A contradição do visível: intervenções paisagísticas e gestão dos resíduos sólidos no bairro do Vasco da Gama, Recife (PE)
DOI:
https://doi.org/10.51359/2238-6211.2024.264178Parole chiave:
intervenções paisagísticas, resíduos sólidos, protagonismo popular, cidadania paisagística, autogestãoAbstract
Neste artigo buscamos evidenciar o protagonismo popular observado no bairro do Vasco da Gama, no município do Recife (PE), expondo o movimento de autogestão e cuidado ambiental dos moradores através da criação de algumas intervenções paisagísticas no espaço público. Estas ações comunitárias são construídas como forma de denúncia e tentativa de solução dos problemas que envolvem o acúmulo de resíduos sólidos e a falta de equipamentos de lazer e espaços de convivência no bairro, permitindo problematizar as desigualdades no acesso aos serviços públicos na cidade do Recife. Como estratégia metodológica, utilizou-se o método descritivo-exploratório que usa a descrição das características significativas do objetivo de estudo para explicar possíveis fatores que contribuem para sua ocorrência. A análise se desenvolve através da observação das percepções paisagísticas cotidianas, considerando que a implicação das pessoas com os espaços cotidianos são centrais para a resolução dos problemas socioambientais da cidade, tornando-se necessário compreender essas ações sociais em associação com as desigualdades socioterritoriais historicamente construídas. Assim, as intervenções paisagísticas demonstram que o protagonismo social dos habitantes é central para a construção de estratégias sustentáveis e responsáveis para conviver com a natureza, com a cidade e com suas expressões paisagísticas.
Riferimenti bibliografici
ANDRADE, Maria Vitória. Interferências paisagísticas em espaços públicos no Recife/PE: visibilidade e protagonismo popular no bairro Vasco da Gama. 2023. Trabalho de Conclusão de Curso (Geografia Bacharelado) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2023. Acesso em: 12 abr. 2024.
ANDRADE, Maria Vitória; BARBOSA, David Tavares; MACIEL, Caio Augusto Amorim. Composições comunitárias de espaços públicos e praças: Ações pelo direito à paisagem na cidade do Recife/PE. In: III Lote e quadra, cidade e território: Espaços livres, redes ecológicas e o direito à paisagem, 2021, Niterói. Anais [...]. Paisagens Híbridas, ECA-UFRJ, 2021, Niterói.
BARBOSA, David Tavares. Ver, estar e ser (n)a paisagem: Cidadania paisagística e o direito à paisagem na cidade do Recife/PE. Rio de Janeiro, 2020. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2020.
BERLEANT, Arnold. A estética da arte e a natureza. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo (Coord.). Filosofia da Paisagem – Uma antologia. 2ª edição. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2013a, p. 281-298.
BERLEANT, Arnold. Estética e ambiente. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo (Coord.). Filosofia da Paisagem – Uma antologia. 2ª edição. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2013a, p. 377-394.
BERQUE, Augustin. El Pensamiento Paisajero. Madrid: Biblioteca Nueva, 2009.
BESSE, Jean-Marc. O Gosto do Mundo: Exercícios de paisagem. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2014a.
BESSE, Jean-Marc. Entre a geografia e a ética: a paisagem e a questão do bem-estar. GEOUSP (Online), São Paulo, v. 18, n. 2, mai/ago 2014b, p. 241 – 252. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/geousp/
article/view/84455. Acesso em: 14 abr. 2024.
BESSE, Jean-Marc. Paysages em Commun – Editorial. In: Les Carnets du Paysage, nº 33, printemps 2018a, p. 05-13.
BESSE, Jean-Marc. La Nécessité du Paysage. Marseille: Parenthèses, 2018b.
BOOKCHIN, Murray. Autogestão e tecnologias alternativas. In: ALBERT, Michael; CHOMSKY, ORTELLADO, Pablo; BOOKCHIN, Murray; GUILLÉN, Abraham. Autogestão hoje teorias e práticas contemporâneas. Faísca Publicações Libertárias, São Paulo, 2004, p. 61-84.
BRIFFAUD, Serge. La Culture du Pittoresque et le Patrimoine Paysager Contemporain. In: Patrimoine et Paysages. Lyon: Lieux Dits, 2009, p. 40-47.
CASTRO, Iná Elias de. Espaço político. GEOgraphia. V. 20, Nº 42, jan./abr., 2018a, p. 120-126. Disponível em: http://periodicos.uff.br/geographia/article/view/13839/9042. Acesso em: 25 ago. 2024.
CASTRO, Iná Elias de. Espaços públicos como espaços políticos: O que isso quer dizer? Geografares. Jul./Set. 2018b, p. 12-33. Disponível em: http://ojs2.ufes.br/geografares/article/viewFile/20997/14088. Acesso em: 25 ago. 2024.
CORRÊA, Roberto Lobato. Diferenciação sócio-espacial, escala e práticas espaciais. CIDADES, v. 4, n. 6, 2007, p. 62-72. Disponível em: https://periodicos.uffs.edu.br/index.php/cidades/article/download/ 12795/8363. Acesso em: 03 ago. 2024.
