Variáveis Ambientais e Biomassa Fitoplanctônica da Região Estuarina do Baixo São Francisco (Nordeste/ Brasil)

Auteurs-es

  • Enaide Marinho de Melo-Magalhães Universidade Federal de Alagoas, Laboratórios Integrados de Ciências do Mar e Naturais
  • William Fernandes de Araújo Barbosa Universidade Federal de Pernambuco, Pós-Graduação em Oceanografia
  • Ariadne do Nascimento Moura Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de pós-graduação em Botânica
  • Paulo Ricardo Petter Medeiros Universidade Federal de Alagoas, Laboratórios Integrados de Ciências do Mar e Naturais
  • Maria Luise Koening Department of Oceanography – DOCEAN - UFPE

Mots-clés :

Parâmetros hidrologicos, Clorofila a, Fitoplâncton, Estuário, Rio São Francisco

Résumé

O presente estudo visa caracterizar as variáveis ambientais relacionando-as com a biomassa fitoplanctônica do estuário do Rio São Francisco. As coletas foram realizadas em quatro estações fixas durante os períodos de estiagem e chuvoso. As amostras para análises físico-químicas, clorofila a e densidade celular foram coletadas com garrafa do tipo Van Dorn. A salinidade apresentou concentrações inferiores a 0,5 na maioria das estações, exceto nas estações P3 e P4, com valor máximo de 28,47. A temperatura máxima foi de 29,38 °C e o pH manteve-se alcalino. As concentrações de oxigênio foram altas, com valor máximo de 7,43 mL.L-1. Com relação aos nutrientes dissolvidos, apenas o fósforo total apresentou valores médios mais elevados no período chuvoso, os demais nutrientes foram mais elevados no período de estiagem. A biomassa fitoplanctônica (clorofila a) apresentou valores médios entre 1,05 e 3,82 mg.m-3. A densidade fitoplanctônica foi baixa com valores entre 8 org.mL-1 e 18,8 org.mL-1, destacaram-se as cianofíceas: Raphidiopsis raciborskii e Oscillatoria sp. e as diatomáceas: Aulacoseira granulata e Aulacoseira islandica. O estuário do rio São Francisco é um ambiente oligotrófico em termos de nutriente dissolvidos e clorofila a, com maior influência do fluxo limnético e baixa densidade fitoplancônica.

Références

Bazin, P., Jouenne, F., Deton-Cabanillas, A. F., Pérez-Ruzafa, Á. & Véron, B. (2014), Complex patterns in phytoplankton and microeukaryote diversity along the estuarine continuum. Hydrobiologia, v.726, pp.155-178. https//doi.org/10.1007/s10750-013-1761-9.

Bernardes, M. C.; Knoppers, B. A.; Rezende, C. E.; Souza, W. F. L.; Ovalle, A. R. C. (2012), Land-sea interface features of four estuaries on the South America Atlantic coast. Brazilian Journal of Biology v. 72, n. 3, p. 761-774, 2012. Supplement. PMid: 23011302.http://dx.doi.org/10.1590/S1519-69842012000400011.

Cochran, W. G.; Cox, G. M. (1957), Experimental design. 2.ed. London: J. Wiley, 1957. 611p.

Cavalcante, G.; Vieira, F.; Campos, E.; Brandini, N.; Medeiros, P.R.P. (2020), Temporal streamflow reduction and impact on the salt dynamics of the São Francisco River Estuary and adjacen coastal zone (NE/Brazil). Regional Studies in Marine Science, v. 38, n. 101363.

Cavalcante, G.; Miranda, L.B.; Medeiros, P.R.P. (2017), Circulation and salt balance in the São Francisco river Estuary (NE/Brazil). Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 22, e 31.

Dame, R. Alber, M. Allen, D. Mallin, M. Montague, C. Lewitus, A. Chalmers, A. (2000), Gardner, R.; Gilman, C. Kjerfve, B. Pinckney, J. Smith, N. Estuaries of the South Atlantic Coast of North America: Their Geographical Signatures. Estuaries, vol. 23, No. 6, pp. 793-819.

Ferreira, D. F. (2014). Sisvar: um guia dos seus procedimentos de comparações múltiplas Bootstrap. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 38, n. 2.

Gardner, L. R. Kjerfve, B. Petrecca, D. M. (2006), Tidal fluxes of dissolved oxygen at the North Inlet-Winyah Bay National Estuarine Research Reserve. Estuarine, Coastal e Shelf Science, vol. 67, pp. 450-460.

