Análise da fragmentação da vegetação para a avaliação de potenciais corredores ecológicos na bacia hidrográfica urbana do Ribeirão Anicuns, Goiânia - GO
DOI :
https://doi.org/10.51359/2238-6211.2024.259578Mots-clés :
recursos florestais, mapeamento, sustentabilidade urbanaRésumé
Os corredores ecológicos são fundamentais para a conservação da biodiversidade e equilíbrio da paisagem. Sua presença em áreas urbanas contribui para a manutenção do meio físico e possibilita a conformidade com as diretrizes do desenvolvimento sustentável ODS 11, previstas na Agenda 2030 da ONU. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi o de realizar uma análise da fragmentação da vegetação para identificar potenciais corredores ecológicos na área da bacia hidrográfica do Ribeirão Anicuns, município de Goiânia, Goiás, Brasil. Os procedimentos metodológicos incluíram o processamento digital de imagem do satélite CBERS 4A - sensor WPM, a análise de métricas da paisagem e álgebra de mapas. As informações foram organizadas com o auxílio de um Sistema de Informação Geográficas (SIG) e de dados geoespaciais obtidos de bases públicas como da Prefeitura Municipal de Goiânia, IBGE e Defesa Civil. Os resultados indicaram alta fragmentação da vegetação, onde dos 6.504 fragmentos, 6.260 (96,25% do total) têm o tamanho menor que 1 hectare, representando polígonos muito pequenos. Entretanto, a bacia apresenta 7 grandes fragmentos de vegetação maiores que 40 hectares, polígonos estes, que representam áreas relevantes como núcleos de conexão com outros fragmentos menores, que podem configurar futuros corredores ecológicos.
Références
ACKERMANN, M.; SAMORA, P. R. Área de preservação permanente urbana e o manejo das águas: inovações, resiliência e adaptação aos eventos hidrológicos extremos. Labor & Eng, Campinas, v. 14, p. 1-10, 2020.
ADLER, F. R; TANNER, C. J. Ecossistemas Urbanos: princípios ecológicos para o ambiente construído. São Paulo: Oficina de Texto, 2015, 377p.
ALMEIDA, V. C. Análise do potencial de conectividade dos espaços verdes do município de Bragança por meio de corredores ecológicos urbanos. Dissertação (Mestrado em Gestão de Recursos Florestais), Escola Superior Agrária de Bragança, Instituto Politécnico de Bragança, Bragança, 2021, 50 f.
BISPO, A. L. S. da.; MATOS, M. R. B.; NUNES, J. E. de. Análise da fragmentação florestal da bacia hidrográfica do rio Catu, estado da Bahia-Brasil. Revista Equador (UFPI), Teresina, v. 11, n. 1, p. 1-18, 2022.
BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Proteção da Vegetação Nativa. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm. Acesso em: 16 jul. 2022.
BRITO, G. S. Alterações ambientais decorrentes da presença de depósitos tecnogênicos na bacia hidrográfica do Ribeirão Anicuns em Goiânia, GO. Dissertação (Mestrado em Geociências e Meio Ambiente) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2011, 140 f.
CABACINHA, C. D.; CASTRO, S. S. Relationships between floristic diversity and vegetation indices, forest structure and landscape metrics of fragments in Brazilian Cerrado. Forest Ecology and Managemen, v. 257, n.1, p. 2157-2165, 2009.
CABRAL, L. N.; CÂNDIDO, G. A. Urbanização, vulnerabilidade, resiliência: relações conceituais e compreensões de causa e efeito. Revista Brasileira de Gestão Urbana, Curitiba, v. 11, p. 1-13, 2019.
CAMARINHA, P. I. M.; FERREIRA, C. C.; FERREIRA, M. C.; SOARES, P. V.; SIMÕES, S. J.; TRANNIN, I. C. B. Proposta metodológica para a definição de corredor ecológico com base em modelagem cartográfica: a bacia do rio Paraíba do Sul, porção paulista. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, XV. Curitiba, 2021, Anais... Curitiba: INPE, 2021, p. 1989-1996.
