O 'OUTRO' COMO SUJEITO GERADOR: axiomas epistemológicos da experiência do Núcleo de Pesquisa Outras Economias / THE ‘OTHER’ AS GENERATIVE SUBJECT: epistemological axioms of the “Núcleo de Pesquisa Outras Economias”

Autores

  • Cristiano de FRANÇA LIMA FACOL

Resumo

A escrita desse trabalho tem como objetivo delinear nuances do processo pedagógico vivenciado no Núcleo de Pesquisa Outras Economias (NOEs). O termo pedagogia da(s) pluralidade(s) é cunhado na tentativa de legitimar esse processo que se fundamenta em cinco pilares: experiência, circularidade, pluralidade, temporalidade e aprender/fazer juntos. Tal pedagogia tende a perceber os sujeitos individuais e coletivos e suas realidades compostos por diversos elementos, ou seja, por “categorias de diferenciação” que os constituem. Por conseguinte, reflete em um posicionamento, um modo de agir que compromete o sujeito a um pensar plural, uma vez que o direciona a abandonar estruturas de conhecimentos/pensamentos tradicionais e fixas da ciência moderna. A utilização de metodologias não convencionais tornou possível a análise da experiência do grupo de estudantes vinculado ao NOEs, como fonte privilegiada de sentidos e significados para o empreendimento aqui proposto.

Palavras-chave: NOEs. Pedagogia(s) da(s) Pluralidade(s). Experiência/Sentido. Pensar Plural.

Referências

ANZALDÚA, Gloria. Borderlands/La Frontera: The new mestiza. San Francisco: Spinters/Aunt Lute, 1987.

ARROYO, Miguel G. Outros sujeitos, outras pedagogias. Petrópolis: Vozes, 2. ed., 2014.

_______. “Pedagogias em movimento: o que temos a aprender dos movimentos sociais?” Currículo sem Fronteiras, v. 3, n.1, pp. 28-49, Jan/jun 2003. Disponível em < http://www.curriculosemfronteiras.org/vol3iss1articles/arroyo.pdf>. Acesso em: 14 jan 2015.

BACHELARD, Gaston. A epistemologia. Lisboa: Edições 70, 2006.

BONDÍA, Larrossa. “Notas sobre a experiência e o saber da experiência”. Tradução de João Wanderley Geraldi. Revista Brasileira de Educação, n. 19, jan/fev/mar/abr, 2002. Disponível em <http://www2.unirio.br/unirio/cla/ppgcla/ppgeac/processos-seletivos-discentes/2014/bibliografia-arquivos-para-download/bondia-larrossa.-notas-sobre-a-experiencia-e-o-saber-da-experiencia/view>. Acesso em: 01 mar 2014.

DERRIDA, Jacques. Gramatologia. São Paulo: Perspectiva, 2. ed., 2008.

DUSSEL, Enrique. Filosofía de Liberación. México: Edicol, 1977.

FILHO, Juvenal Savian. “Culturas e Reconhecimento”. Revista Cult, ano 17, nov., p.33-35.

FRANÇA LIMA, Cristiano de. NOEs: por uma práxis pedagógica da(s) pluralidade(s) e da disposição ao outro. Anais do II Seminário Internacional Culturas e Desenvolvimento. 2014, p. 941-956.

GIANNELLA, Valéria. Espaço aberto para trocas: uma oficina sobre os paradoxos da mobilização social em contextos da exclusão extrema, Salvador: CIAGS, 2009.

GROSFOGUEL, Ramón. “Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pesnamento de fronteira e colonialidade global”, Revista Crítica de Ciências Sociais, 80, março 2008, p. 115-147.

GUEDES, Marilia Gabriela de Menezes. Princípios político-pedagógicos freireanos nas políticas curriculares e no chão da escola. Recife: UFPE, 2015.

HARAWAY, Donna. “Situated Knowledges: the science question in feminism and the privilege of partial perspective”, Feminist Studies, 14, p. 575-599, 1988.

MIGNOLO, Walter. Local histories/Global designs: essays on the Coloniality of power, subaltern knowledges and border thinking. Princeton: Princeton University Press, 2000.

MORAGA, Cherrie; ANZALDÚA, Gloria (org.). This bridge called my back: writing by radical women of color. New York: Kitchen Table/Women of Color, 1983.

NOEs. Princípios do NOEs – Núcleo de Pesquisa Outras Economias, 2012.

NUNES, João Arriscado. “Teoria crítica, cultura e ciência: o(s) espaço(s) e o(s) conhecimento(s) da globalização”. In: SANTOS, Boaventura de Sousa. Globalização: fatalidade ou utopia. Porto: Afrontamento, 2001, p. 297-338.

PISCETELLI, Adriana. “Interseccionalidade, categorias de articulação e experiências de migrantes brasileiras”. Sociedade e Cultura, vl. 11, n. 2, Jul/Dez, p. 263-274, 2008.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A crítica da razão indolente: Contra o desperdício da experiência. São Paulo: Cortez, 2000.

_______. Um discurso sobre as ciências. Porto: Afrontamento, 14ª ed., 2003.

WILLIAMS, Raymond. Cultura e Materialismo. Tradução de André Glaser. São Paulo: Unesp, 2011.

_______. Palavra-clave: un vocabulario de la cultura e sociedad: Buenos Aires: Nueva Visión, 2003.

ZEMELMAN, Hugo. “Sujeito e sentido: considerações sobre a vinculação do sujeito ao conhecimento que constrói”. In: SANTOS, Boaventura de Sousa [Org.]. Conhecimento prudente para uma vida decente: um discurso sobre as ciências revisitado. Porto: Afrontamento, 2003.

Downloads

Publicado

2017-02-02

Edição

Seção

Artigos