EMLUB. Coleta Seletiva. Prefeitura da Cidade do Recife, 2024. Disponível em: https://emlurb.recife.pe.gov.br/coleta-seletiva-0. Acesso em: 26 ago. 2024.
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: EDITORA ATLAS, p. 176, 2002.
MACHADO FILHO, Guilherme Felix. Espaços da política: a relação entre o espaço político das assembleias e o espaço político das ruas no contexto das manifestações políticas brasileiras contemporâneas. 2017. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
MAIS VIDAS NOS MORROS. Mais Vidas nos Morros: reinvenção urbana passo a passo. Secretaria Executiva de Inovação Urbana, 1. ed, São Paulo: Cross Content, p. 1-50, 2020.Disponível em: https://maisvidanosmorros.recife.pe.gov.br/wpcontent/uploads/2021/04/Mais_Vida_nos_Morros_reinvencao_urbana_passo_a_passo.pdf. Acesso em: 03 de ago. 2024.
MENDES, Giorgia; MELO, Maria; ANDRADE, Aline. Estudos dos conflitos socioambientais das regiões político-administrativas noroeste (microrregião 3.3) e oeste da cidade do Recife/PE. V Congresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação. IFAL, ano 2010, n. V, p. 1-8, 2010.
MENEZES, Marat Troina. Lixo e resíduos sólidos urbanos. In: MENEZES, Marat Troina; Instituto de Arquitetos do Brasil. Cadernos técnicos de morar carioca tratamento de resíduos sólidos, 2014, p. 10-56.
ORSI, Rafael A. Convivendo com o lixo: a vulnerabilidade socioambiental no bairro Jardim Graminha, Leme, São Paulo. AUGM DOMUS. Vol. 5, p. 13 – 32, 2013
PORTILHO, Fátima. Consumo sustentável: limites e possibilidades de ambientalização e politização das práticas de consumo. Cadernos EBAPE.BR, Edição Temática, 2005, p. 1-12.
PREFEITURA DA CIDADE DO RECIFE. Diagnóstico Propositivo do Plano Diretor, Lei de Parcelamento e Lei de Uso e Ocupação do Solo. Volume II - Lei de Parcelamento e Lei de Uso e Ocupação do Solo, Org. Prefeitura do Recife - Secretaria de Planejamento Urbano e Instituto da Cidade de Pelópidas Silveira, 2018, p.1-203. Disponível em: https://planodiretor.recife.pe.gov.br/plano-de-ordenamento-territorial, acessado em 17 de agosto de 2022.
PROTO, Leonardo Venicius Parreira. Autogestão social e lutas sociais. Enfrentamento, Goiana, ano 5, n. 9, p. 58-73, jul./dez. 2010.
RECIFE LIMPA. Ecoestações. Prefeitura do Recife Secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos. Disponível em: https://recifelimpa.recife.pe.gov.br/conheca-as-ecoestacoes/. Acesso em: 23 de mai. 2023.
RIBEIRO, Rafael Winter. Paisagem Cultural Urbana e Paisagem Histórica Urbana: O Rio de Janeiro e os desafios recentes para a lista do patrimônio mundial. In: Identidades: Território, Projeto, Patrimônio. Vol. 06, 2015, p. 235-256.
RIBEIRO, Rafael Winter. A política da paisagem em cidades brasileiras: instituições, mobilizações e representações a partir do Rio de Janeiro e Recife. In: I Congresso Ibero Americano em Estudos de Paisagem, 2018, Sintra. Anais [...] I Congresso Ibero Americano em Estudos de Paisagem, 2018.
RIBEIRO, Rafael Winter. Gestão da paisagem, gestão da cidade: Quais os legados do Rio de Janeiro Patrimônio Mundial? Revista CPC (USP), v. 14, p. 144-166, 2019b. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/cpc/article/view/153143. Acesso em: 06 jan. 2020.
SANTANA, John Kennedy Ribeiro. Análise evolutiva da ocupação dos morros da cidade do Recife. In: Anais do Simpósio Nacional de Geografia Urbana - SIMPURB, XVI, Universidade Federal do Espírito Santos, 2019, p. 3754 -3768. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/simpurb2019/article/view/26767. Acesso em: 12 abr. 2024.
SGARD, Anne. Une «éthique du paysage» est-elle souhaitable?. VertigO – Revue électronique en sciences de l'environnement. Vol. 10, nº 01, avril 2010. Disponível em: http://vertigo.revues.org/9472. Acesso em: 03 mai 2016.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2024 Caio Augusto Amorim Maciel, Maria Vitoria Andrade, David Tavares Barbosa

TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantêm os direitos autorais e concedem à REVISTA DE GEOGRAFIA da Universidade Federal de Pernambuco o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. CC BY - . Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
d) Os conteúdos da REVISTA DE GEOGRAFIA estão licenciados com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. CC BY - . Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
No caso de material com direitos autorais a ser reproduzido no manuscrito, a atribuição integral deve ser informada no texto; um documento comprobatório de autorização deve ser enviado para a Comissão Editorial como documento suplementar. É da responsabilidade dos autores, não da REVISTA DE GEOGRAFIA ou dos editores ou revisores, informar, no artigo, a autoria de textos, dados, figuras, imagens e/ou mapas publicados anteriormente em outro lugar.