CAMPOS, J. E. G.; RODRIGURES, A. P.; ALMEIDA, L.; MAGALHÃES, L. F.; MARANHÃO SÁ, M. A. Diagnóstico Hidrogeológico da Região de Goiânia. AGIM/GO. Superintendência de Geologia e Mineração da Secretaria da Indústria e Comércio, Goiânia-GO, 2003. 125p.
COUTO, P. Análise factorial aplicada a métricas da paisagem definidas em fragstats. Investigação Operacional, v.24, n.1, p.109-137, 2004.
COVILLE, R.; ENDRENY, T.; NOWAK, D. J. Modeling the impact of urban trees on hydrology. In: LEVIA, D.; CARLYLE-MOSES, D.; IIDA, S.; MICHALZIK, B.; NANKO, K.; TISCHER, A. Forest-Water Interactions. Switzerland: Springer, 2020, cap. 19, p. 459-487.
CUNHA, M. I. A.; MASSOL, E. V.; ALBERNAZ, N. S.; SANTOS, V. S. Métricas da paisagem e geotecnologias na avaliação da fragmentação da vegetação na microbacia da Casca, no estado de Mato Grosso. In: SIMPÓSIO DE GEOTECNOLOGIAS NO PANTANAL, Campo Grande, 2014, Anais... Campo Grande: Embrapa Informática Agropecuária/INPE, 2014, p. 610-621.
DE KIMPE, C. R.; MOREL, J. L. Urban soil management: a growing concem. Soil Science, v. 165, n. 1, p. 31-40, 2000.
DIAS, L S. O.; ROCHA, G. A.; BARROS, E. U. A.; MAIA, P. H. P. Utilização do radar interferométrico para delimitação automática de bacias hidrográficas. Bahia Análise & Dados, Salvador, v. 4, n. 2, p. 265-271, 2004.
DUPRAS, J.; MARULL, J.; PARCERISAS, L.; COLL, F.; GONZALEZ, A.; GIRARD, M.; TELLO, E. The impacts of urban sprawling on ecological patterns and processes in the Montreal Metropolitan Region (Quebec, Canada) between 1966 and 2010. Environmental Science & Policy, v. 58, p. 61-73, 2016.
FANG, C.; ZHOU, C.; GU, C.; CHEN, L.; LI, S. A proposal for the theoretical analysis of the interactive coupled effects between urbanization and the eco-environment in mega-urban agglomerations. J. Geogr. Sci, v. 27, n. 12, p. 1431-1449, 2017.
FERREIRA, A. B. H. Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa. Curitiba: Editora Positivo, 2010, 2222p.
FERRETTI, V.; POMARICO, S. An integrated approach for studying the land suitability for ecological corridors through spatial multicriteria evaluations. Environ Dev Sustain, v.15, n.1, p. 859-885, 2013.
GROSTEIN, M. D. Metrópoles e expansão urbana a persistência de processos “insustentáveis”. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 15, n.1, p. 13-19, 2001.
HONG, W.; GUO, R.; SU, M.; TANG, H.; CHEN, L.; HU, W. Sensitivity evaluation and land-use control of urban ecological corridors: a case study of Shenzhen, China. Land Use Policy, v. 62, p. 316-325, 2017.
HÜSE, B.; SZABÓ, S.; DEÁK, B.; TÓTHMÉRÉSZ, B. Mapping an ecological network of green habitat patches and their role in maintaining urban biodiversity in and around Debrecen city (Eastern Hungary). Land Use Policy, v. 57, p. 574-581, 2016.
INPE. Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais. Câmeras Imageadoras CBERS 04A. dez., 2019. Disponível em: http://www.cbers.inpe.br/sobre/cameras/cbers04a.php. Acesso em: 25 fev. 2022.
