Características biométricas e índices de condição da ostra-de-mangue Crassostrea rhizophorae (Guilding, 1828) do estuário do rio Ipojuca, PE, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5914/tropocean.v48i1.247361Parole chiave:
ostra-de-mangue, Crassostrea rhizophorae, biometria, índices de condição.Abstract
Filtradores sésseis e bioacumuladores, as ostras são bons indicadores da saúde dos estuários. Alteração das características morfológicas de suas conchas e da relação peso de sua carne para o volume de sua concha, etc. refletem a qualidade do ambiente onde vivem. O presente trabalho enfoca uma avaliação das condições da ostra-de-mangue Crassostrea rhizophorae no estuário do rio Ipojuca, um dos mais poluídos do país. Para tanto 80 indivíduos de 4 áreas do estuário foram coletados em jan/2019 (pós-desova) e out/2019 (desova), pesados e mensurados. Com base nesses dados foram calculados os índices de espessamento da concha (STI1) e o índice de qualidade da norma francesa AFNOR. Resultados revelaram por um lado, a ocorrência de ostras comercialmente classificáveis como “finas” e mesmo “especiais” em termos de seu desenvolvimento e preenchimento do espaço intervalvar das mesmas. Por outro lado, baixos valores (< 4) do índice de monitoramento STI1, forte indicador de contaminação por TBTF, alerta para a necessidade de futuras investigações para confirmar essas suspeitas bem como para investigar a adequabilidade ou não das ostras do Ipojuca ao consumo humano.
Riferimenti bibliografici
AFNOR (1985), Norme française huîtres creuses, Dénomination et classification, NF, Vol. 45-56, 5p.
Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (CONDEPE/FIDEM) (2005), Série Bacias Hidrográficas de Pernambuco, Vol. 1, Rio Ipojuca, pp. 1-64.
Alzieu,C.,Heral, M.,Thibaud, Y.,Dardignac, M.J. andFeuillet, M. (1982),Influence des peintures antissalissures à base d' organostanniques sur la calcification de la coquille de l'ûitre Crassostrea gigas, Revue des Travaux de l'Institut des Pêches Maritimes, Vol. 45, pp. 100-116.
Andrade, G.O.andLins, R.C.O. (2001), Clima do Nordeste, Revista de Geografia,DCG/UFPE –NAPA, Recife, Vol. 17, n. 1, pp. 3-32.
Borges, L.M.S. (1997). Alguns aspectos da biologia de Thais haemastoma(Gastropoda: Muricidae) e a sua utilização como espécie indicadora de poluição por TBT, nas águas do porto e marina de Ponta Delgada. Estágio de licenciatura em biologia, Universidade dos Açores, Ponta Delgada. 133 pp.
Braga, R.A.P.,Maestrini, P. andLins, M.F. (1989),Impacto da implantação do Complexo Industrial-Portuário de Suape -PE sobre as populações de moluscos comestíveis,Anais da Sociedade Nordestina de Zoologia(Teresina-Piauí-Brasil), Vol. 3, n.3, pp.137-153.
Comissão Interministerialpara os Recursos do Mar (CIRM) (1981),III Plano Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, in I Plano Setorial para os Recursos do Mar (1982-1985), Brasília, pp. 1-105.
CÓDIGO FLORESTAL -Lei Nº 12.651 de 25 de maio de 2012 (2012),Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa e dá outras providencias,DOU de 28 de maio de 2012.
Costa, P.F. (1975),Biologia e tecnologia para o cultivo de ostras,inMarinhado Brasil (MB),Instituto Nacional de Estudos do Mar, Manual de Maricultura,Rio de Janeiro, cap. VIII, 36p.
Dame, R.F. (2011),Ecology of Marine Bivalves: An Ecosystem Approach,CRC Press, Boca Raton, FL. 284p.
Galtsoff, P.S. (1964),The American oyster Crassostrea virginica(Gmelin),Fishery Bulletin, Vol. 64, n. 1, pp. 11-28.
Gervis, M.H. andSims, N.A. (1992),The biology and culture of pearloysters(Bivalvia: Pteriidae),ICLARM Studies and Reviews,21, Overseas Development Administration, UK and ICLARM, Manila.