Grasshoff, K. Ehrhardt, M. Kremling, K. (1983), Methods of seawater analysis. 2nd ed. New York: Verlag Chemie, 419 p.

Grego, C. K. S. Feitosa, F. A. N. Honorato- da-Silva, M. Silva-Cunha, M. G. G. Nascimento-Filho, G. A. (2009), Fitoplâncton do Ecossistema Estuarino do rio Ariquindá (Tamandaré, Pernambuco, Brasil): Variáveis Ambientais, Biomassa e Produtividade Primária. Atlântica, Rio Grande, vo.31, No. 2, pp. 183-198.

Honorato-da-Silva, M. Passavante, J. Z. O. Silva-Cunha, M. G. G. Nascimento Vireira, D. A. grego, C. K. S. Muniz. K. (2004), Distribuição Espacial e Sazonal da Biomassa Fitoplanctônica e dos Parâmetros Hidrológicos no Estuário do Rio Formoso (Rio Formoso, Pernambuco, Brasil). Tropical Oceanography, vol.32, No. 1, pp. 89-106.

Honorato-da-Silva, M. Silva-Cunha, M. G. G. Passavante, J. Z. O Grego, C. K. S Muniz, K. (2009), Estrutura sazonal e espacial do microfitoplâncton no estuário do rio Formoso, PE, Brasil. Acta botanica brasilica, vol. 23, No. 2, pp. 355-368.

Karlson, B. Cusack, C. Bresnan, E. (Ed.). (2010), Microscopic and Molecular Methods for Quantitative Phytoplanktonic Analysis. (IOC Manuals and Guides, no. 55). Paris: UNESCO, 110 pp.

Knoppers, B., De Souza, W.F.L., Ekau, W., Figueiredo, A. and Soares-Gomes, A. (2009), A interface terra-mar do Brasil. In Pereira, RC. and Soares-Gomes, A. (Eds.). Bilogia Marinha. Interciência. cap. 22, p. 529-553.

Knoppers, B. Medeiros, P. R. P. Souza, W. F. L. Jennerjahn, T. Verlag. (2005), The São Francisco Estuary, Brazil. In: Wangersky, P. (Ed.). The Handbook of Environmental Chemistry. 5 – Water Pollution: estuaries. Berlin: Springer, pp. 1-20.

Lacerda, S. R.; Koening, M. L.; Neumann-Leitão, S. & Flores-Montes, M. J. 2004. Microphytoplankton nyctemeral variation at a tropical river estuary (Itamaracá – Pernambuco – Brazil). Braz. J. Biol., 64 (1): 81-94.

Leão, B. M. Passavante, J. Z. O. Silva-Cunha, M. G. G. Santiago, M. F. (2008), Ecologia do microfitoplâncton do estuário do rio Igarassu, PE, Brasil. Acta botanica brasilica, vol. 22, No. 3, pp. 711-722.

Lopes, C.L., Silva, P.A., Dias, J.M., Rocha, A., Rocha, Picado, A., Plecha, S., Fortunato, A.B., (2011), Local sea level change scenarios for the end of the 21st century and potential physical impacts in the lower Ria de Aveiro (Portugal). Continental Shelf Research 31 (14), 1515-1526.

Medeiros, P.R.P.; Cavalcante, G.H.; Brandini, N.; Knoppers, B.A. (2016), Inter-annual variability on the water quality in the lower São Francisco River (NE-Brazil). Acta Limnologica Brasiliensia, vol. 28, n°. 5, pp. 1-11.

Medeiros, P.R.P.; Santos, M.M.; Cavalcante, G.H.; Souza, W.F.L.; Silva, W.F. (2014), Características ambientais do baixo São Francisco (AL/SE): efeitos de barragens no transporte de materiais na interface continenteoceano. Geochimica Brasiliensis, vol. 28, n°. 1, pp. 65-78.

Medeiros, P. R. P. Knoppers, B. A. Cavalcante, G. H. Souza, W. F. L. (2011), Changes in Nutrient Loads (N, P and Si) in the São Francisco Estuary after the Construction of Dams. Brazilian Archives of Biology and Technology, vol. 54, No.2, pp.387-397.

Melo-Magalhães, E. M.; Moura, A. N.; Medeiros, P.R.P.; Koening, M.L. (2016), Microphytoplankton Biomass and Trophic State of the Estuarine Region of São Francisco River (Northeastern/ Brazil). Brazilian Journal of Aquatic Science and Technology. Vol.20, n°2. pp. 51-62.

