Espaços protegidos transfronteiriços ibéricos, a conservação da natureza e o território
DOI:
https://doi.org/10.51359/2238-6211.2023.260672Palavras-chave:
territórios protegidos, parques transfronteiriços, reserva da biosfera, espaço ibéricoResumo
A partir do início do século XXI os países ibéricos vincularam-se aos preceitos ditados pela IUCN e transformaram seu arcabouço legal para as Áreas Protegidas, criando também espaços protegidos transnacionais, dentre os quais os parques transfronteiriços do rio Douro e de Gerês-Xurés, inseridos em duas Reservas de Biosfera. Pesquisando-se as Leis, a relação existente entre os núcleos humanos em sua dimensão-densidade ante à Área Protegida, os aspectos de uso do espaço e as florestas, os objetivos e as ações, através do uso de informações oficiais atualizadas, de levantamentos de campo e de software de informação geográfica, pode-se entender que nesses países a política de proteção entende a natureza como recurso, o qual deve ser preservado para fins de uso, que as populações residentes estão contempladas antecipadamente às decisões protecionistas, incluindo-se a permissão de caça dentro dos parques, perpetuando-se os desequilíbrios gerados pela sociedade nesses territórios. Quanto à conservação, ela é maior nas áreas de menor densidade demográfica, com expressão menos moderna e desenvolvimentista que nas áreas em que se enseja o progresso e a agricultura tem uma forte base na agricultura/vitinicultura. Nesse sentido Portugal e Espanha inserem-se no mundo sem fronteiras compactuando Leis e territórios de maneira muito parecida e comum.
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