Cotas de um presente passado

Raça e religião como categorias na elaboração de cotas para imigrantes pelo Estado brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2357-9986.2024.259537

Palavras-chave:

Estado Novo, raça, religião, imigração, cotas

Resumo

Traçando um paralelo entre ideias da contemporaneidade, que questionam a existência de um sistema de cotas universitárias, e o estabelecimento de cotas imigratórias raciais no passado, este artigo pretende refletir sobre como narrativas forjadas para enaltecer a relação entre imigração europeia e prosperidade, tornam incompreensíveis o reconhecimento do ideal civilizatório de branquitude na sociedade brasileira. O recorte proposto para esta reflexão foram as associações estabelecidas entre raça e religião no âmbito do Estado Novo na década de 1940 nos discursos veiculados pelo Conselho de Imigração e Colonização através de seu periódico, a Revista de Imigração e Colonização. Assim, serão apresentadas concepções presentes nos artigos da Revista que demonstram a preferência por imigrantes brancos e de religião cristã na organização de cotas imigratórias para o Brasil e que tinham como horizonte a construção de uma nação branca e culturalmente civilizada.  

Biografia do Autor

Camila Belarmino, Universidade de São Paulo (USP)

Doutoranda pela Universidade de São Paulo

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Publicado

2024-11-21

Edição

Seção

Numero especial: Filosofia da Raça