KABISCH, N.; QURESHI, S.; HAASE, D. Human environment interactions in urban green spaces: a systematic review of contemporary issues and prospects for future research. Environmental Impact Assessment Review, v. 50, p. 25-34, 2015.
KINNEY, P. L. Interactions of climate change, air pollution, and human health. Current Environmental Health Reports, v. 5, n. 1, p. 179-186, 2018.
KONDO, M. C.; FLUERH, J. M.; MCKEON, T.; BRANAS, C. C. Urban green space and its impact on human health. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 15, n. 3, p. 445, 2018.
KUMAR, S.; DHAR, H.; NAIR, V. V.; RENA, R. Environmental quality monitoring and impact assessment of solid waste dumpsites in high altitude sub-tropical regions. Journal of Environmental Management, v. 252, p. 109-681, 2019.
LANG, S.; BLASCHHE, T. Análise da Paisagem com SIG. São Paulo: Oficina de Textos, 2009, 424p.
LIU, Y.; YAO, C.; WANG, G.; BAO, S. An integrated sustainable development approach to modeling the eco-environmental effects from urbanization. Ecological Indicators, v. 11, n. 1, p.1599-1608, 2011.
LOCH, C.; REBOLLAR, P. B. M.; ROSENFELDT, Y. A. Z.; RAITZ, C. S.; MIRTZ, O. O. Definição de áreas para formação de corredores ecológicos através da integração de dados em um sistema de informação geográfica. Revista Brasileira de Cartografia, Uberlândia, v. 65, n. 3, p. 455-465, 2013.
LOUZADA, F. L. R. O.; SANTOS, A. R.; SILVA, A. G. Delimitação de Corredores Ecológicos no ArcGIS 9.3. Alegre: CAUFES, 2010. 50p.
MARULLI, J.; MALLARACH, J. M. A GIS methodology for assessing ecological connectivity: application to the Barcelona metropolitan area. Landscape and Urban Planning, v. 71, n. 2, p. 243-262, 2015.
MCGRANE, S. J. Impacts of urbanisation on hydrological and water quality dynamics, and urban water management: a review. Hydrological Sciences Journal, v. 61, n. 13, p. 2295-2311, 2016.
MEDEIROS, J. M. M. Parques lineares ao longo de corpos hídricos urbanos: conflitos e possibilidades; o caso da orla do lago Paranoá – DF. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2016, 368f.
MILLER, J. D.; HUTCHINS, M. The impacts of urbanisation and climate change on urban flooding and urban water quality: a review of the evidence concerning the United Kingdom. Journal of Hydrology: Regional Studies, v. 12, n. 1, p. 345-362, 2017.
MUBDG. Mapa Urbano Básico Digital de Goiânia. Companhia de Processamento de dados da Prefeitura Municipal de Goiânia. Versão 25, v. 23, arquivo digital.
MUCHAILH, M. C.; RODERJAN, C. V.; CAMPOS, J. B.; MACHADO, A. L. T.; CURCIO, G. R. Metodologia de planejamento de paisagens fragmentadas visando a formação de corredores ecológicos. Revista Floresta, Curitiba, v. 40, n. 1, p.147-162. 2010.
NASCIMENTO, M. R. Conectividade das áreas verdes na cidade de Lisboa para a fauna. Dissertação (Mestrado em Engenharia do Ambiente), Universidade Nova Lisboa, Lisboa, 2018, 82f.
NIMER, E. Climatologia do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1989. 421p.
NUNES, F. G. Modelagem hidrológica e técnicas de geoprocessamento na estimativa da impermeabilização do solo e escoamento superficial da bacia hidrográfica do Ribeirão Anicuns - Goiânia (GO). Ateliê Geográfico, Goiânia, v. 6, n. 2, p. 55-74, 2012.
OLIVEIRA, R. A.; SILVA, D. C. C.; SIMONETTI, V. C.; STROKA, E. A. B.; SABONARO, D. Z. Proposição de corredor ecológico entre duas unidades de conservação na região metropolitana de Sorocaba. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, v. 32, p. 61-71, 2016.
