Participação social na gestão de riscos de desastres: mapeamento participativo nas comunidades de Coqueiral (Recife, Brasil) e Vila 21-24 (Cidade Autônoma de Buenos Aires, Argentina)

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.51359/2238-6211.2024.264829

Mots-clés :

análise de riscos, comunidades periféricas, inundação, oficinas participativas

Résumé

Brasil e Argentina possuem vastas planícies onde, em decorrência de uma urbanização excludente, muitas moradias foram construídas nas proximidades de rios, ampliando cenários de vulnerabilidade social e a exposição em áreas de risco. A redução desses riscos demanda uma ampla participação social, com ênfase nas populações mais vulneráveis. Este estudo teve como objetivo engajar comunidades afetadas na análise e identificação do risco de inundação em dois bairros informais e socialmente vulneráveis: a Villa 21-24 (Cidade Autônoma de Buenos Aires) e Coqueiral (Recife). A setorização das áreas de risco permitiu quantificar os moradores expostos, enquanto oficinas participativas foram conduzidas para identificar problemas construtivos e ambientais, além de desejos e aspectos positivos. A comparação entre as cidades revelou problemas semelhantes, sobretudo na infraestrutura. Em todos os setores, foram apontados problemas construtivos, como a ausência de saneamento básico, além de desejos de melhorias. Aspectos positivos também foram destacados. A participação comunitária na gestão promove uma interação que reduz riscos e fortalece as populações na reivindicação de seus direitos, considerando que os mapeamentos participativos alcançam além dos limites territoriais das comunidades envolvidas.

Bibliographies de l'auteur

Fabrizio de Luiz Rosito Listo, Universidade Federal de Pernambuco

Docente do Departamento de Ciências Geográficas e do Programa de Pós-Graduação em Geografia, UFPE.

Keila Maria Bezerra de Lima Ferreira, Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais

Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia, UFPE. Coordenadora de Baixo Carbono e Resiliência no ICLEI América do Sul.

Samia Nascimento Sulaiman, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Coordenadora-geral da Coordenação de Articulação do Departamento de Mitigação e Prevenção de Riscos da Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades. Docente no Departamento de Práticas Educacionais e Currículo, Centro de Educação, UFRN.

Claudia Eleonor Natenzon, Universidade de Buenos Aires

Professora Emérita do Instituto de Geografia da UBA. Coordenadora do Diploma Superior em Conflitos Ambientais e Planejamento Participativo da FLACSO Argentina.

Références

ACSELRAD, H. (2013). Cartografia social, terra e território. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional - Coleção território, ambiente e conflitos sociais, n. 3, 318 p.

ACUMAR (2012). Sistema de indicadores. Publicación anual. Buenos Aires: Autoridad de Cuenca Matanza Riachuelo, 49p.

ALHEIROS, M.M. (1998). Risco de escorregamentos na Região Metropolitana do Recife. Tese (Doutorado)-Geologia Sedimentar, UFBA, Salvador-BA, 129p.

ALVALÁ, R.C.S., DE ASSIS DIAS, M.C., SAITO, S.M., STENNER, C., FRANCO, C., AMADEU, P., RIBEIRO, J., SOUZA DE MORAES SANTANA, R.A., NOBRE, C.A. (2019). Mapping characteristics of at-risk population to disasters in the context of Brazilian early warning system. International Journal of Disaster Risk Reduction, 41, 1-14.

ARAUZ, M., ARCA, G., BARCAT, B., CARABALLO, A., FERRARAZZO, A., GOWLAND, M., MANFREDI, C. (2002). Foro desarrollo sostenible de la cuenca Matanza-Riachuelo: Guía de trabajo. Buenos Aires: Fundación Ciudad, 48p.

BANCO MUNDIAL (2021). Relatório sobre Clima e Desenvolvimento do País. Washington, DC: Banco Mundial. Disponível em: https://www.worldbank.org. Acesso em: 30 out. 2024.

