Sistema nacional de inovação: agricultura brasileira e suas inovações tecnológicas
DOI:
https://doi.org/10.51359/2238-6211.2023.258008Schlagworte:
progresso técnico, desenvolvimento nacional, agronegócios, inovações em produto, inovações em processoAbstract
O objetivo desse texto é apresentar a contribuição do Sistema Nacional de Inovação, liderado pela EMBRAPA, na introdução, desenvolvimento e difusão das inovações referentes à agricultura brasileira. Para isso, na elaboração do texto optou-se pela abordagem exploratória via levantamento bibliográfico, documental e estatísticos relativo à temática exposta. Os agronegócios desempenham importante papel na economia brasileira e mundial. Enquanto o PIB brasileiro alcançou a soma de R$ 7,4 trilhões, os agronegócios somaram um total de R$ 1,9 trilhão, o que representa 26,6% de participação no PIB total em 2020. Essa performance é fruto de um padrão técnico e científico, constituído de uma plêiade de inovações tecnológicas (melhoramento genético, processos de conservação do solo) ancoradas no Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária.
Literaturhinweise
ABIOVE. Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais. Estatísticas. 2021. Disponível em: https://abiove.org.br/estatisticas/. Acesso em: 20 de março de 2023.
ALBUQUERQUE, E. M. Sistema Nacional de inovação no Brasil: uma análise introdutória a partir de dados disponíveis sobre a ciência e a tecnologia. Rev. da Economia Política, v. 16, n. 3, pp.56-72, 1996.
ALBUQUERQUE, E. M. Ideias Fundadoras - apresentação: The 'National System of Innovation' in Historical Perspective - Christopher Freeman. Rev. Brasileira de Inovação, v. 3, n. 1, pp. 9-34, 2004.
ALVES, E.; SOUZA, G. da S. Desafios da agência de extensão rural. In: BUAINAIN, A. M.; ALVES, E.; SILVEIRA, J. M. (Orgs). O mundo rural no Brasil do século 21: a formação de um novo padrão agrário agrícola. Brasília, Embrapa, 2014.
BANDEIRA, J. L. A geografia econômica das sementes: dos grandes monopólios ao sudoeste do Paraná. 2015. 185 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão, 2015.
BANDEIRA, J. L. A dinâmica geoeconômica do setor de genética vegetal no Brasil: os casos de milho, soja e trigo. 2021. 280 f. Tese (Doutorado) - Curso de Geografia, Geociências, Universidade de Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2021.
BANDEIRA, J. L. ESPÍNDOLA, C. J. Oligopolização e financeirização do setor genético no Brasil: desnacionalização, fusões e iniciativa chinesa no setor. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANPEGE. Anais. São Paulo, Edusp, pp. 1-12, 2019.
BITTENCOURT, P. F.; CÁRIO, S. A. F. (2021). Sistemas de inovação: das raízes no século XIX à análise global contemporânea. In: RAPINI, M. S.; SILVA; L. A.; ALBUQUERQUE, E. M. (orgs). Economia da ciência, tecnologia e inovação: fundamentos teóricos e a economia global. Belo Horizonte, FACE – UFMG, 2021.
BORÉM, A. O melhoramento de plantas na virada do milênio. Rev. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, São Paulo, v. 7, n. 1, pp. 68-72, 1999.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Estatísticas do valor bruto da produção agropecuária. 2021a. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/. Acesso em: 25 de março de 2023.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasileiro. 2021b. Disponível em: http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html. Acesso em: 27 de março de 2023.
BUANAIN, A. M. et al. Sete teses sobre o mundo rural brasileiro. In: BUAINAIN, A. M.; ALVES, E.; SILVEIRA, J. M. (Orgs). O mundo rural no Brasil do século 21: a formação de um novo padrão agrário agrícola. Brasília, Embrapa, 2014.
