Pajés: a cosmologia de um encontro (2015)
Parole chiave:
Indígenas, Xukuru, Encontro dos Pajes.Abstract
Este ensaio tem como proposta apresentar a mobilização indígena em Pernambuco, através do "II Encontro dos Pajés - Detentores dos saberes tradicionais". A ciência produzida pelos Pajés e demais detentores dos saberes tradicionais indígenas está intimamente relacionada à espiritualidade e à natureza, cujas práticas imbricam-se na afirmação da identidade étnica dos povos indígenas. Esse evento é importante no sentido de compreender as concepções de saúde, doença e cura dessas comunidades tradicionais e, de modo geral, as formas de garantia dos princípios da intermedicalidade. É como afirma Gersem Luciano (2006): “Cada povo indígena constitui-se como uma sociedade única, na medida em que se organiza a partir de uma cosmologia particular própria que baseia e fundamenta toda a vida social, cultural, econômica e religiosa do grupo”. Deste modo, a antropologia visual é uma abordagem fundamental na reflexão sobre sistemas visuais, como afirma Parés (2000/2001), em seu texto algumas Considerações em torno da Antropologia Visual, é “uma área da Antropologia Sócio-cultural, que utiliza suportes imagéticos para descrever uma cultura ou um aspecto particular de uma cultura” e também na captação da realidade social entendida aqui como um “processo dinâmico e descontínuo e sua apreensão exige estratégias em constante elaboração, para se compreender ou tentar explicar as implicações que as relações de forças exercem na produção do conhecimento”, Riscal (2010) .
No ano de 2015, iniciamos o projeto de pesquisa “Complexo da Jurema: práticas de cura e intermedicalidade no Nordeste brasileiro”, com o objetivo de analisar e compreender as concepções de saúde, doença e cura através das práticas e saberes tradicionais indígenas, no Nordeste do Brasil, bem como compreender as práticas de auto-atenção através do uso de plantas medicinais para o cuidado com a saúde. Entende-se aqui complexo da jurema como um modo das populações indígenas do nordeste de compartilharem um conjunto de práticas e saberes de cura em torno do ritual e da bebida produzida pela árvore conhecida como Jurema, considerada sagrada e, assim, ter acesso aos seres espirituais (Encantados) e seus ensinamentos. A partir dessa iniciativa, entramos em contato com profissionais de saúde do Distrito Sanitário Indígena de Pernambuco, lideranças, pajés e especialistas indígenas, afim de identificar estratégias comunitárias para sustentabilidade dos saberes e práticas tradicionais. Neste sentido, esse projeto tem como meta obter dados que possam auxiliar a elaboração de propostas para articulação entre os saberes e práticas tradicionais de cura e a atenção diferenciada implantada pelo SUS junto aos povos indígenas. A intenção é também subsidiar ações dos profissionais do SUS e colocá-los em sintonia com esses povos. Foi nesse contexto que fomos convidados a participar do II Encontro de Pajés do Estado de Pernambuco, ocorrido na aldeia Pedra d´água, Terra Indígena Xukuru. Foram dois dias do mês de novembro de 2015, em que foi possível observar as dinâmicas que estão sendo vivenciadas por esses atores.
Ficha técnica:
Autores: Vânia Fialho (Orientadora); Andreza Graciete (UPE/ LACC); Hosana Celi (UFPE/LACC);Laís Carvalho (UPE/LACC);Luan Arruda (UPE/LACC) & Mirela Barbosa (UPE/LACC)
Fotografias:Vânia Fialho (Orientadora); Andreza Graciete (UPE/ LACC); Hosana Celi (UFPE/LACC);Laís Carvalho (UPE/LACC);Luan Arruda (UPE/LACC) & Mirela Barbosa (UPE/LACC)
Direção, Edição de Imagem e Texto: Vânia Fialho (Orientadora); Andreza Graciete (UPE/ LACC); Hosana Celi (UFPE/LACC);Laís Carvalho (UPE/LACC);Luan Arruda (UPE/LACC) & Mirela Barbosa (UPE/LACC)

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