Análise das comunidades macrobentônicas sésseis, como ênfase na interação entre cnidário Zoantus sociatus (Ellis, 1978) e macroralga, no topo de um recife de águas rasas do nordeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5914/tropocean.v43i1.5831Schlagworte:
área de cobertura, fototransecto, TamandaréAbstract
O objetivo do presente trabalho foi avaliar se as áreas de cobertura de Zoanthus sociatus (Ellis, 1768) e de macroalgas no topo da área fechada de Tamandaré apresentam associação e se juntas influenciam na variação da área de cobertura da comunidade macrobentônica séssil. As amostragens foram realizadas no topo dos recifes da área fechada de Tamandaré (PE, Brasil) em janeiro e de março a agosto de 2012. A fauna macrobentônica séssil foi avaliada através do fototransecto. Foram realizados 9 transectos fixos de 10 m de extensão, e em cada um deles foram fotografados dez quadrados de 50 x 50 cm, totalizando 630 fotografias. A comunidade macrobentônica séssil apresentou como grupos com maior área de cobertura o zoantídeo Zoanthus sociatus (Ellis, 1768) e as macroalgas (principalmente a rodófita Palisada perforada). A área de cobertura viva total variou de 3,3 % a 100%, com uma média de 80,26%. Já Z. sociatus apresentou uma variação de 3,3 % a 80% (média: 26,37%) de área de cobertura e as macroalgas variaram de 3,3% a 93% (média: 29,98%). Houve uma correlação positiva entre a área de cobertura total e a de macroalgas e uma correlação negativa entre a área de cobertura de macroalgas e de Z. sociatus. O grupo que mais influenciou nas mudanças da comunidade macrobentônica séssil dos ambientes de estudo é o das macroalgas. O fato das macroalgas e o zoantídeo Z. sociatus apresentarem áreas de cobertura inversas, ao longo dos meses, pode estar relacionado à estratégias competitivas regidas pelas mudanças ambientais.Literaturhinweise
BARRADAS, J. I.; AMARAL, F. D.; HERNÁNDEZ, M. I. M.; MONTES-FLORES, M. J.; STEINEI, A. Q. Spatial distribution of of benthic macroorganisms on reef flats at Porto de Galinhas Beach (northeastern Brasil), with special focus on corals and calcified hydroids.Biotemas, v. 2, n. 23, p. 61-67, 2010.
CHADWICK, N.; MORROW, K. Competition Among Sessile Organisms on Coral Reefs. In: Coral Reefs: An Ecosystem in Transition. eds Z. Dubinsky, N. Stambler, p. 347-371, 2011.
COSTA JR., O. S.; ATTRILL, M. J.; PEDRINI, A. G.; DE-PAULA, J. C. Benthic macroalgal distribution in coastal and offshore reefs at Porto Seguro Bay, Brazilian Discovery Coast. In: 9th International Coral Reef Symposium. 2001, p. 23-27.
FERREIRA, B. P.; MAIDA, M.; CAVA, F. II Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, 2001. Minas Gerais. Características e perspectivas para o manejo da pesca na APA costa dos corais. Anais do II Congresso de Unidades de conservação, 2001, Minas Gerais, 11 p.
HETZEL, B. & CASTRO, C. B. Corais do Sul da Bahia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994. 189 p.
HILL, J. & WILKINSON, C. Methods for ecological monitoring of coral reefs. Australia: Australian Institute of Marine Science, 117 p.2004
IGLESIAS-PRIETO, R.; TRENCH, R. K. Acclimation and adaptation to irradiance in symbiotic dino ̄agellates.II. Response of chlorophyll-protein complexes to different photon-fluxdensities. Marine Biology, v. 130, p.23-33, 1997.
KAPLAN, E. H. Ecology of the coral reefs. Field guide to coral reef of the Caribbean and Florida. Houghton-Mifflin Company, 1982. 289 p.
KOHLER, K. E.; GILL, M. S. Coral Point Count with Excel extensions (CPCe): A Visual Basic program for the determination of coral and substrate coverage using random point count methodology. Computers & Geosciences. n.32, p. 1259–1269, 2006.
LEVINTON, J. S. Marine Biology: Function, Biodiversity, Ecology. Oxford University Press, 1995. 420 p.
OIGMAN-PSZCZOL, S. S.; FIGUEIREDO, M.A. O.; CREED, J. C. Distribution of benthic communities onthe tropical rocky subtidal of Armação dos Búzios, Southeastern Brazil. Marine Ecology,v. 25, n. 3,p. 173–190, 2004.
PAUL, V. J.;FENICAL,W. Isolation of halimedatrial: chemical defense adaptation in the calcareous reef-building alga Halimeda. Science, v. 221, p. 747-749, 1983.
PEREIRA, R. C. eSOARES-GOMES, A. Biologia Marinha. Rio de Janiero: Interciência, 2009. 631 p.
RABELO, E. F.; SOARES, M. O.; MATTHEWS-CASCON, H. Competitive interactions among zoanthids (Cnidaria: Zoanthidae) in an intertidal zone of Northeastern Brazil. Brazilian Journal of Oceanography, v. 61, n. 1, p. 35-42, 2013.
RODGERS, K. S.; COX, E. F. The effects of trampling on Hawaiian corals along a gradient of human use. Biological Conservation, v. 112, p. 383 –389, 2003.
ROHLFS DE MACEDO, C. M. R.; BELÉM, M.J. C. The genus Zoanthusin Brazil. Characterization and Anatomical revision of Zoanthus sociatus(Cnidaria, Zoantharia, Zoanthidae). Iheringia, v. 77, p.135-144,1994.
SEBENS,K. P. Intertidal distribution of zoanthids on the caribbean coast of Panama:effects of predation and desiccation. Bulletin of Marine Science, v. 32, n. 1, p.316-335, 1982.
SHEPPARD, C. R.; DAVY, S. K.; PILLING, G. M. The biology of coral reefs. Oxford, 2009.339 p.
SILVA, I. B.; FUJII, M. T.; MARINHO-SORIANO, E. Influence of tourist activity on the diversity of seaweed from reefs in Maracajaú, Atlantic Ocean, Northeast Brazil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 22, p. 889-893, 2012.
SOARES, M. O.; SOUSA, L.P.Effects of salinity on Zoanthus sociatus(Cnidaria: Anthozoa): Is low salinity a limiting factor?Revista Biociências, v.17, n.1, 2011.
VILLAÇA, R.; PITOMBO, F. B. Benthic communities of shallow-water reefs of Abrolhos, Brazil. Brazilian Journal of Oceanography, v. 45, p. 35-43, 1997.
WESTMACOTT, S.; TELEKI, K.; WELLS, S.; WEST, J. Gestão de recife de coral branqueados ou severamente danificados. IUCN, 2000. 36 p.
ZAR, J.H. 1996. Biostatistical analysis, 3rd ed. Prentice Hall, Upper Saddle River, N.J.