Sobre Homens, Botos e Peixes: dimensões poético-imaginárias de uma Ecoantropologia Urbana de coletivos humanimais no sul do Brasil

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.51359/2525-5223.2020.245799

Palabras clave:

botos, pescadores, estuário, cidade, ecoantropologia urbana

Resumen

A proposta do artigo é a de discutir as dimensões sensíveis e cosmopolíticas da pesca cooperativa entre botos-da-barra e pescadores artesanais de tarrafa no contexto do estuário do Rio Tramandaí (RS), a partir de uma abordagem dialógica entre Antropologia e outras disciplinas, a fim de propor uma perspectiva de estudos sobre a cidade que chamo de Ecoantropologia Urbana.

Biografía del autor/a

Flávio Leonel Abreu da Silveira, Universidade Federal do Pará (UFPA) Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA)

Professor Associado II Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia - PPGSA/UFPA Pesquisador 1D do CNPq

Citas

ARAÚJO IINO, Fátima. 2017. Pescadores artesanais na Praia da Tesoura, Laguna/SC: Reflexões sobre sociabilidades e apropriações do espaço. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: UFSC.

BACHELARD, Gaston.1988. A Poética do Espaço. São Paulo: Martins Fontes.

BARATAY, Éric. 2010. “Le sócio-anthropo-logues et les animaux. Réflexions d’un historien pour um raprprochement des sciences”. Societés, 108:9-18.

BATESON, Gregory. 2000. Steps to an ecology of mind. Chicago: University of Chicago Press.

BATESON, Gregory. 1986. Mente e Natureza. A Unidade Necessária. Rio de Janeiro: Francisco Alves.

BERQUE, Augustin. 2000. Médiance de milieux en paysage. Paris: Éditions Belin.

BLANC, Nathalie. 2004. “De l’écologique dans la ville”. Ethnologie Française, 4(34):601-607.

BLASER, Mario. 2018. “Uma outra cosmopolítica é possível?”. R@U, 10(2):14-42.

BUSNEL, René-Guy. 1973. “Symbiotic relationship between man and dolphins. Transactions”. New York Ac. of Sciences, 2(35):112-131.

CAILLOIS, Roger. 2014. Les jeux et les homes. Paris: Gallimard.

CALABRESE, Omar. 1989. A idade neobarroca. Lisboa: Edições 70.

CARDOSO de OLIVEIRA, Roberto. 1987. “A Categoria de (Des)Ordem e a Pós-Modernidade na Antropologia”. Anuário Antropológico, 11(1):57-73.

CATÃO, Brisa. 2019. Impressões na água: peixes, botos e pescadores na pesca conjunta em Laguna. Tese de Doutorado. Belo Horizonte: UFMG.

CERTEAU, Michel de. 1997. A Invenção do Cotidiano. Artes de fazer. Rio de Janeiro: Vozes.

CORBIN, Alain. 2001. L’homme dans le paysage. Paris: Textuel.

DAMATTA, Roberto. 1978. “O ofício de Etnólogo, ou como ter Anthropological Blues”. Boletim do Museu Nacional, 27:1-15.

DESCOLA, Philippe. 1994. In the society of nature. A native ecology in Amazonia. Cambridge: Cambridge University Press.

DESCOLA, Philippe. 2001. Anthropologie de la nature. Leçon inaugurale. Collège de France (www.college-de-france.fr.; acesso em 15/10/2008).

DESCOLA, P. & PÁLSON, G. (eds.). 2001. Naturaleza y sociedad. Perspectivas antropológicas. México: Siglo Veintiuno.

DOOREN, T. van. & ROSE, D. B. 2012. “Storied-places in a multispecies city”. Humanimalia: a journal of human/animal interface studies, 2(3):1-27.

DROZ, Y. & MIÉVILLE-OTT, V. (eds.). 2005. La polyphonie du paysage. Lausanne: Presses Polytechniques et Universitaires Romandes.

DURAND, Gilberd. 1989. As Estruturas Antropológicas do Imaginário. Lisboa, Presença.

DURAND, Gilberd. 1993. “Multidisciplinaridade e heurística”. Revista Tempo Brasileiro, 113: 59-74.

ECKERT, Cornelia. 2009. “As variações ‘paisageiras’ na cidade e os jogos da memória”. In SILVEIRA, F. & CANCELA, D. (ed.): Paisagem e Cultura: dinâmicas do patrimônio e da memória na atualidade, pp 87-100. Belém: EdUFPA.

