Coalizões, Ajuste E Reformas: A Chilenização Da Seguridade Social Brasileira?
DOI:
https://doi.org/10.51359/1808-8708.2018.240529Palavras-chave:
Coalizões, Reformas, Seguridade Social, Chile, BrasilResumo
Este trabalho demonstra como as coalizões de interesse orientam os processos de liberalização econômica, considerados por seus proponentes como “distributivamente neutros”. O trabalho visa realçar como essas coalizões de poder exercem sua influência no curso das reformas liberalizantes, agindo para desmantelar os sistemas de seguridade social e institucionalizar os objetivos da austeridade fiscal através de medidas constitucionais. Em vista da experiência de alguns países latino-americanos com essas reformas, este trabalho destaca o caso chileno como paradigmático dos processos de liberalização orientados pela ação estratégica dessas coalizões. Em seguida, o trabalho se debruça sobre o recente caso brasileiro de reformas orientadas para o mercado. Conclui-se que, além de guardar semelhanças com o caso chileno, as reformas produzidas recentemente no Brasil criam efetivas condições para uma guinada mais liberal na orientação das políticas sociais ao introduzir um limite constitucional para o crescimento das despesas públicas.Referências
BRASIL. Câmara dos Deputados. (2016), “Comissão Especial destinada a proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição nº 241-A, de 2016”. Brasília: Câmara dos Deputados.
BORZUTSKY, Silvia. (2002), Vital connections. Politics, social security, and inequality in Chile. Indiana: University of Notre Dame Press.
BUCHANAN, James. (1980), “Rent Seeking and Profit Seeking”, In J. Buchanan; R. Tollison; G. Tullock (org.), Toward a Theory of the Rent-Seeking Society. College Station: Texas A&M University Press.
CNF – Confederação Nacional das Instituições Financeiras. (2017), Agenda do Setor Financeiro. Brasília: CNF, 2017.
DAVIS, Tom. (1967), “Ocho décadas de inflación en Chile: 1879-1959. Una interpretación política”, Cuadernos de Economía, v. 11, n. 44: pp. 60-94.
DIEESE. (2016), “PEC nº 241/2016: o Novo Regime Fiscal e seus possíveis impactos. Nota Técnica”, DIEESE, n.161: pp. 1-15.
DIEESE. (2018), “O Discurso de defesa da Reforma da Previdência em questão. Nota Técnica”, DIEESE, n.190: pp. 1-11.
DIEESE/ANFIP. (2017), “Previdência: reformar para excluir? Contribuição técnica ao debate sobre a reforma da previdência social brasileira - Brasília: DIEESE/ ANFIP; 2017 48p.
HACKER, Jacob Stewart; PIERSON, Paul. (2014), “After the “Master Theory”: Downs, Schattschneider, and the rebirth of policy-focused analysis”, Perspectives on Politics, 12, 3: pp. 643-662.
HARBERGER. Arnold. (1993), “Secrets of Success: A Handful of Heroes”, American Economic Review, vol. 83, n.2: pp. 343-350.
INESC. (2017), “Orçamento 2017 prova: teto dos gastos achata despesas sociais e beneficia sistema financeiro.” Disponível em: http://www.inesc.org.br/noticias/noticias-do-inesc/2017/marco/orcamento-2017-prova-teto-dos-gastos-achata-despesas-sociais-e-beneficia-sistema-financeiro
KRUEGER, Anne Osborn. (1974), “The political economy of the rent-seeking society”, American Economic Review, v. 64, n.3: pp. 291-303,
LANZARA, Arnaldo Provasi. (2017), A Construção Histórica do Estado Social no Brasil e no Chile: do mutualismo ao seguro. Curitiba, Ed. CRV.
LASCOUMES, Pierre; LE GALÈS, Patrick. (2007), “Understanding public policy through its instruments - from the nature of instruments to the sociology of public policy instrumentation”, Governance, vol. 20, no. 1: p.1-21.
MELLER, Patricio. (1998), Un siglo de economía política chilena (1890-1990). Santiago: Editorial Andrés Bello.
NELSON, Joan. (1989), Fragile Coalitions: The Politics of Economic Adjustment. New Brunswick: Transactions Books.
NORTH, Douglass Cecil. (1990), Institutions, institutional change and economic performance. New York: Cambridge University Press.
OLSON, Mancur. (1999), A lógica da ação coletiva. São Paulo: EDUSP.
PALIER, Bruno. (2005), “Ambiguous Agreement, Cumulative Change: French Social Policy in the 1990”. In W. Streeck & K. Thelen (org), Beyond Continuity: Institutional Change in Advanced Political Economies, Oxford: Oxford University Press.
_____.(2010), “The Long Conservative Corporatist Road to Welfare Reforms”. In B. Palier (org.). A Long Goodbye to Bismarck? The Politics of Welfare Reforms in Continental Europe. Amsterdam: Amsterdam University Press.
PIÑERA, José. (1979), “La Reforma Previsional”. Informe Económico 1976-1977. Santiago: CNV.
PINTO, Anibal. (1959), Chile, un caso de desarrollo frustrado. Santiago: Editorial Universitaria.
ROSSI, Pedro; DWECK, Esther. (2016), “Impactos do Novo Regime Fiscal na Saúde e na Educação”, Cadernos de Saúde Pública, v. 32, n.12: pp. 01-05.
SALAS; Eduardo Miranda; SILVA, Eduardo Rodríguez. (2003), Examen Crítico del Sistema de AFP. Mitos y Realidades. Santiago. Editorial Universitaria.
SALAZAR, Gabriel; PINTO, Julio. (1999), Historia contemporánea de Chile. Estado, legitimidad, ciudadanía. Santiago: LOM.
SCHAMIS, Hector. (2002), Re-Forming the State: the politics of privatization in Latin America and Europe. Ann Arbor: University of Michigan Press.
SCHEUERMAN, William. (2004), Liberal Democracy and the Social Acceleration of Time. Baltimore: Johns Hopkins University Press.
WILLIANSON, John. (1994), The Political Economy of Policy Reform. Washington: IIE.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Arnaldo Provasi Lanzara

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm">Lei de Direito Autoral n. 9610/98, a Lei nº 5.805/72, bem como os Acordos e Tratados Internacionais de Direito Autoral em vigor no Brasil, quais sejam: Convenção de Berna para a Proteção de Obras Literárias e Artísticas (Decreto Nº 75.699, DE 6 DE MAIO DE 1975), Convenção Universal sobre o Direito de Autor (Decreto Nº 76.905, de 24 DE DEZEMBRO DE 1975), e a Convenção Interamericana sobre os Direitos de Autor em Obras Literárias, Científicas e Artísticas (Decreto Nº 26.675, DE 18 DE MAIO DE 1949).
(2) Os direitos sobre as publicações nesta revista eletrônica pertencem ao(s) autor(es), com direitos de primeira publicação cedidos à Revista Política Hoje. Em virtude do caráter eletrônico da revista, os artigos são de uso gratuito em aplicações educacionais, sem fins comerciais e disponibilizados na Internet no site da revista.