O autor enquanto ficção de sua própria obra: o caso do português Castro Soromenho [1910-1968]
Palavras-chave:
Lunda, Castro Soromenho, Terra Morta, colonialismo português, propagandaResumo
O artigo que ora apresentamos tem por objetivo analisar um momento específico da atividade literária do português Fernando Monteiro de Castro Soromenho (1910-1968). Em praticamente toda a sua obra, a Lunda – região do nordeste de Angola –, foi eleita como seu objeto de investimento ficcional em romances, artigos jornalísticos e em trabalhos de caráter histórico. Terra Morta, seu principal romance, escrito em 1945, marca uma mudança no seu trabalho de escritor iniciado por volta do ano de 1936. Essa obra teve uma grande importância na trajetória intelectual de Castro Soromenho, pois representa sua tentativa de passagem do universo da propaganda colonial para o círculo dos modernos romancistas portugueses. E o problema central deste artigo é analisar os esforços empreendidos pelo autor ao fazer essa passagem, e como, consciente ou inconscientemente, seu trabalho intelectual ficcionou um autor de temas africanos em solo português que desejava suprimir sua passagem como romancista e jornalista a serviço da propaganda colonial portuguesa. Evidenciamos também neste artigo como certas questões presentes em Terra Morta nos levam a chamar sua obra de paradoxal e de que maneira contribuiu para o desenvolvimento de uma literatura nacionalista angolana em tempos de luta pela independência.
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