Inimigos, Jaguares e Espíritos: os outros e suas transformações

Authors

  • Marcel Mano Instituto de Ciências Sociais- INCIS Universidade Federal de Uberlândia - UFU

DOI:

https://doi.org/10.51359/2525-5223.2019.240606

Keywords:

burial, Groups Jê – ‘Cayapó’, identities and alterities, war and anthropophagy, hunting praxis

Abstract

The article has as its motto the historical descriptions of indige-nous burials in ceramic urns and intends, from an anthropological reading of them, to associate them with the universe of negative or predatory ex-changes that human groups maintain with the outer world of the alterities. Based on an ethnological approach with historical and ethnographic data, the article discusses and problematizes two assumptions. The hypothesis that the urns are related to the anthropophagic-warrior universe described by the chroniclers between the Tupinambá and Guarani; and the Tupi – Jê differentiation model centered on the centrifugal x centripetal dichotomy. For this, it presents burial in urns as a code within a broader group of transformations that lead, in different Amerindian societies, from the inte-rior to the exterior, and whose translation processes are the result of both classificatory thinking and a venatory practice.

Author Biography

Marcel Mano, Instituto de Ciências Sociais- INCIS Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Doutor em Antropologia, é professor associado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - PPGCS - INICIS e Programa de Pós-Graduação em História - PPGHI - INHIS da Universidade Federal de Uberlândia. Coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Arqueologia, Etnologia e História Indígena - GEPAEHI, com projetos o desenvolvidos dentro da perspectiva dos itinerários e encontros culturais, com particular atenção às relações de contatos e aos contextos de identidades e alteridades indígenas. Tem experiência na área de Antropologia, tendo trabalhado nos seguintes temas: Antropologia, Etnografia, Etnologia e História Indígena

References

ALVES, Marcia A. 2013. “A Arqueologia no extremo oeste de Minas Gerais”. Revista Espinhaço, 2(2):96-117.

ALVES, Marcia A. 1991. “Culturas ceramistas de São Paulo e Minas Gerais: estudo tecnotipologico”.Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia (1):71-96

CARVALHO, Silvia. 2015. Mitos e Práxis – por uma Antropologia marxiana. São Paulo: Terceira Margem.

CARVALHO, Silvia. 1999. “A morte heróica do guerreiro”. In CARVALHO, Silvia et al. (eds.): Rituais indígenas brasileiros, pp. 7-15. São Paulo: CPA.

CARVALHO, Silvia. 1983. “A cerâmica e os rituais antropofágicos”. Revista de Antropologia, 26(1):39-52.

CLASTRES, Pierre. 1995. Crônica dos índios Guayaki. Rio de Janeiro: Edições 34.

CUNHA, M. C. & CASTRO, E. V. 1985. “Vingança e temporalidade: os Tupinambá”. Journal de la socièté dês americanistes, LXXI:191–208.

FAUSTO, Carlos. 2001. Inimigos fiéis: história, guerra e xamanismo na Amazônia. São Paulo: EDUSP.

GODOY, Manuel P. 1974. Contribuição à história natural e geral de Pirassununga. Pirassununga: Prefeitura de Pirassununga.

GORDON, Cesar. 2006. Economia selvagem– ritual e mercadoria entre os Xikrin Mebêngôkre. São Paulo: EdUNESP/ISA.

LEA, Vanessa. 2012. Riquezas Intangíveis de Pessoas Partíveis:Os Mebengokre (Kayapó) do Brasil Central.São Paulo: EdUSP.

LÉVI-STRAUSS, Claude. 1996. Mitológicas– Lo crudo y lo cocido. México: Fondo de Cultura Económica.

LÉVI-STRAUSS, C. & ERIBON, Didier. 1990. De perto e de longe. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

LUCKESCH, Anton. 1976. Mito e vida dos índios Cayapós. São Paulo: Pioneira/EDUSP.

MAGALHÃES, Wagner. 2015. Estudo arqueométrico dos sítios arqueológicos Inhazinha e Rodrigues Furtado, município de Perdizes/MG. Dissertação de Mestrado. São Paulo: USP.

MENGET, Patrick. 1993. “Notas sobre as cabeças Munduruku”. In CASTRO, E. V. & CUNHA, M. (eds): Amazônia: etnologia e história indígena, pp. 311-322. São Pulo: NHII.

MANO, Marcel. 2011. “Contato, guerra e paz: problemas de tempo, mito e história”. Politica & Trabalho, 34(1):193-212.

METRAUX, Alfred. 1979. A religião dos tupinambás. São Paulo: Nacional/EDUSP.

MONTEIRO, John. 1994. Negros da terra – bandeirantes e índios na formação de São Paulo. São Paulo: Cia das Letras.

NEME, Mario. 1969. “Dados para a história dos índios Caiapó”. Anais do Museu Paulista, 23:101-147.

PEREIRA, M. A. et al. 1982. “Uma igaçaba de Capivari”. Publicação do Museu Municipal de Paulínia, (21):1-14.

SILVA, Cláudio S. 2015. História Indígena, Arqueológico e Patrimônio Cultural – Triângulo Mineiro-MG. Trabalho de Conclusão de Curso. Ituiutaba: UFU.

SCHADEN, Egon. 1954. “Os primitivos habitantes do território paulista”.Revista de História, 8(18):396-411.

TURNER, Terence. 1992. “Os Mebengokre Kayapó: história e mudança social, de comunidades autônomas para a coexistência interétnica”. In CUNHA, M. (ed.): História dos índios no Brasil, pp. 311-338. São Paulo: Cia das Letras.

VIDAL, Lux B. 2001. “O mapeamento simbólico das cores na sociedade indígena Kayapó-Xikrin do sudoeste do Pará”. In SILVA, A. L. & FERREIRA, M. K. L. (eds): Antropologia, história e educação– a questão indígena na escola, pp. 209-220. São Paulo: Global.

VIDAL, Lux B.1977. Morte e vida de uma sociedade indígena brasileira: os kayapó-xikrin do Rio Catete. São Paulo: HUCITEC.

VIERTLER, Renate B. 1999. “As implicações adaptativas do Funeral ao processo de mudança social entre os Bororo de Mato Grosso”. In CARVALHO, S. M. et al. (eds):Rituais Indígenas brasileiros, pp. 118-129. São Paulo: CPA.

CASTRO, Eduardo V. 1986. Araweté– os deuses canibais. Rio de Janeiro: Zahar.

CASTRO, Eduardo V. 1996. “Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio”. Mana, 2(2):115-144.

CASTRO, Eduardo V. 2002. A inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosak &Naif.

WAGLEY, Charles. 1976. “Xamanismo Tapirapé”. In SCHADEN, E. (ed.): Leituras de Etnologia Brasileira, pp. 236-267. São Paulo: Nacional.

Published

2020-04-28

Issue

Section

Dossiê