ELIADE, Mircea. 1992. O Mito do Eterno Retorno. São Paulo: Mercuryo.

ELIAS, Norbert. 1992. A busca da excitação. DIFEL: Lisboa.

ESCOBAR, Arturo. 2013. “En el trasfondo de nuestra cultura: la tradición racionalista y el problema del dualismo ontológico”. Tabula Rasa, 18:15-42.

FAVRET-SAADA, Jeanne. 2005. “Ser afetado”. Cadernos de Campo, 13(13):155-161.

FRANCIS, R. A., LORIMER, J. & RACO, M. 2011. “Urban ecosystems as ‘natural’ home for biogeographical boundary crossings”. Trans. Ins. Br. Geogr., 37(2):183-190.

FRANCIS, R. A. & CHADWICK, M. A. 2012. “What makes a species synurbic?”. Applied Geography, 32:514-521.

FUENTES, Agustin. 2010. “Naturalcultural encounters in Bali: monkeys, temples, tourists, and ethnoprimatology”. Cultural Anthropology, 25(4):600-624.

GALLEF Jr, Bennet. G. 1992. “The question of animal culture”. Human nature, 3(2):157-178.

GEERTZ, Clifford. 2008. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC.

GOODBUN, Jon. 2011. “Gregory Bateson, Critical Cybernetics and Ecological Aesthetics of Dwelling”. Field Journal, 4(1):35-46.

GOUABAULT, Emmanuel. 2010. “Pour une mythanalyse des relations anthropozoologiques. L’étude du phénomène dauphin”. Sociétés, 108(2):59-73.

GUATTARI, Félix. 1990. As três ecologias. Campinas, Papirus.

HALBWACHS, Maurice. 2006. A memória coletiva. São Paulo: Centauro.

HALL, Edward T. 1977. A dimensão oculta. Rio de Janeiro: Francisco Alves.

HARAWAY, Donna. 2010. Manifeste des espèces de compagnie. Chiens, humains et autres partenaires. Paris: Éditions de l’éclat.

HARAWAY, Donna. 2015. “Antropocene, Capitalocene, Plantationocene, and Chthulucene: making kin”. Environmental Humanities, 6:159-165.

HARAWAY, Donna. 2016. Staying with the trouble. Making kin in the Chthulucene. Duhram and London: Duke University Press.

HARAWAY, D. et al. 2015. “Anthropologists Are Talking – About the Anthropocene”. Ethnos, 81(3)1-30.

HIRSCH, E. & O’HANLON, M (eds.). 1995. The anthropology of landscape. Perspectives on place and space. Oxford: Clarendon Press.

HUIZINGA, Johan. 1996. Homo ludens. O jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva.

ILHA, Elisa B. 2016. Pescadores e botos: histórias de uma conexão em rede. Trabalho de Conclusão de Curso. Porto Alegre: UFRGS.

INGOLD, Tim. 2000. The Perception of the environement. Essays livelihood, dwelling and skill. Londres: Routledge.

INGOLD, Tim. 2007. Lines. A brief history. London and New York: Routledge.

INGOLD, Tim. 2010. “Da transmissão de representações à educação da atenção”. Educação, 1(33):6-25.

INGOLD, Tim. 2011. “Anthropology is not Ethnography.” In INGOLD, T. (ed.): Being Alive, pp. 229-243. Routledge: London and New York.

INGOLD, T. & PALSSON, G. (eds.). 2013. Biosocial Becomings. New York: Cambridge University Press.

KIRKSEY, S. E. & HELMREICH, S. 2010. “The emergence of multispecies ethnography”. Cultural Anthropology, 4(25):545-576.

KOHN, Eduardo. 2015. “Anthropology of Ontologies”. Annual Review of Anthropology, 44:311–27.

KUCZAJ, S. A. & ESKELINEN, H. 2014. “Why do Dolphins Play?”. Animal Behavior and Cognition, 1(2):113-127.

LALAND, K. N. & GALLEF, B. G. (eds.). 2009. The question of animal culture. Cambridge/London: Harvard University Press.

LATOUR, Bruno. 1994. Jamais fomos modernos. Rio de Janeiro: Ed. 34.