Grabowski, J.H. andPetersen, C.H. (2007),Restoring Oyster Reefsto Recover Ecossystem Services, Theoretical Ecology Series,Vol. 4, pp. 281-298.DOI: 10.1016/S1875-306X(07)80017-7
Guimarães, I.M.,Antonio, I.G.,Peixoto, S. andOlivera, A. (2008),Influência da salinidade sobre a sobrevivência da ostra-do-mangue, Crassostrea rhizophorae,Arquivos de Ciências do Mar, Fortaleza, Vol.41, n.1, p.118-122.DOI: 10.32360/acmar.v41i1.6084
Harding,J.M.andMann, R. (2001),Oyster reefs as fish habitat: opportunistic use of restored reefs by transient fishes,Journal of Shellfish Research,Vol. 20, pp. 951-959.
Hargis Jr.,W.J.andHaven, D.S. (1999),Chesapeake oyster reefs, their importance, destruction and guidelines for restoring them, in Luckenbach, M.W., Mann, R. andWesson, J.A. (Eds),Oyster reef habitat restoration: a synopsis of approaches,Virginia Inst Mar Sci Press, Gloucester Point, VA, pp.329-358.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2015),Indicadores de Desenvolvimento Sustentável–Brasil, 352p.
Jackson, J.B.C.,Kirby, M.X.,Berger, W.H,Bjorndal,K.A., Botsford, L.W., Bourque, B.J., Bradbury, R.H., Cooke, R., Erlandson, J., Estes, J.A., Hughes, T.P., Kidwell, S., Lange, C.B., Lenihan, H.S., Pandolfi, J.M., Peterson, C.H., Steneck, R.S., Tegner, M.J. and Warner, R.R.(2001),Historical overfishing and therecent collapse of coastal ecosystems,Science, Vol. 293, pp. 629-638.DOI:10.1126/science.1059199.
Lenz, T. andBoehs, G. (2011),Ciclo reprodutivo del ostión de manglar Crassostrea rhizophorae(Bivalvia: Ostreidae) en la Bahía de Camamu Bahia, Brasil,Revista de Biologia Tropical,Vol. 59, n. 1, pp. 137-149.DOI: 10.15517/rbt.v59i1.3184.
Lins, S.R.R.M. andMedeiros, C. (2018),Propagação da maré salina em um estuário tropical estrangulado, Ipojuca, NE-Brasil,Tropical Oceanography,Vol. 46, n.1, pp.70-91.DOI: https://doi.org/10.5914/tropocean.v46i1.237251.
Magro, C.A.L. (2016),Avaliação preliminar da Qualidade, Segurança e Perfil Nutricional da fração edível de Crassostrea spp. selvageme de aquacultura no Sado,Dissertação de Mestrado em Tecnologias de Produção e Transformação, Universidade Federal do Pará, 69p.
Mann, R. (1982),Ecology of Coastal Waters: a System Approach,University ofCalifornia Press, Verkeley, CA,322p.
Mann, F.D. andSteinke, T.D. (1988),Photosynthetic and respiratory responses of the mangrove-associated red algae, Bostrychia radicanse Caloglossa leprieurii,South African Journal of Botany, Vol. 54, pp.203-207.DOI: https://doi.org/10.1016/S0254-6299(16)31320-5
Martinez, R.H. andRusch, E. (2014),Understanding the connection between coastal waters and ocean ecosystem series and human health, Workshop Summary 2014, Institute of Medicine of National Academy –versãoeletrônica, National Academic Press, available at: http://www.nap.edu/catalog.php?record_id=18552.
Miranda, L.B.,Castro, B.M. andKjerfve, B. (2002),Princípios de Oceanografia Física de Estuários,Ed. da Universidade de São Paulo, 424p.
Nascimento, I.A. and Pereira, S.A. (1980),Change in the condition index from mangrove oysters (Crassostrea rhizophorae) from Todos os Santos Bay, Salvador, Brazil,Aquaculture, Vol. 20, pp. 9-15.DOI: https://doi.org/10.1016/0044-8486(80)90057-5.