Melo-Magalhães, E. M., Moura, A.N., Medeiros, P.R.P. Lima, E.L.R, Koening, M. L. (2011), Phytoplankton of the São Francisco River Estuarine Region (Northeastern Brazil): a Study of its Diversity. Brazilian Journal of Aquatic Science and Technology (Impresso). vol.15, n° 1, pp.95 – 105.

Melo-Magalhães, E. M. Moura, A. N. Koening, M. L. Lima, E. L. R. Medeiros, P. R. P. (2010), Biomassa Fitoplanctônica do Estuário do Rio São Francisco. In: Congresso Brasileiro de Oceanografia, 3, Rio Grande. Anais… Rio Grande: Associação Brasileira de Oceanografia.Rio Grande (RS).

Melo-Magalhães, E. M. Lira, M.C.A. Koening, M. L. Moura, A. N. (2009), Determination of Eutrophic Regions on Mundaú/Manguaba Lagoons, Alagoas- Brazil Through Studies with Phytoplankton Community. Brazilian Journal of Biology, vol.69, No. 2, pp. 271-280.

Melo-Magalhães, E. M. Koening, M. L. Moura, A. N. (2008), Complexo estuarino-lagunar Mundaú/ Manguaba, Alagoas-Brasil: especies de algas bioindicadoras de impactos ambientais In: Congresso Brasileiro de Ficologia, 11. Simpósio Latino-Americano Sobre Algas Nocivas, 2008, Itajaí, SC. Anais… Rio de Janeiro: Museu Nacional, Organização da Sociedade Brasileira de Ficologia. (Série Livros, 30), pp. 167-185.

Nixon, S. W. (1981), Remineralization and Nutrient Cycling in Coastal Marine

Ecossistems. In: Neilson, B.J.; Le Crolin. Estuaries and Nutrients. New York:Human, 981. pp. 111-138.

Paiva, R. S. Eskinazi-Leça, E. Passavante, J. Z. O. Silva-Cunha, M. G. G. Melo, N. F. A. C. (2006), Considerações ecológicas sobre o fitoplâncton da baía do Guajará e foz do rio Guamá (Pará, Brasil). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, vol. 1 No. 2, pp. 133-146.

Proença, L. A. O. (2002), Clorofila a do fitoplâncton em seis enseadas utilizadas para cultivo de moluscos bivalves no litoral de Santa Catarina. Notas Técnicas FACIMAR, vol. 6, pp.33-44.

Reviers, B. (2006), Biologia e Filogenia das Algas. Porto Alegre: ARTMED, 280 p.,

Schetinni, C.A.F.; Miranda, L.B. (2010), Circulation and suspended particulate matter transport in a tidally dominated estuary: Caravelas estuary, Bahia, Brazil. Brazilian Journal of Oceanography, vol. 58, n°. 1, pp. 1-11.

Schettini, C. A. F. Rasgalla Jr. C. Pereira Filho, J. Silva, M. A. C. Truccolo, E. C. Rörig, L. R. (2005), Variabilidade temporal das características oceanográficas da região de influência fluvial do rio Itajaí-açu. Brazilian Journal of Aquatic Science and Technology, vol. 9, No. 2, pp. 93-102

Schettini, C. A. F. (2002), Caracterização Física do Estuário do Rio Itajaí-Açu, SC. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, vol. 7, No.1, pp. 123-142.

Sathicq, M. B., Gómez, N., Bauer, D. E. & Donadelli, J. (2017), Use of phytoplankton assemblages to assess the quality of coastal waters of a transitional ecosystem: Río de la Plata Estuary. Continental Shelf Research, 150, 10-17. DOI: https://doi.org/10.1016/j.csr.2016. 08.009

Strickland, T. D. H. Parsons, T. R. (1972), A manual of seawater analysis. Bulletin Fisheries Reserch Board of Canada, Ottawa, 125: 1-205.

UNESCO (1966), Determination of photosynthetic pigments in sea water: report of SCOR/UNESCO. (Monography on Oceanography Methodology), Paris: 69 p.

UNESCO (1973), International oceanographic tables. Wormley, 2: 141 p.

Wilson, J. G. (1994), The Role of Bioindicators in Estuarine Managment. Estuaries, vol. 17, No. 1, pp. 94-101.

Fichiers supplémentaires

Publié-e

2023-12-28