Governo, Oposição, Líderes e Minoria: Poderes Institucionais o Brasil Em Perspectiva Comparada

Autores

  • Sergio Simoni Junior UFRGS CEM NUPERGS

DOI:

https://doi.org/10.51359/1808-8708.2019.230139

Palavras-chave:

relações executivo-legislativo, poderes do executivo, presidencialismo, legislativo, constituições.

Resumo

O poder legislativo e suas relações com o poder executivo ocupam papel central no debate sobre a consolidação e o funcionamento das democracias latino-americanas. A despeito de considerável avanço teórico e empírico no conjunto da literatura, diferentes posições analíticas compartilham equívoco semelhante, a saber, a indistinção entre as clivagens governo/oposição e liderança/minoria. Assume-se, de modo geral, que poderes e força do governo (oposição) equivalem a poderes e força da liderança partidária (minoria). Neste artigo, por meio de uma discussão teórica-conceitual, da análise dos dispositivos constitucionais e regimentais do Brasil em comparação com demais países da América do Sul, e de uma releitura de estudos sobre processo decisório, orçamentário e de fiscalização e controle do caso brasileiro, defendo a importância da separação analítica das duas clivagens para melhor compreensão do funcionamento do presidencialismo multipartidário.   

Biografia do Autor

Sergio Simoni Junior, UFRGS CEM NUPERGS

Professor adjunto do Departamento de Ciência Política da UFRGS. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFRGS.

Pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) e do Núcleo de Pesquisa e Documentação da Política Rio-Grandense (NUPERGS)

Referências

ALEMÁN, Eduardo (2006). “Policy Gatekeepers in Latin American Legislatures”. Latin American Politics and Society, vol. 48, no. 3, pp. 125–155.

AMORIM NETO, Octavio. (2006). Presidencialismo e Governabilidade nas Américas. Rio de Janeiro, Fundação Adenauer/FGV.

ARAÚJO, Victor (2017). “Mecanismos de alinhamento de preferências em governos multipartidários: controle de políticas públicas no presidencialismo brasileiro”. Opinião Pública, vol. 23, no. 2, pp. 429-458.

BATISTA, Mariana (2015). “A conexão ministerial: governo de coalizão e viés partidário na alocação de emendas parlamentares ao orçamento (2004-2010)”. Revista Ibero-americana de estudos legislativos, no. 4, pp. 3-16.

BRASIL (2019). Regimento Interno da Câmara dos Deputados.

CHASQUETTI, Daniel (2011). “Democracia, Multipartidarismo y coaliciones en America Latina: evaluando la difícil combinación”. em Tipos de presidencialismo y coaliciones políticas en America Latina. Buenos Aires: CLACSO.

CHEIBUB, José Antonio (2007). Presidentialism, Parliamentarism and Democracy. Cambridge, Cambridge University Press.

COX, Gary (1987). The Efficient Secret. Cambridge: Cambridge University Press.

COX, Gary e McCUBBINS, Mathew (1993). Legislative Leviathan. Berkeley: University of California Press.

FIGUEIREDO, Argelina (2001). “Instituições e política no controle do executivo”. Dados, vol. 44, no. 4, pp. 689-727.

FIGUEIREDO, Argelina e LIMONGI, Fernando (1999). Executivo e Legislativo na Nova Ordem Constitucional. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas Editora.

FIGUEIREDO, Argelina; CANELLO, Júlio e VIEIRA, Marcelo (2012). “Governos Minoritários no Presidencialismo Latino-Americano”. Dados, Rio de Janeiro, v. 55, n. 4, p. 839-875.

FORTIN, Jessica (2013). “Measuring presidential powers: Some pitfalls of aggregate measurement”. International Political Science Review. Vol 34, Issue 1, pp. 91 – 112.

FREITAS, Andréa (2016). O presidencialismo da coalizão. Rio de Janeiro: Fundação Konrad-Adenauer.

GARCÍA MONTERO, Mercedes (2009). Presidentes y Parlamentos: ¿quién controla la actividad legislativa en América Latina? Madrid: Centro de Investigaciones Sociológicas.

INÁCIO, Magna e REZENDE, Daniela (2015). “Partidos legislativos e governo de coalizão: controle horizontal das políticas públicas”. Opinião Pública, vol. 21, no. 2, pp. 296-335.

JUNQUEIRA, Andréa (2017). Os determinantes da atuação oposicionista em democracias: o caso brasileiro. Dissertação de mestrado – Departamento de Ciência Política – USP.

KREHBIEL, Keith (1991). Information and legislative organization. Ann Arbor: University of Michigan Press.