LATOUR, Bruno. 2008. Reensamblar lo social. Una introducción a la teoria Del actor-red. Buenos Aires: Manantial.

LATOUR, Bruno. 2018. “Qual cosmos, quais cosmopolíticas? Comentário sobre as propostas de paz de Ulrich Beck”. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 68:428-441.

LESTEL, Dominique. 2003. Les origines animales de la culture. Paris: Flammarion.

LÉVI-STRAUSS, Claude. 1989. O Pensamento Selvagem. São Paulo: Papirus.

LEVINE, Donald N. (ed.). 1971. Georg Simmel. On individuality and Social Forms.Chicago and London: The University of Chicago Press.

LEZAMA LIMA, José. 1981. El reino de la imagen. Caracas: Biblioteca Ayacucho.

LEZAMA LIMA, José. 1988. A expressão americana. São Paulo: Brasiliense.

LUNIAK, Maciej. 1999. Synurbization—adaptation of animal wildlife to urban development. Trabalho apresentado no “4th International Symposium on Urban Wildlife Conservation”, Tucson-Arizona (EUA).

LUPASCO, Stéphane. 1947. Logique et contradiction. Paris: Presses Univesritaires de France.

MAFFESOLI, Michel. 1980. “L’homme contradictoriel”. In MAFFESOLI, M. (ed.): La galaxie de l’imaginaire. Dérive autour de l’ouvre de Gilbert Durand, pp. 37-47.Paris: Berg International Eds.

MAFFESOLI, Michel. 1987. O Tempo das Tribos - O Declínio do individualismo nas Sociedades de Massa. Rio de Janeiro: Forense-Universitária.

MAFFESOLI, Michel. 2017. Écosophie. Une écologie pour notre temp. Paris: Les Éditions du Cerf.

MALDONADO, Simone C. (ed.). 2011. Georg Simmel: sentidos, segredos. Curitiba: Appris.

MARQUES, Olavo R. 2017. A barra do rio Tramandaí a partir dos olhos dos pescadores artesanais. Trabalho apresentado na “XII Reunión de Antropología del Mercosur”, Posadas, Misiones.

MATURANA, Humberto. 1978. “Estratégias Cognitivas”. In: MORIN, E. & PIATELLI-PALMARINI, M. (eds.): A Unidade do Homem: invariantes biológicos e universais culturais, pp 148-172. São Paulo: Cultrix/EdUSP.

MATURANA, Humberto. 1992. “Conhecer o conhecer”. Ciência Hoje, 14(84):44-49.

MAUSS, Marcel. 1974. Sociologia e Antropologia. São Paulo: EPU.

MOORE, Jason W. (ed.). 2016. Anthropocene or Capitalocene? Nature, History, and the Crisis of Capitalism. Oakland: Kairos Books.

MORAES FILHO, Evaristo (ed.). 1983. Simmel. São Paulo: Ática.

MORIN, Edgar. 1975. O enigma do homem. Para uma Nova Antropologia. Rio de Janeiro: Zahar Editores.

PEIRANO, Mariza. 1995. A favor da etnografia. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.

PEIRANO, Mariza. 2014. “Etnografia não é método”. Horizontes Antropológicos, 42(20):377-391.

PÉTONNET, Collette. 1982. “L’Observation flottante. L’exemple d’un cimetière parisien”. L’Homme, 22(4):37-47.

ROCHA, A. L. & ECKERT, C. (eds.). 2005. O tempo e a cidade. Porto Alegre: EdUFRGS.

ROCHA, A. L. & ECKERT, C. 2013. Etnografia da duração. Porto Alegre: Marcavisual.

RODRIGUES, A. L. F. et al. 2019. “Interactions between children, teenagers and botos (Inia araguaiaensis and Inia geoffrensis) in markets and fairs of Eastern Amazon”. Ocean and Coastal Management, 172:137–145.

ROGER, Alain. 1997. Court traité du paysage. Paris: Gallimard.

SAHTOURIS, Elisabeth. 1991. Do Caos ao Cosmos. Interação: São Paulo.

SANSOT, Pierre. 1979. Les formes sensibles de la vie sociale. Paris, PUF.

SANSOT, Pierre. 1981. “Le sociologue et le ‘retour’ du sensible”. L’Homme et la Société, (59-62):223-233.

SANSOT, Pierre. 1983. Variations paysagères. Paris: Klincksieck.

