Caminhar para fotografar o invisível: Um relato de criação experimental
DOI:
https://doi.org/10.51359/2763-8693.2023.258921Palavras-chave:
fotografia sensorial, fotografia inclusiva, expansão do verResumo
A escolha do quadro fotográfico é um ato repleto de cultura, identidade, política, história e memória, uma vez que a fotografia proporciona uma significação do que somos e do que nos acontece. Porém o que implica a recusa do visor da câmera fotográfica? Ou ainda, o que ocorre quando não olhamos para a cena a ser fotografada? Diante destas inquietudes, este texto relata uma experimentação artística na produção da fotografia sensorial ao considerar os estímulos perceptivos como mecanismos para capturar o invisível. Inspirado nos modos de fazer de fotógrafos e fotógrafas com deficiência visual, destaca-se uma caminhada por entre as ruas da cidade do Porto, Portugal, na busca da subversão da programação automática do dispositivo e na promoção de imagens improváveis. Autores como Bavcar (2003; 2000; 2010), Flusser (2011), Derridá (2012), Didi-Hubermam (2010), contribuem para uma interpretação crítica do relato de criação experimental e apontam alguns caminhos para a expansão do ver.Referências
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