Não há fim nesse caminho de andarilho: uma resenha crítica de A Espera, de Keum Suk Gendry-Kim
Palabras clave:
Literatura Coreana, Memória, Novela GráfcaResumen
Texto vencedor do segundo lugar no Concurso de Resenhas de Literatura Coreana em 2021, realizado pelo Consulado Geral da Coreia em São Paulo e organizado pela ARA Cultural, empresa que agencia e traduz literatura coreana para o Brasil, esta resenha ocupa-se de um trabalho da autora sul-coreana Keum Suk Gendry-Kim, que retorna ao catálogo da editora Pipoca & Nanquim no Brasil. Em 2020 foi publicado Grama, eleita a melhor novela gráfca pelos jornais The New York Times e The Guardian, e esse ano temos o prazer de ler A Espera. Felizmente, o público brasileiro tem a oportunidade de ler a tradução de Yun Jung Im, principal tradutora do coreano para o português, detentora da sensibilidade estética necessária para destrinchar a poética memorialista de Keum Suk Gendry-Kim. A trama contempla uma precisa observação sobre as narrativas de pessoas que atravessaram a Guerra das Coreias (1950 – 1953), tornando a memória o personagem principal, o ímã que une todas as pontas da novela. Dividida em dez capítulos, a narração é alternada entre Gwijá, sobrevivente da Guerra, e sua flha mais jovem Jiná, uma escritora, mostrando a relação entre mãe e flha que fnda por espelhar, na verdade, em um ruidoso diálogo entre a antiga Coreia, que guarda resquícios de processos traumáticos, e a nova Coreia, globalizada, que silenciosamente se afasta das marcas violentas. Com um tom biográfico, Keum Suk Gendry-Kim se preocupa em entrelaçar essas duas faces e reviver fccionalmente esse traumático momento história coreano.Descargas
Publicado
2022-10-07
Número
Sección
Artigos