Narrativas de trajetórias socioespaciais de estudantes negras do curso de geografia da Universidade Regional do Cariri, em Crato-Ceará
DOI:
https://doi.org/10.51359/2238-6211.2024.264200Palavras-chave:
mulheres negras, narrativas, trajetórias socioespaciais, Universidade, GeografiaResumo
Este artigo foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação na Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, em nível de mestrado, com objetivo principal de analisar as trajetórias socioespaciais de estudantes negras do curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri - URCA, em Crato - Ceará, a partir de suas narrativas. O estudo se ampara em uma perspectiva das “escrevivências”, de Conceição Evaristo, a qual aponta para o cerne da escrita e vivências negras. A pesquisa mostrou que a família das estudantes foi fundamental na decisão em continuar estudando e ingressar na universidade. As políticas de assistência estudantil, por exemplo, as bolsas remuneradas, o restaurante universitário, a residência universitária, garantiram a permanência. Os movimentos negros no espaço acadêmico tiveram o papel de ponte entre sujeito e construção de sua identidade negra. E, mesmo não se sentindo pertencentes ao espaço universitário por motivos de discriminação e invisibilidade, as estudantes negras da URCA se colocaram na construção de uma força de luta dentro desse espaço, principalmente, porque percebe-se um nível adequado de letramento racial vindo delas.
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