EXCLUÍDAS PELO DESENVOLVIMENTO: MULHERES E O COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO DE SUAPE

Autores/as

  • Mariana Olívia Santana dos Santos Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fundação Oswaldo Cruz-CPqAM/FIOCRUZ
  • Stevam Gabriel Alves Programa do Pós-Graduação em Meio Ambiente (PRODEMA)/Universidade Federal de Pernambuco
  • Frederic Adelin Georges Mertens Centro de Desenvolvimento Sustentável - Universidade de Brasília e Comunidade de prática sobre as abordagens ecossistêmicas em saúde humana na América Latina e no Caribe (CoPEH-LAC)
  • Idê Dantas Gomes Gurgel Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fundação Oswaldo Cruz-CPqAM/FIOCRUZ
  • Lia Giraldo da Silva Augusto Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fundação Oswaldo Cruz-CPqAM/FIOCRUZ e Universidade de Pernambuco

Resumen

Nos últimos anos o Brasil tem priorizado um modelo desenvolvimentista com políticas que visam à reprodução e acumulação do capital mediante reprimarização da economia, através de megaprojetos neoliberais financiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Pernambuco tem ampliado o Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS) com a construção de novas industrias. Essa reconfiguração tem ocasionado profundas transformações políticas, socioeconômicas e culturais, gerando injustiças e conflitos socioambientais repercutindo negativamente sobre territórios onde vive a população local. Este artigo analisa os processos de vulneração socioambiental a partir da percepção das moradoras de nove comunidades localizadas no CIPS. Realizou-se pesquisa qualitativa, seguindo princípios da abordagem ecossistêmica em saúde. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, com perguntas abertas sobre a chegada de empreendimentos industriais e como repercutiam no território. A análise foi orientada pela metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), onde a partir das Expressões Chaves e Ideias Centrais de cada discurso, construiu-se quatro DSCs sobre conflitos/injustiças e cinco DSCs sobre o processo saúde-doença. A partir do diálogo entre conhecimentos científicos e populares, identificou-se que o crescimento econômico não modificou as estruturas promotoras de desigualdade, ao contrário, tem gerado novos processos de vulnerabilização no ambiente e na saúde da população.

Biografía del autor/a

Mariana Olívia Santana dos Santos, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fundação Oswaldo Cruz-CPqAM/FIOCRUZ

Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal de Pernambuco (2006), Especialista e mestra em Saúde Pública pelo CPqAM - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, onde atualmente está no segundo ano do doutorado também em saúde pública. Tem desenvolvido estudos com ênfase em comunicação e saúde e saúde ambiental e do trabalhador. Atualmente é integrante da equipe de pesquisa do Laboratório Saúde, Ambiente e Trabalho do CPqAM onde participa dos projetos de pesquisa ";;Os impactos socioambientais decorrentes da industrialização em Suape";; e ";;Os Impactos do projeto de Integração do rio São Francisco";;. Integra a Comunidade de Prática sobre as Abordagens Ecossistêmicas em Saúde (CoPEH) na América Latina e no Caribe (CoPEH-LAC) e no Canadá (CoPEH-Canada), Rede Brasileira de Justiça Ambiental e Rede Saúde e Cultura e o Fórum Suape Espaço Socioambiental PE através da perspectiva de ciência cidadã. Tem interesse em atuar na área de formação/educação, comunicação e saúde coletiva. Faz parte do grupo de pesquisa certificado pelo CNPq Saúde Ambiental na linha de pesquisa Saúde, trabalho e ambiente nos territórios de desenvolvimento humano.

Stevam Gabriel Alves, Programa do Pós-Graduação em Meio Ambiente (PRODEMA)/Universidade Federal de Pernambuco

Graduado em Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Especialista em Análise Ambiental e Gestão Territorial pela Fundação de Ensino Superior de Olinda (FUNESO) e Mestre pelo Programa do Pós-Graduação em Meio Ambiente (PRODEMA) na Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é Doutorando do Programa do Pós-Graduação em Meio Ambiente (PRODEMA) na Universidade Federal de Pernambuco onde desenvolve pesquisas na área de Ecologia Política e Saúde Ambiental, e Graduando do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE).

