata, M.C. eFonseca, V.G. (1979), Aspectos da dinâmica do estuário do Rio Formoso, PE, Caderno Ômega, Vol. 3, pp.133–156.
Paropkari, A.L., Iyer, S.D., Chauhan, O.S. e Babu, P. (1991), Depositional Environments Inferred from Variations of calcium Carbonate, Organic Carbon, and Sulfide Sulfur: A core from Southeastern Arabian Sea, Geo-Marine Letters, Vol. 11, pp. 96–102, doi:10.1007/BF02431036.
Pejrup, M., (1988), The triangulardiagram used for classification of estuarine sediments: a new approach, in de Boer, P.L., van Gelder, A. eNio, S.D. (Eds.), Tide-Influenced Sedimentary Environments and Facies, Reidel, Dordrecht, 1988, pp. 289-300. doi:10.1007/978-94-015-7762-5_21.
Romankevich, E.A. (2013), Geochemistry of Organic Matter in the Ocean,New York, Springer-Verlag, 334p, doi:10.1002/aheh.19850130604.
Sanders, C.J., Eyre, B.D., Santos, I.R., Machado, W., Luiz-Silva, W., Smoak, J.M., Breithaupt, J.L., Ketterer, M.E., Sanders, L., Marotta, H. e Silva-Filho, E. (2014), Elevated rates of organic carbon, nitrogen, and phosphorus accumulation in a highly impacted mangrove wetland, Geophysical Research Letters, Vol. 41, No. 7, pp. 2475-2480, doi:10.1002/2014GL059789. Santos, L.D. e Barcellos, R.L. (2017), Sedimentação Atual Do Estuário Do Rio Formoso-PE (Brasil), 1, 1. NEA-Edições, Saarbrucken, Alemanha, p. 113.
Silva, J.P. (2008), Estudos Sedimentológicos, hidrodinâmicos, batimétricos e da qualidade da água visando a evolução e os aspectos ambientais associados do estuário do Rio Formoso –PE,Tese (doutorado) -Universidade Federal de Pernambuco, Geociências, Recife, 146p.
Woodroffe, C. (1992), Mangrove sediments and geomorphology, in Robertson, A.I. eAlongi, D.M. (Eds), Tropical Mangrove Ecosystems, American Geophysical Union, Washington D.C., pp. 7–41, doi: 10.1029/CE041p0007.
Woodroffe, C. (2002), Coasts: form, process and evolution,Cambridge University Press, 638p.