CASTRO, A. M.G. et al. O futuro do melhoramento genético no Brasil: impactos da biotecnologia e das leis de proteção de conhecimento. Brasília: Embrapa, 2005.
CEPEA. Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. PIB do agronegócio brasileiro. 2021. Disponível em: www.cepea.esalq.usp.br/br/pib-do-agronegocio-brasileiro.aspx. Acesso em: 15 de março de 2023.
CHADDAD, F. R. The economics and organization of Brazilian agriculture: Recente Evolution and productivity grains. Amsterdã, Academic Press, 2016.
CNA. Confederação Nacional da Agricultura. PIB do agronegócio alcança participação de 26,6% no PIB brasileiro em 2020. 2021. Disponível em: www.cnabrasil.org.br/boletins/pib-do-agronegocio-alcanca-participacao-de-26-6-no-pib-brasileiro-em-2020. Acesso em: 10 de março de 2023.
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Séries históricas de custos de produção. 2021. Disponível em: https://www.conab.gov.br/. Acesso em: 13 de março de 2023.
CRS. Congressional Research Service. Advanced Gene Editing: CRISPR-Cas9. 2018. Disponível em: https://crsreports.congress.gov. Acesso em: 20 de março de 2023.
CRUZ, J. C et al. Sistema de Plantio Direto de milho. 2017. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/milho/arvore/CONTAG01_72_59200523355.html. Acesso em: 12 de março de 2023.
CUNHA, R. C. C. A geoeconomia da cadeia produtiva da soja no Brasil. 2020. 313 f. Tese (Doutorado) - Curso de Geografia, Geociências, Universidade de Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2020.
CUNHA, R. C. C.; ESPÍNDOLA, C. J. A Relevância do Progresso Técnico na Consolidação da Cadeia produtiva da soja no sul do Maranhão (BRASIL). Geografia (Londrina), Londrina, v. 25, n. 1, pp. 87-106, 2016.
DAVIS, B. The issues: prospects versus perceptions. In: DAVIS, B. (org.). The genetic Revolution: scientific prospects and public perceptions. Baltimore, Johns Hopkins Press, 1991.
DELGADO, G. da. C. Capital financeiro e agricultura no Brasil: 1965-1985. São Paulo, Ícone/UNICAMP, 1985.
DOSI, G. Sources, procedures and microeconomic effects of innovation. Journal of Economic Literature, Nashville, v. 26, n. 3, pp. 1120-1171, 1988.
DOSI, G. Opportunities, incentives and Collective Patterns of Technological Change. The Economic Journal, v.107, pp.1530-1547, 1997.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Anteprojeto de implantação do centro nacional de pesquisa da soja. Brasília: Embrapa, 1974.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Soja transgênica. 2014a. Disponível em: https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1/soja-transgenica. Acesso em: 20 de março de 2023.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Soja transgênica. 2014b. Disponível em: https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1/soja-transgenica. Acesso em: 20 de março de 2023.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira. Brasília, Embrapa, 2018.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Embrapa em números. Brasília, Embrapa, 2020a.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Balanço social. Brasília, Embrapa, 2020b.
ESPÍNDOLA, C. J.; CUNHA, R. C. C. A dinâmica geoeconômica recente da cadeia produtiva de soja no Brasil e no Mundo. Geotextos, Salvador, v. 11, n. 1, pp. 217-238, 2015.
EMBRAPA. Dados do censo agropecuário de 2017 e os escritos por Lenin. Rev. Princípios, São Paulo, n. 157, p. 47-54, 2019.
EMBRAPA. (2020). Os agronegócios no desenvolvimento econômico brasileiro. In: ALMADA, J.; PAULA, L. F. de; JABBOUR, E. M. K. (Org). Repensar o Brasil. Rio de Janeiro, AMFG, 2020.
FERDOROFF, N; BROWN, N. M. Mendel in the kitchen: a scientist's view of genetically modified foods. Washington, Joseph Henry Press, 2004.