Frederic Adelin Georges Mertens, Centro de Desenvolvimento Sustentável - Universidade de Brasília e Comunidade de prática sobre as abordagens ecossistêmicas em saúde humana na América Latina e no Caribe (CoPEH-LAC)

Possui graduação em Ciências Zoológicas pela Université Libre de Bruxelles (1986), doutorado em Ciências pela Université Libre de Bruxelles (1990), doutorado em Ciências Ambientais pela Université du Québec à Montreal (2010) e pós-doutorado em Parasitologia pela Universidade de São Paulo (1992). Desde o ano de 2007, é professor adjunto no Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília. É também professor do programa de pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (PPG-CASA) da Universidade Federal do Amazonas. Desenvolve pesquisas nas áreas seguintes: ciências ambientais, agricultura e sustentabilidade, abordagens ecossistêmicas para a saúde humana, governança dos sistemas sócio-ecológicos e análise de redes sociais. Desde 2006, coordena o nó brasileiro da rede CoPEH-LAC, Comunidade de Prática sobre as Abordagens Ecossistêmicas em Saúde Humana América Latina e Caribe. É bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq, nível 2, na área de Ciências Ambientais.

Idê Dantas Gomes Gurgel, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fundação Oswaldo Cruz-CPqAM/FIOCRUZ

Graduada em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba- UFPB - CAMPUS 1(1989), Mestre (1998) e Doutora (2007) em Saúde Pública pelo Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fundação Oswaldo Cruz-CPqAM/FIOCRUZ. Realizou Estágio de Doutorando (Doutorado Sandwich) na Escola de Ambiente e Desenvolvimento da Universidade de Manchester (UK). Atualmente é docente e pesquisadora do Departamento de Saúde Coletiva do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fundação Oswaldo Cruz e coordena o Mestrado Profissional em Saúde Pública/CPqAM/Fiocruz. Tem desenvolvido estudos acerca da relação Saúde, Ambiente, Trabalho e Vulnerabilidades Sociais; Análise de Política de Saúde e Uso do Conhecimento Científico na Política de Saúde. É Coordenadora do Fórum Pernambucano de Combate aos Efeitos dos Agrotóxicos na Saúde do Trabalhador, no Meio Ambiente e na Sociedade.

Lia Giraldo da Silva Augusto, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fundação Oswaldo Cruz-CPqAM/FIOCRUZ e Universidade de Pernambuco

Possui graduação em Medicina pela Universidade de São Paulo (1974), mestrado em Clínica Médica pela Universidade Estadual de Campinas (1991) e doutorado em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (1995). Fez especializações em: pediatria, Saúde Pública, Medicina do Trabalho, Epidemiologia e Psicanálise. Atualmente é professor adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco e pesquisador titular aposentado da Fiocruz, permanece no quadro permanente de docentes da Fundação Oswaldo Cruz. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em saúde ambiental, ocupacional, atenção primária à saúde, promoção da saúde, análise de risco ambiental para a saúde. Atua principalmente nos seguintes temas: saude ambiental, abordagem ecossistêmica, saúde do trabalhador, análise de risco e de vulnerabilidade. Atua em diversas frentes pelo campo da saúde coletiva: Grupo temático Saúde e Ambiente da Abrasco, Rede Brasileira de Justiça Ambiental, Fórum Permanente de Combate aos agrotóxicos e pela vida, Fórum Pernambucano de Combate aos efeitos dos agrotóxicos. É Professor Associado da Universidade Andina Simón Bolívar- Quito.

Publicado

2016-09-16

Cómo citar

Santos, M. O. S. dos, Alves, S. G., Mertens, F. A. G., Gurgel, I. D. G., & Augusto, L. G. da S. (2016). EXCLUÍDAS PELO DESENVOLVIMENTO: MULHERES E O COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO DE SUAPE. Revista De Geografia, 33(3). Recuperado a partir de https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistageografia/article/view/229290