BARON, C.G., COLOMBIA, E. (2005). Barrios del mundo: histórias urbanas – la cartografía social…pistas para seguir. Primer Encuentro Internacional Barrios Del Mundo. Recuperado de: http://www.extension.unc.edu.ar/garciabaron_colombia.pdf. Acesso em 19-12-2022.

BISCHOFF, S. (2005). Sudestadas. In: BARROS, V. (Ed). El Cambio Climático en el Río de la Plata. Buenos Aires: CIMA, 53-67.

BRASIL (2007). Mapeamento de riscos em encostas e margem de rios. Brasília: Ministério das Cidades y Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, 176 p.

CANIL, K., MOURA, R., SULAIMAN, S., TORRES, P., NETTO, A., JACOBI, P. (2020). Vulnerabilities, risks and environmental justice in a Macro Metropolitan scale. Mercator, 20, 1-15.

CHAMBERS, R. (2006). Participatory Mapping and Geographic Information Systems: Whose Map? Who Is Empowered And Who Disempowered? Who Gains And Who Loses? EJISDC, 25, 1-11.

CPRM – SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL (2014). Carta de Suscetibilidade a movimentos Gravitacionais de Massa e Inundação: município de Jaboatão dos Guararapes-PE. Disponível em: https://rigeo.cprm.gov.br/handle/doc/17528. Acesso em 20/02/2024.

FREITAS, C.M., CARVALHO, M.L., XIMENES, E.F., ARRAES, E.F., GOMES, J.O. (2012). Vulnerabilidade socioambiental, redução de riscos de desastres e construção da resiliência: lições do terremoto no Haiti e das chuvas fortes na Região Serrana, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 17, 173-186.

GATTI, I.A. (2017). Las inundaciones y la Gestión de Riesgo en la ciudad de Buenos Aires. Análises de las medidas no estructurales ante inundaciones en las últimas décadas. Mauritius: Editorial Académica Española, 46p.

GLOBAL COMMISSION ON ADAPTATION (2019). Adapt Now: A Global Call for Leadership on Climate Resilience. Disponível em: https://www.gca.org. Acesso em 30/10/24.

INDEC (2010). Censo Nacional de Población, Hogares y Viviendas 2010. Buenos Aires: Instituto Nacional de Estadística y Censos de Argentina. Recuperado de https://www.indec.gob.ar/indec/web/Nivel4-CensoProvincia-3-10-02-004-2010. Acesso em 01/02/2023.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA/IBGE (2012). Censo Demográfico 2010: resultados gerais da amostra. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: https://www.ibge.gov.br. Acesso em 31/10/2024.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA/IBGE (2018). População em áreas de risco no Brasil. Coordenação de Geografia, 91, Rio de Janeiro.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA/IBGE (2023). Censo Demográfico 2022: resultados preliminares. Rio de Janeiro: IBGE, 2023. Disponível em: https://www.ibge.gov.br. Acesso em 31/10/24.

JOHNSON, B.G. (2015). Un abordaje interdisciplinario para rehabilitar las riberas de la cuenca Matanza-Riachuelo. Terra Mundus, 2 (1), 1-18.

LANA, J.C., de JESUS, D., ANTONELLI, T. (2021). Setorização de áreas de risco geológico. Brasília: CPRM, 46p.

LAVELL, A. (1988). Decision making and risk management. In: Conference on Furthering Cooperation in Science and Technology for Caribbean Development. Port of Spain, Trinidad, 23-25, September, p.1-22.

LISTO, F.L.R (2023). La perspectiva de las comunidades en el mapeo de áreas de riesgo de inundación. Punto sur, 241-266, 2023.

LOHIGORRY, P., RUIZ, J., VIDAL, L. (2022). Caracterización de eventos altamente precipitantes asociados al proceso de lluvia cálida en el Área Metropolitana de Buenos Aires. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.12160/2454. Acesso em 19/07/2023.

MERLINSKY, G., TOBIAS, M.A. (2015). Inundaciones en Buenos Aires. ¿Cómo analizar el componente institucional en la construcción social del riesgo? L'Ordinaire des Amériques, 218, 1-16.