FREEMAN, C. The economics of industrial innovation. London, Frances Pinter, 1974.
FREEMAN, C. The National System of innovation in Historical perspective of economics. Cambridge Journal of economic, v. 19, n. 5, pp. 5-24, 1995.
FREITAS, P. L. de. Histórico do plantio direto. 2017. Disponível em: https://agronomos.ning.com/profiles/blogs/hist-rico-do-sistema-plantio-direto-spd. Acesso em: 12 de março de 2023.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo, Atlas, 1994.
GONÇALVES, J. S. Agricultura sob a égide do capital financeiro: passo rumo ao aprofundamento do desenvolvimento dos agronegócios. Informações econômicas, São Paulo, IEA, v.35, pp. 7-36, 2005.
IFPRI. International Food Policy Research Institute. Agricultural R&D Indicators Factsheet. 2016. Disponível em: https://www.asti.cgiar.org/benchmarking/lac. Acesso em: 20 de março de 2023.
INEP. Instituto Nacional de Estudos, Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo da Educação Superior 2019. 2020. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/censo-da-educacao-superior. Acesso em: 20 de março de 2023.
JANK, M. S. Agronegócio versus agricultura familiar? 2005. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/item/id/309493. Acesso em: 15 de março de 2023.
JINEK, M. et al. A programmable dual-RNA-guided DNA endonuclease in adaptive bacterial immunity. Science, Washington, n. 337, pp. 816–821, 2012.
JINEK, M. et al. RNA-programmed genome editing in human cells. eLife 2, Washington, v. e00471, 2013.
LUNDVALL, B. A. National Systems of innovation: towards a theory of innovation and interactive learning. London, Pinter, 1992.
KLEIN, H. S.; LUNA, F. V. Alimentando o mundo: o surgimento da moderna economia agrícola no Brasil. São Paulo, FGV Editora, 2020.
MARSH, S. P.; PANNELL, D. J. Agricultural extension policy in Australia: The good, the bad and the misguided. Australian Journal of Agricultural and Resource Economics, Portland, V. 44, n. 4, pp. 605-627, 2000.
MAZZUCATO, M. O estado empreendedor: desmascarando o mito do setor público x setor privado. São Paulo, Portfolio-Penguin, 2014.
MOTTER, P.; ALMEIDA, H. G. de. Plantio direto: a tecnologia que revolucionou a agricultura brasileira. Foz do Iguaçu, Parque Itaipu, 2015.
NELSON, R. R.; ROSENBERG. N.. “Technical innovation and national systems”. In. NELSON, R. R. (ed). National innovation systems: a comparative analysis. Oxford, Oxford University Press, 1993.
NELSON, R. R.; WINTER, S. G. Search of useful theory of Innovation. Research Policy, v.6, n. 1, pp. 36-76, 1997.
OCDE. Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Manual de Oslo: Diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 2005. Disponível em: http://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf. Acesso em: 15 de março de 2023.
PATERNIANI, E. Técnicas de manipulação genética em plantas: uma análise crítica. Genética na Escola. São Paulo, n. 1, pp. 25-29, 2006.
PEIXOTO, M. Mudanças e desafios da extensão rural no Brasil e no mundo. In: BUAINAIN, A. M.; ALVES, E.; SILVEIRA, J. M. (Orgs). O mundo rural no Brasil do século 21: a formação de um novo padrão agrário agrícola. Brasília, Embrapa, 2014.
PEREIRA, T. C. Introdução da técnica de CRISPR. Ribeirão Preto, Sociedade Brasileira de Genética, 2016.
PEREIRA, C. N.; CASTRO; C. N. O sistema nacional de pesquisa agropecuária: histórico, estrutura e financiamento. Rio de Janeiro, IPEA, 2017.
RAN, F, A. et al. Genome engineering using the CRISPR-Cas9 system. Nature protocols. London, v.8 n.11, pp. 2281-2308, 2013.
