Políticas indigenistas na aldeia. Uma etnografia dos eventos alimentares guarani-mbya

Autores/as

  • Nádia Heusi Silveira INCT Brasil Plural

DOI:

https://doi.org/10.51359/2525-5223.2017.23884

Resumen

O artigo descreve e analisa eventos alimentares produzidos entre os Guarani-Mbya, tendo como pano de fundo o reordenamento das alianças com os brancos decorrente das mudanças nas políticas indigenistas brasileiras, as quais são parte do fluxo democrático que surge na América Latina em fins do século XX. Propõe-se examinar as práticas alimentares guarani-mbya para mostrar como se dão, no âmbito local, as redes de relações que incluem os Guarani-Mbya e os brancos. Por outro lado, aspectos sociológicos e cosmológicos particulares à alimentação mbya são destacados. Através dos modos de preparar, servir e comer que configuram o evento alimentar mbya, evidencia-se o movimento alternado que se direciona, ora para o interior, para a parentela com o foco no grupo de residentes, ora para o exterior, quando a comensalidade agrega parentes e não parentes, das esferas local e multilocal, com um alcance que se estende aos brancos. A etnografia identifica, assim, um vetor centrífugo e outro centrípeto na comensalidade guarani-mbya.

Biografía del autor/a

Nádia Heusi Silveira, INCT Brasil Plural

Nádia Heusi é Doutora e Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina. Realizou um ano de estágio sanduíche na Universidade de St Andrews (Center for Amerindian, Latin American and Caribbean Studies), Escócia. Tem experiência etnográfica com grupos Yanomami e Guarani. Integrante do Núcleo de Estudos sobre Saúde e Saberes Indígenas (NESSI/UFSC). Coordenou a edição da Revista Tellus, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), de 2005 a 2013. É pesquisadora associada ao INCT BRASIL PLURAL na Rede Saúde: práticas locais, experiências e políticas públicas, desde 2010. Atua na área de antropologia, com ênfase no campo da saúde, e tem trabalhado com os seguintes temas: saúde indígena, práticas alimentares, etnologia indígena, xamanismo e narrativas de doença.

Publicado

2017-12-18

Número

Sección

Artigos