SANSOT, Pierre. 1996. Poétique de la ville. Paris: Petite bibliotèque Payot.

SANTOS, A. & TOLA, F. 2016. “¿Ontologías como modelo, método o política? Debates contemporáneos en antropologia”. Avá. Revista de Antropología, 29:71-98.

SCHAMA, Simon. 1996. Paisagem e Memória. São Paulo: Companhia das Letras.

SHELDRAKE, Rupert. 2009. Morphic resonance. The nature of formative causation. Vermont and Toronto: Park Street Press.

SILVA, Helio. 2009. “A situação etnográfica: andar e ver”. Horizontes Antropológicos, 32(15):171-188.

SILVA. Emanuelly. 2019. ‘A gente acostuma os olhos’: como os pescadores artesanais de tarrafa reconhecem os botos da Barra e percebem as paisagens no estuário do Rio Tramandaí. Trabalho de Conclusão de Curso. Porto Alegre: UFRGS.

SILVEIRA, Flávio. 2009. “A paisagem como fenômeno complexo, reflexões sobre um tema interdisciplinar”. In SILVEIRA, F. & CANCELA, C. (eds.): Paisagem e cultura: dinâmica do patrimônio e da memória na atualidade, pp. 71-83. Belém: EDUFPA.

SIMÕES-LOPES, P. C., DAURA-JORGE, F. G. & CANTOR, M. (eds.). 2016. “Clues of cultural transmission in cooperative foraging between artisanal fishermen and bottlenose dolphins, Tursiops truncatus (Cetacea: Delphinidae)”. Zoologia, 33(6):1-4.

SIMMEL, Georg. 1977. Sociologia. Estudios sobre las formas de socialización. Madrid: Revista de Ocidente.

SIMMEL, Georg. 1988. La tragédie de la culture. Paris: Editions Rivage.

SMUTS, Barbara. 2001. “Encounters with animal minds”. Journal of Consciousness Studies, 8(5-7):293-309.

STENGERS, Isabelle. 2005. “An ecology of practices”. Cultural Studies Review, 1(11):183-196.

STENGERS, Isabelle. 2007. “La proposition cosmopolitique”. In LOLIVE, J. & SOUBEYRAN, O. (eds.): L’emergence des cosmopolitiques, pp. 45-68. Paris: La Découverte.

STRATHERN, Marilyn. 2013. Fora de contexto. As ficções persuasivas da Antropologia. São Paulo: Terceiro Nome.

SWYNGEDOUW, Erik. 2001. “A cidade como um híbrido: natureza, sociedade e ‘urbanização-cyborg’”. In ACSELRAD, H. (ed.): A duração das cidades. Sustentabilidade e risco nas políticas urbanas, pp. 83-104. Rio de Janeiro: DP&A.

TABAJARA, Luís. 1992. Aspectos da relação pescador-boto-tainha no estuário do rio Tramandaí – RS. In Prefeitura de Tramandaí/UFRGS (eds.): Os botos do Rio Tramandaí, pp. 17-49. Canoas: La Salle.

TAUSSIG, Michael. 1993. Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem. Um estudo sobre o terror e a cura. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

TSING, Anna L. 2018. “Paisagens arruinadas (e a delicada arte de coletar cogumelos)”. Cadernos do Lepaarq, 30(15):366-382.

UEXKULL, Jakob V. 1933. Dos animais e dos homens. Lisboa: Edição Livros do Brasil.

URRY, John. 1992. “The Tourist Gaze and the ‘Environment’”. Theory, Culture & Society, 9:1-26. VELHO, Otávio (ed.). 1987. O Fenômeno Urbano. Rio de Janeiro: Editora Guanabara.

VELHO, Gilberto. 1987. Projeto e Metamorfose: antropologia das sociedades complexas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.

VELHO, Gilberto. 2011. “Antropologia Urbana: interdisciplinaridade e fronteiras do conhecimento”. Mana, 17(1):161-185.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2002a. A inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosac Naif.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2002b. “O nativo relativo”. Mana, 8(1):113-148.

WAGNER, Helmut (ed.). 1979. Fenomenologias e relações sociais. Rio de Janeiro: Zahar Eds.

WAGNER, Roy. 2010. A invenção da cultura. São Paulo: COSAC NAIFY.

Publicado

2020-09-27

Número

Sección

Dossiê