RANGEL, I. Obras Reunidas. Rio de Janeiro: Contraponto/BNDES, v. 1, 2005.
RAYMER, P. L.; GREY, T. L. Challenges in Comparing Transgenic and Nontransgenic Soybean Cultivars. Crop Science Society of America. Madison,v. 43, pp. 1584-1589, 2003.
RIVERA, W. M.; CARY, J. W. Privatizing agricultural extension. In: SWANSON, B. E.; BENTZ, R. P.; SOFRANKO, A. J. (Orgs.). Improving agricultural extension: a reference manual. Rome: Food and Agriculture Organization of the United Nations. Rome, FAO, 1997.
RODRIGUES, R.; ALVES; E. O futuro da pesquisa agropecuária. Rev. de Política Agrícola. Brasília, v. 4, n. 3, pp. 3-4, 2005.
ROSENBERG, N. Perspectives on technology. Cambridge, Cambridge University, 1976.
SALLES FILHO, S. L. M. A dinâmica tecnológica da agricultura: perspectivas da biotecnologia. 1993. 246 f. Tese (Doutorado) - Curso de Economia - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1993.
SALLES FILHO, S.; BIN, A. Reflexões sobre os rumos da pesquisa agrícola. In: BUAINAIN, A. M.; ALVES, E.; SILVEIRA, J. M. (Orgs). O mundo rural no Brasil do século 21: a formação de um novo padrão agrário agrícola. Brasília, Embrapa, 2014.
SZMRECSÁNYI, T. Origens da liderança científica e tecnológica paulista no século XX. Campinas: Instituto de Geociências, DPCT/IG/Unicamp, 1996.
SZAPIRO, M.; MATOS, M. G. P. de; CASSIOLATO, J. E. “Sistemas de inovação e desenvolvimento”. In: RAPINI, M. S.; SILVA; L. A.; ALBUQUERQUE, E. M. (orgs). Economia da ciência, tecnologia e inovação: fundamentos teóricos e a economia global. Belo Horizonte, FACE – UFMG, 2021.
TEXEIRA, R. de A. Capacitação em melhoramento genético de plantas no Brasil: situação atual e perspectivas. 2008. 174 f. Dissertação (Mestrado em Política Científica e Tecnológica) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.
TIGRE, P. B. Gestão da inovação: a economia da tecnologia do Brasil. Rio de Janeiro, Elsevier, 2006.
TUNES, R. H. Geografia da Inovação. Território e inovação no Brasil no século XXI. 2015. 528 f. Tese (Doutorado) - Curso de Geografia. Universidade de São Paulo, 2015.
VIEIRA FILHO, J. E. R. “Embrapa: um caso de inovação institucional induzida”. In: VIEIRA FILHO, J. E. R.; Fishlow, A. (Orgs). Agricultura e indústria no Brasil: inovação e competitividade. Brasília, Ipea, 2017.
ZOCKUN, M. H. G. P. A expansão da soja no Brasil: alguns aspectos da produção. São Paulo, IPE/USP, 1978.
Downloads
Veröffentlicht
Zitationsvorschlag
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Copyright (c) 2024 Roberto César Costa Cunha, Carlos José Espíndola
Dieses Werk steht unter der Lizenz Creative Commons Namensnennung 4.0 International.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantêm os direitos autorais e concedem à REVISTA DE GEOGRAFIA da Universidade Federal de Pernambuco o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. CC BY - 
. Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
d) Os conteúdos da REVISTA DE GEOGRAFIA estão licenciados com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. CC BY - . Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
No caso de material com direitos autorais a ser reproduzido no manuscrito, a atribuição integral deve ser informada no texto; um documento comprobatório de autorização deve ser enviado para a Comissão Editorial como documento suplementar. É da responsabilidade dos autores, não da REVISTA DE GEOGRAFIA ou dos editores ou revisores, informar, no artigo, a autoria de textos, dados, figuras, imagens e/ou mapas publicados anteriormente em outro lugar.