PENG, J.; ZHAO, H.; LIU, Y. Unban ecological corridors constructions: a review. Acta Ecologica Sinica, v. 37, n. 1, p. 23-30, 2017.
REGO, T. L.; BARROS, J. R. Alagamentos e inundações em Goiânia: uma análise a partir da imprensa local e dos registros da defesa civil. Revista Formação (online), São Paulo, v. 1, n. 21, p. 170-185, 2014.
RIBEIRO, T. G. Indicadores geoquímicos na avaliação da qualidade da ambiental da bacia hidrográfica do Ribeirão Anicuns em Goiânia, Goiás. Tese (Doutorado em Geociências Aplicadas) - Instituto de Geociências, Universidade de Brasília, Brasília, 2017, 160 f.
SANTOS, R. A.; PELUZIO, T. M. O.; SAITO, N. S. SPRING 5.1.2: passo a passo - aplicações práticas. Alegre: CAUFES, 2010, 153p.
SANTOS, K. R.; ROMÃO, P. A. Espacialização de inundações em Goiânia (GO), 2004-2007. Boletim Goiano de Geografia, Goiânia, v. 30, n. 2, p. 81-97. 2010.
SANTOS, F. A. A.; ROCHA, E. J. P.; SANTOS, J. S. Dinâmica da paisagem e seus impactos ambientais na Amazônia. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 12, n. 5, p. 1794-1815, 2019.
SOUZA, J. R. B.; NUNES, F. G.; SANTOS, A. M. Análise da configuração espacial das áreas verdes urbanas e dos corredores ecológicos no município de Goiânia - GO. Revista GeoNordeste, São Cristóvão, Ano XXXI, n. 1, p. 168-187, 2020.
STORY, M.; CONGALTON, R. G. Accuracy assessment: a user’s perspective. Photogrametric Engineering and Remote Sensing, v. 52, n. 3, p. 397-399, 1986.
TAKAHASHI, R. S.; CICERELLI, R. E.; ALMEIDA, T.; SANO, E. E.; CONTRERAS, F.; RAMOS, A. P. M. Implementação de corredores ecológicos no Distrito Federal e entorno baseado em critérios ponderados. Anuário do Instituto de Geociências, Rio de Janeiro, v. 44, n. 1, p. 1-11, 2021.
TENG, M.; ZHOU, Z.; WANG, P.; XIAO, W.; WU, C.; LORD, E. Geotechnology based modeling to optimize conservation of forest network in urban area. Environmental Management, v. 57, p. 601-619, 2016.
UNFPA. United Nations Population Fund. State of world population 2007: unleashing the potential of urban growth. New York: UNFPA, 2007, 108p.
VENTURIERI, A.; SANTOS, J. R. Técnicas de Classificação de Imagens para Análise de Cobertura Vegetal. 2005. Disponível em: http://mtcm12.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/iris@1912/2005/07.20.11.17/doc/INPE-6977.pdf. Acesso em: 22 dez. 2021.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
© Jaila Raiane Barbosa de Souza , Fabrizia Gioppo Nunes, Alex Mota dos Santos , João Vitor Roque Guerrero, Carlos Fabricio Assunção da Silva 2024

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantêm os direitos autorais e concedem à REVISTA DE GEOGRAFIA da Universidade Federal de Pernambuco o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. CC BY - . Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
d) Os conteúdos da REVISTA DE GEOGRAFIA estão licenciados com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. CC BY - . Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
No caso de material com direitos autorais a ser reproduzido no manuscrito, a atribuição integral deve ser informada no texto; um documento comprobatório de autorização deve ser enviado para a Comissão Editorial como documento suplementar. É da responsabilidade dos autores, não da REVISTA DE GEOGRAFIA ou dos editores ou revisores, informar, no artigo, a autoria de textos, dados, figuras, imagens e/ou mapas publicados anteriormente em outro lugar.