Claude Lévi-Strauss e a construção dos saberes no pensamento amazônico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.251886

Palavras-chave:

Lévi-Strauss, pensamento amazônico, cosmovisões

Resumo

No atual cenário acadêmico brasileiro temos observado a tendência exotizante utilizada como via para compreensão e análise das cosmovisões ameríndias serem substituídas por posturas mais tolerantes frente ao arcabouço de saberes construídos pelos primeiros habitantes do continente. No entanto, ainda é necessário procurar as causas que fazem com que o modo ocidental de organização do pensamento se torne tão refratário a outras formas de racionalidade. Empenhado em construir pontes a fim de aproximar lógicas diferenciadas de entendimento, apoiamos nossa análise nas teses de Claude Lévi-Strauss (1989; 2005), a fim de refletir sobre as peculiaridades constitutivas do pensamento amazônico, de acordo com constatações observadas nos trabalhos descritivo-analíticos de Belota (2012); Amazonense (2013) e Maisel (2014), desenvolvidos na pós-graduação strictu sensu da Universidade Federal do Amazonas. Da breve incursão, conclui-se que a lógica de funcionamento do pensamento primevo se encontra ainda presente nas práticas cotidianas das populações amazônidas. Por fim, sugerimos que a sistematização dos saberes  produzidos deverá servir como base para a construção de políticas públicas voltadas para as redes de ensino em todos os níveis de formação. 

Biografia do Autor

Marilina Conceição Oliveira Bessa Serra Pinto, Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

Docente Associada IV, lotada no Departamento de Filosofia da Universidade Fderal do Amazonas.

Referências

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Publicado

2022-05-03