Apresentação, lista de pareceristas e sumário

Resumo

O autor, Filipe Campello, dedicado desde a sua formação às dificuldades normativas do reconhecimento que atravessam sociedade cada vez mais complexas, encontrou-se em uma tentativa de superar as teorias da justiça como forma do pensamento crítico, não exatamente para negá-las como recurso normativo fundamental, mas circunscrevendo-as em um quadro mais amplo. Nesse “acerto de contas”, segundo a definição do próprio Campello, o percurso está sempre marcado pela força negativa da crítica, seja face ao cânone filosófico ou às diferentes expressões de sofrimento e injustiça, e pela postura teórica vigilante de um pensamento no esforço de não reproduzir os ímpetos epistêmicos que visa criticar. A meu ver, a obra é uma tentativa de passar de uma teoria crítica da justiça a uma teoria crítica dos afetos, mas é curioso que ao longo das críticas o autor se tornou alvo ora por fazer esse movimento, ora por não o radicalizar e/ou completá-lo. De fato, estamos diante de um movimento ainda inacabado, o que motiva as críticas que o leitor e leitora encontrarão nos textos que compõem o Número.