Neumann-Leitão, S. (1994),Impactos antrópicos na comunidade zooplanctônica estuarina.Porto de Suape –PE –Brasil,Tese de Doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental,Departamento de Hidráulica, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, 273p.DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-89132003000100012.
Newell, R.I.E.,Cornwell, J.C. andOwens, M.S. (2002),Influence of simulated bivalve biodeposition and microphytobenthos on sediment nitrogen dynamics: A laboratory study,Limnology and Oceanography, Vol. 47, n. 5, pp. 1367-1379.DOI: https://doi.org/10.4319/lo.2002.47.5.1367.
Núcleo de Estudos em Economia do Meio Ambiente(NEEMA)(2008),Difusão de Tecnologias Sustentáveis,Inovações para o Desenvolvimento,Ostreicultura, em:http://www.neema.ufc.br.
Paixão, L.,Ferreira, M.A., Nunes, Z.,Fonseca-Sizo, F.andRocha, R. (2013),Effects of salinity and rainfall on the reproductive biology of the mangrove oyster (Crassostreagasar): Implications for the collection of broodstock oysters,Aquaculture, Vol. 380-383, pp. 6-12.DOI: https://doi.org/10.1016/j.aquaculture.2012.11.019.
Peterson,C.H.,Grabowski, J.H.andPowers, S.P. (2003),Estimated enhancement of fish production resulting from restoring oyster reef habitat: quantitative variation,Marine Ecology Progress Series,Vol.264, pp. 249-264.DOI: 10.3354/meps264249.
Poli, C.R. (2004),Cultivo de ostras do pacífico (Crassostrea gigas, 1852), in Poli, C.R., Poli, A.T., Andreatta, E. and Beltrame, E. (Orgs.),Aqüicultura: Experiências Brasileiras,UFSC –Multitarefa EditoraLTDA., pp. 251-266.
Roegner, G.,Curtis, A. andMann, R. (1990),Settlement Patterns of Crassostrea virginica (Gmelin) Larvae in Relation to Tidal Zonation,VIMSArticles, 1283, em:https://scholarworks.wm.edu/vimsarticles/1283.
Santana, L.L.S. (2019),Hidrodinâmica Estuarina: interação com a arquitetura das raízes de Rhizophora mangle (Nascimento 1983) e implicações para a dispersão e fixação de larvas de Crassostrea rhizophorae (Guilding 1828) no rio Ipojuca, Pernambuco, Brasil, Dissertação de Mestrado em Oceanografia,Departamento de Oceanografia, Universidade Federal de Pernambuco.
Serviço Brasileiro deApoio às Micro e Pequenas Empresas(SEBRAE)(2005),Ostreicultura -manual de boas práticas: qualidade e segurança para bons negócios,55 p.
Soletchnik, P.,Le Moine, O.,Goulletquer, P.,Geairon, P.,Razeta, D.,Faury, N.,Fouché, D.andRobert, S. (2000),Optimisation of the traditional Pacific cupped oyster (Crassostrea gigasThunberg) culture on the French Atlantic coastline: autumnal fattening in semi-closed ponds,Aquaculture, Vol.199, pp. 73-91.DOI: https://doi.org/10.1016/S0044-8486(01)00554-3.
Souza, T.R.,Moreira, L.P.,Andrade, L.,Ramires, M.,Sadauskas-Henrique, H. andBarrella, W. (2017),Análise do tamanho das ostras de mangue (Crassostrea rhyzophorae) em diferentes ambientes do manguezal (remanso e correnteza) na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Barra do Una, Peruíbe-SP,Anais do Encontro Nacional de Pós-Graduação, VI ENPG, Vol. 1,pp. 276-279.
Vilanova, M.F.V. andChaves, E.M.B. (1988),Contribuição para o conhecimento da viabilidade do cultivo de ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae(Guilding, 1828) (Mollusca: Bivalvia), no estuário do Rio Ceará, Ceará, Brasil,Arquivos de Ciências do Mar, Vol.27, pp. 111-125.
Wolanski, E. (2008),Outline of the physical processes within mangrove systems and its implications for biodiversity,London: CRC Press.