COVID-19 no meu corpo territorial mórbido em uma geografia viral globalizada, mutante e ativa

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.51359/2238-6211.2024.263904

Mots-clés :

território do corporal, trabalho, COVID-19, gestão pública, necropolítica

Résumé

Destaco que este ensaio tem um caráter pessoal e, portanto, busca descrever um estado de vida mórbida hospitalar, vivido por mim por quinze dias, sob o acometimento da COVID-19, entre os dias 29 de março de 2020 a 13 de maio do mesmo ano. Paralelamente busco fazer um link com possíveis e pertinentes vinculações da Geografia com outras áreas das humanidades afins. Portanto, destaco, entrelaçam-se duas variantes comuns: a zoé dos gregos, minha vida natural reprodutiva, juntamente com meu biopolítico, uma forma de vida politicamente qualificada (Agamben, 2004, p.16). Ou como assevera Raffestan (1993), um zoé como energia socialmente trabalhada em informação, com saber ativo e passivo, manipulado pelos sistemas de poder dissimétricos capitalistas, sob a ira de um capital eternamente espoliador; no meu caso, um corpo biopolítico, por que não dizer, agora sob a égide de uma necropolítica, em todos os quadrantes da vida, cada vez mais precarizada. Sei que a empreitada é desafiadora, mas não tanto quanto superar, como superei, as duas variantes do meu ser: o meu corpo nu susceptível à COVID-19, como o meu biopolítico em forte embate à necropolítica fomentadora do surgimento, ressurgimento, de biomas bacterianos e viróticos, como a do referido vírus, assim como, e dialeticamente, a busca pela ciência no seu combate. Assim, ressalto, falarei na primeira pessoa, como também, “cientificamente”, quando convier, na terceira. Esse artigo faz parte do ciclo de debates virtuais do IV CONGEO, tendo como tema central: “Desafios e novos debates da Geografia Política Contemporânea no Brasil, tendo como debatedores aqui na UFPE, eu, Prof. Alcindo José de Sá e a Profa. Tânia Bacelar de Araújo, tendo como mediador o Prof. Caio Augusto Maciel, buscando focar, por caminhos diversos, o cambiante, mas necessário, papel do Estado-Nação brasileiro e seus Estados Federados na gestão pública no campo da saúde e no combate da epidemia da Covid-19.

Biographie de l'auteur-e

Francisco Kennedy Silva, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil

Professor Titular da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE.

Références

AGAMBEN, G. Homo Sacer. O Poder Soberano e a Vida Nua I. Belo Horizonte: Ed. Da UFMG, 2004.

GEORGE, P. O Homem na Terra. A Geografia em Ação. Lisboa: Edições 70, 1993.

LAVINAS, E. Ética ao Infinito. Lisboa: Ed. 70, 2007.

MORIN, E. O Método 5. A Humanidade da Humanidade. Porto Alegre: Sulinas, 2002.

MORIN, E. Para la Vía. Para el futuro de la Humanidad. Barcelona: Espasa Libros, 2011.

RAFFESTIN, C. Por uma Geografia do Poder. São Paulo: Ed. Ática, 1993.

SÁ, A. J. de. Geocultura Pós-Moderna: Limites e Fronteiras em Questão. Recife: Ebook, 2016. ISBN 978-85 922247-0-7

SANTOS, M. A Natureza do Espaço. Técnica e Tempo. Razão e Emoção. São Paulo: HUCITEC, 1996.

Publié-e

2024-08-19

Comment citer

Francisco Kennedy Silva. (2024). COVID-19 no meu corpo territorial mórbido em uma geografia viral globalizada, mutante e ativa. Revista De Geografia, 41(2), 17–29. https://doi.org/10.51359/2238-6211.2024.263904

Numéro

Rubrique

Artigo Científico