Trajetórias da cartografia: da colonialidade a descolonialidade
DOI:
https://doi.org/10.51359/2238-6211.2022.251775Palavras-chave:
Cartografia Moderna, Indisciplinamento, Povos Subalternizados.Resumo
O presente artigo busca mostrar a trajetória da Cartografia desde a colonialidade até a descolonialidade, com o intento de discutir o papel do ativismo cartográfico contra o projeto do sistema-mundo colonial instaurado na modernidade para impor a dominação do território, do ser, do saber e do poder. Nesse sentido, mergulhando na história social da Cartografia, nota-se como os mapas e mapeamentos foram naturalizados para atender os interesses do capitalismo, apagando os saberes e fazeres territoriais dos povos subalternizados. Contra isso, desde a década de 1980 surge perspectivas plurais, que a partir de indisciplinamento da Cartografia feito por agentes externos e povos subalternizados tencionam leituras críticas e lutas sociais do território. Assim, partiremos dessas reflexões para buscar alternativas que radicalizem e fortaleçam os saberes-fazeres dos povos subalternizados.Referências
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