Tenreiro, Amador e os Angolares ou a reinvenção da história da Ilha de São Tomé

Autor/innen

  • Gerhard Seibert

Abstract

No século XVI, São Tomé tornou-se a primeira economia de plantação nos trópicos, baseada na monocultura do açúcar e no trabalho escravos. Desde o início da colonização, muitos escravos fugiram para o inacessível interior da ilha onde estabeleceram um quilombo. Os descendentes destes quilombolas em São Tomé são conhecidos por angolares. Além pelas fugas, os escravos também resistiram através de revoltas. A maior revolta de escravos em São Tomé, liderado por Amador, ocorreu em 1595. Em 1961, o geógrafo Francisco Tenreiro, negou a fuga e a revolta de escravos na sua monografia A Ilha de São Tomé, ainda hoje uma obra marcante sobre a ilha situada no Golfo da Guiné. A reinvenção da história por Tenreiro é explicável á luz do lusotropicalismo, então ideologia dominante do regime salazarista para justificar cientificamente a sua política colonialista, visto que orientou os trabalhos do geógrafo.

Autor/innen-Biografie

Gerhard Seibert

Gerhard Seibert licenciou-se em Antropologia Cultural na Universidade de Utreque, Holanda, em 1991. De 1992 a 1999 esteve ligado à Universidade de Leiden, Holanda, onde se doutorou em Ciências Sociais. Depois do doutoramento até 2008 foi bolseiro de pós-doutoramento da FCT no Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT) em Lisboa. Desde 2008 é investigador do Centro de Estudos Africanos (CEA) / Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL). É autor do livro Camaradas, Clientes e Compadres. Colonialismo, Socialismo e Democratização em São Tomé e Príncipe (Lisboa: Vega 2001).

 

Veröffentlicht

2013-03-25

Ausgabe

Rubrik

Dossiê: Diálogos Ibero-Africanos