O Aurora e Prática do Sem Preço: Reflexões sobre Política, Infraestrutura e Dinheiro na Vida Ordinária

Autori

DOI:

https://doi.org/10.51359/2525-5223.2020.247449

Parole chiave:

Infraestrutura, Cotidiano, Dinheiro, Consumo e Ação Politica

Abstract

O presente artigo faz uma análise sobre o ato de pagar a partir da discussão antropológica sobre infraestrutura. Mais especificamente, se apoia em ferramentas conceituais que apontam para a dimensão ordinária, banal e invisível com a qual as infraestruturas se revelam para as pessoas em suas interações. A reflexão enriquecida por um caso empírico em que este itinerário burocrático de consumo, pagar por algo, acontece de modo diferente: trata-se de um restaurante em que a refeição não tem um preço fixo, pré-estabelecido ou mesmo sugerido. O Aurora propõe o “sem preço” como uma prática “corresponsabilização e apoio mútuo” por entenderem o valor relativo do dinheiro em nossa sociedade. O efeito de contraste que tal experiência engaja permite aprofundar nossos comprometimentos naturalizados com as lógicas de funcionamento das infraestruturas.

Biografia autore

Yuri Rosa Neves, Universidade Federal de Pernambuco

Doutorando em Antropologia – PPGA/UFPE

Riferimenti bibliografici

BEAR, L. et al. 2015. Gens: A feminist manifesto for the study of capitalism. (https://culanth.org/ fieldsights/652-gens-a-feminist-manifesto-for-the-study-of-capitalism; acesso 03/06/2020).

BOAS, T. C. & GANS-MORSE, J. 2009. “Neoliberalism: From New Liberal Philosophy to Anti-Liberal Slogan”. Studies in Comparative International Development, 44(2):137-161.

BOLTANSKI, L. & CHIAPELLO, É. 2009. “‘O capitalismo e seus críticos’. O novo espírito do capitalismo. São Paulo: Martins Fontes.

BOURDIEU, P. 1998. A essência do neoliberalismo. Contrafogos: táticas para enfrentar a invasão neoliberal. Zahar: Rio de Janeiro.

BOURDIEU, P. 1991. The Logic of Practice. Stanford: Stanford University Press.

COMITÊ INVISÍVEL. 2016. Aos nossos amigos: crise e insurreição. São Paulo: n-1 Edições.

DALAKOGLOU, D. 2010. “The road: An ethnography of the Albanian–Greek cross-border motorway”. American Ethnologist, 37(1):132-149.

GANTI, T. 2014. “Neoliberalism”. Annu. Rev. Anthropol, 43:89-104.

GRAHAM, S. & MARVIN, S. 2001. Splintering Urbanism: networked infraestructures, technological mobilities and the urban condition. Routledge: London and New York.

GRAEBER, D. 2012. “Dead zones of the imagination: On violence, bureaucracy, and interpretive labor”.

HAU, Journal of Ethnographic Theory, 2(2):105-28

GROS, D. 2003. Institutos Liberais e neoliberalismo no Brasil da Nova República. Tese de Doutorado. Porto Alegre: Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser.

HARAWAY, D. 2004. “Modest_Witness@Second_Millennium”. In HARAWAY, D. (ed.): Haraway Reader, pp. 223-250. New York: Routledge.

HARVEY, P. & KNOX, H. 2015. Roads. An Anthropology of Infraestructure and Expertise. Ithaca and London: Cornell University Press.

HERZFELD, M. 1992. The social production of indiference. Exploring the symbolic roots of Western bureaucracy. Chicago and London: The University of Chicago Press.

LARKIN, Brian. 2013. “The Politics and Poetics of Infraestructure”. Annu. Rev. Anthropol., 42:327-43.

MAGNANI, J. G. 2014. “O Circuito: proposta de delimitação da categoria”. Ponto Urbe, 15. (http://journals.openedition.org/pontourbe/2041; acesso em 24/06/2020).

MILLER, D. 1998. A Theory of Shopping. Cambridge: Polity Presss.

MILLER, D. 2007. “Consumo como cultura material”. Horizontes Antropológicos, 13(28):33-63.

NEIBURG, F. 2007. “As moedas doentes, os números públicos e antropologia do dinheiro”. Mana, 13(1):119-151.

NEIBURG, F. & GUYER, J. 2020. “Introduction: The real in the real economy”. In NEIBURG, F. & GUYER, J. (eds): The Real economy, Essays in ethnographic theory, pp. 1-27. Chicago: Hau Books.

ORTNER, S. B. 2007. “Subjetividade e crítica cultural”. Horizontes Antropológicos, 13(28):375-405.

PORTILHO, F. 2010. “Self-attribution of responsibility: consumers of organic foodsin a certified street marketin Rio de Janeiro, Brazil”. Etnográfica, 14(3):549-565.

RILES, A. 2003. “Market Collaboration: Finance, Culture, and Ethnography after Neoliberalism”. American Anthropologist, 115(4):555-569.

SCHEGLOFF, E. A. 2006. “Interaction – The Infrastructure for Social Institutions, the Natural Ecological Niche for Language, and the Arena in Which Culture is Enacted”. In ENFIELD, N. J. &Levinson, S. C. (eds.): Roots of Human Sociality: Culture, cognition and interaction, pp: 70-69. London: Berg.

SCOTT, J. 1998. Seeing Like a State. How Certain Schemes to Improve the Human Condition Have Failed. New Haven/ London: Yale University Press.

STRATHERN, M. 2014. “Sujeito ou Objeto? As mulheres e a circulação bens de valor nas terras altas da Nova Guiné”. In STRATHERN, M. (ed.): O Efeito Etnográfico e outros ensaios, pp.109-133. Cosac Naify: São Paulo.

SHINEIDER, K. 2015. A revolução está no prato: do global ao local no movimento slow food. Dissertação de mestrado. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.

SIMMEL, G. 2005. “As grandes cidades e a vida do espírito”. Mana, 11(2):577-591.

SMITH, M. L. 2016. “Urban infrastructure as materialized consensus”. World Archaeology, 48(1):164-178.

STAR, S. L. 1999. “The Ethnography of Infrastructure”.American Behavioral Scientist, 43(3):377-391.

WEBER, M. 1974. “Burocracia”. In GERTH, H.H. & MILLS, C. W. (eds): Ensaios de sociologia, pp. 229-282. Rio de Janeiro: Zahar Editora.

Pubblicato

2021-03-16

Fascicolo

Sezione

Dossiê