LEMOS, Leany e POWER, Timothy (2013). “Determinantes do controle horizontal em parlamentos reativos: o caso do Brasil (1988-2005)”. Dados, vol. 56, no. 2, pp. 383-412.

LIMONGI, Fernando (2006). “Democracia no Brasil: presidencialismo, coalizão partidária e processo decisório”. Novos Estudos Cebrap, no. 76, 17-41.

LIMONGI, Fernando e CHEIBUB, José Antonio (2010). “From Conflict to Coordination: Perspectives on the Study of Executive-Legislative Relations”. Revista Ibero-americana de estudos legislativos, vol.1, no. 1, pp. 38-53.

LIMONGI, Fernando e FIGUEIREDO, Argelina (2009). “Poder de agenda e políticas substantivas”. Em: RENNÓ, L.; INÁCIO, M. (eds.). Legislativo brasileiro em perspectiva comparada. Belo Horizonte: Editora UFMG, p. 77-104.

LINZ, Juan (1994). “Presidential or parliamentary democracy: does it make a difference?” em LINZ, J; VALENZUELA, A. (ed.) The failure of presidential democracy: the case of Latin America. Baltimore: Johns Hopkins University Press.

LUZ, Joyce (2017). Política ministerial: as emendas individuais orçamentárias no presidencialismo de coalizão brasileiro. Dissertação de mestrado – Departamento de Ciência Política – USP.

MAINWARING, Scott e SHUGART, Matthew (1997). Presidentialism and democracy in Latin America. Cambridge: Cambridge University Press.

MAYHEW, David (1974). Congress: the electoral connection. New Haven: Yale University Press.

MOISÉS, José Álvaro e SIMONI JR. Sergio (2016). “How strong are South American Parliaments? ” in CORY, P. (ed.) Latin America: Economic, Social and Political Issues of the 21th Century. Nova Publishers.

MORGENSTERN, Scott; NEGRI, Juan Javier; PEREZ-LINAN, Anibal (2008). “Parliamentary Opposition in Non-Parliamentary Regimes: Latin America”. Journal of Legislative Studies. Vol.14, Nos.1/2, pp.160–189.

NEGRETTO, Gabriel (2006). “Minority Presidents and Democratic Performance in Latin America”. Latin American Politics and Society, vol 48, issue 3, p. 63–92.

PEREIRA, Carlos e MULLER, Bernardo (2000). “Uma teoria da preponderância do Poder Executivo: o sistema de comissões no Legislativo brasileiro”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 15, no. 43, pp. 45-67.

PEREIRA, Carlos e MULLER, Bernardo (2003). “Partidos fracos na arena eleitoral e partidos fortes na arena legislativa: a conexão eleitoral no Brasil”. Dados, vol. 46, n. 4, pp. 735-771.

SAIEGH, Sebastian (2010). “Active Players or rubber-stamps? An evaluation of the policy-making role of Latin American legislatures” em SCARTASCINI, C. et al. (ed.). How Democracy Works: Political Institutions, Actors, and Arenas in Latin American Policymaking. Cambridge: David Rockefeller Center for Latin American Studies and Inter-American Development Bank.

SIAVELIS, Peter (2000). “Executive-Legislative Relations in Post-Pinochet Chile: A Preliminary Assessment” em MAINWARING, S e SHUGART, M. (ed.) Presidentialism and Democracy in Latin America. Cambridge: Cambridge University Press.

SIMONI JR., Sergio (2017). “Oposição e Minoria no Presidencialismo Sul-Americano” em VISCARRA, S. P.; MASSUCHIN; M. G.; AVI DOS SANTOS, S.; MESQUITA, L. R.; GRANJA HERNÁNDEZ, L.; ALMEIDA, H. N.. (Ed.). América Latina em foco: Novas perspectivas de análise sobre a região. 1ed.Porto Alegre: ALACIP Jovem: Terra da Ideia, 2017, v. 1, p. 1-333.

SHUGART, Matthew e CAREY, John (1992). Presidents and assemblies: constitutional design and electoral dynamics. Cambridge: Cambridge University Press.

STROM, Kaare (1990). Minority Government and Majority Rule. Cambridge: Cambridge: University Press.

VASQUEZ, Vitor; FREITAS, Géssica de (2019). “Mudanças institucionais e suas consequências: uma análise do sistema de comissões brasileiro”. Caos –Revista Eletrônica de Ciências Sociais, João Pessoa, n. 23, p 36-55, jul./dez.

Downloads

Publicado

2019-12-31

Edição

Seção

Artigos