Povos indígenas em Dourados-MS: reflexões geográficas a partir de notícias de jornais
DOI :
https://doi.org/10.51359/2238-6211.2021.250580Mots-clés :
Povos indígenas, Guarani-kaiowá, Colonialidade.Résumé
A cidade de Dourados - Mato Grosso do Sul, e a região à qual ela pertence, são conhecidas como celeiros do agronegócio. Junto a essa imagem agroexportadora muito aclamada por alguns setores da sociedade, existe uma série de realidades que complexificam o que parece ser simples, uniforme e resolvido. O progresso capitalista se defronta com a existência de povos indígenas e seus modos distintos de existirem, e o resultado é um conjunto de relações, embates, contradições e distopias. Procuramos adentrar essa complexidade analisando três notícias de jornais digitais locais, relacionadas a situações envolvendo indígenas. A partir delas buscamos captar elementos que servissem como articuladores para reconhecimento do contexto geográfico. Nessa correlação de interesses e lutas travadas diariamente de formas múltiplas, de um lado há povos resistindo e de outro forças modernizadoras tentando os exterminar ou assimilar. A história de Dourados corre junto à história desses conflitos, por mais que as narrativas hegemônicas afirmem o contrário. As situações geográficas cotidianas nos mostram isso. As narrativas hegemônicas também tentam tirar dos indígenas a condição de sujeitos, e imprimi-los numa condição espacial passiva. Todavia, os povos indígenas mostram diariamente que existem ainda hoje porque conquistaram isso no decorrer do espaço e do tempo, com suas estratégias, negociações, erros e acertos.
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