MERLINSKY, G., TOBIAS, M.A. (2021). Conflictos por el agua en las cuencas de los rios Matanza-Riachuelo y Reconquista. Claves para pensar la justicia hídrica a escala metropolitana. Punto Sur, 5, 24-40.

MINETTI, J.L., VARGAS, W.M. (1998). Trends and jumps in the annual precipitacions in South America, south of the 15s. Atmósfera, 11, 205-221.

MOLION, L.C.B., BERNARDO, S.O. (2002). Uma Revisão da Dinâmica das Chuvas no Nordeste Brasileiro. Revista Brasileira de Meteorologia, 17, 1-10.

MOURA, L.S. de (2022). Modelagem computacional aplicada à revitalização de rios urbanos: estudo de caso em uma sub-bacia hidrográfica do rio Tejipió-Recife/PE. 133f. Dissertação (Mestrado em Engenhara Civil) – PPGEC/UFPE. Recife, Brasil.

NATENZON, C.E., FUNTOWICZ, S. (2003). Ciencia, gobierno y participación ciudadana. In: CEREZO, J.A.L. (Ed). La democratización de la ciencia y la tecnologia (pp. 51-76). San Sebastián: Colección Poliedro-Ciencia, tecnología, cultura y sociedad.

PAGANELLI, T. (1985). A Noção de Estado e de Tempo. Revista Orientação, 6, 21-38.

PEREYRA, F.X. (2002). Evolución geológica de la región. In: BORTHAGARAY, J.M. (Ed). El Río de la Plata como território. Buenos Aires: Infinito, 15-50.

PEREYRA, F.X. (2004). Geología urbana del área metropolitana bonaerense y su influencia en la problemática ambiental. Revista de la Asociación Geológica Argentina, 59 (3), 394-410.

PESSOA NETO, A.G., SILVA, S.R. da, LAFAYETTE, K.P.V., BARBOSA, I.M.B.R. (2024). Mapeamento das áreas suscetíveis a movimentos de massa na bacia hidrográfica do rio Tejipió, em Pernambuco. Revista Geotemas, 14, 1-22.

RECABARREN, F.I.O. (2020). Percepción del entorno y producción social del espacio. El caso de Villa 21-24 en la Ciudad de Buenos Aires. Maestría en Antropología Social y Política. Facultad Latino Americana de Ciencias Sociales (FLACSO). Sede Argentina. 149p.

RÍOS, D., CARUSO, S. (2021). Humedales, riesgo de desastres y cambio climático em la Región Metropolitana de Buenos Aires. Entre imaginarios geográficos, conflictos ambientales y políticas públicas. Punto Sur, 5, 41-63.

SAÑUDO, M.S.G. (2021). Acceso desigual al água. En hogares y espacios comunitários de la Villa 21-24, CABA. Ciudad de Buenos Aires: SUMANDO Argentina, 36p.

SILVA, P.O. da (2019). Modelagem hidrológica do rio Tejipió por ocasião de chuvas intensas levando em conta o efeito de marés. 2333f. Tese (Doutorado em Engenhara Civil) –PPGEC/UFPE. Recife, Brasil.

SULAIMAN, S.N., MOURA, R.B., NOGUEIRA, F.R. (2022). Da geotecnia para a gestão participativa: uma análise crítica de projetos de extensão universitária com foco na redução de risco de desastre. Revista Brasileira de Gestão Urbana, 14, 1-14.

UNDRR (2015). Sendai Framework for Disaster Risk Reduction 2015-2030. Genebra: Organização das Nações Unidas, 2015. Disponível em: https://www.unisdr.org/we/inform/publications/43291. Acesso em 31/10/24.

UNDRR (2021). Global Assessment Report on Disaster Risk Reduction 2021. Genebra: Organização das Nações Unidas, 2021. Disponível em: https://www.undrr.org/publication/global-assessment-report-disaster-risk-reduction-2021. Acesso em 31/10/24.

Publiée

2024-11-13

Comment citer

Listo, F. de L. R., Ferreira, K. M. B. de L., Sulaiman, S. N., & Natenzon, C. E. (2024). Participação social na gestão de riscos de desastres: mapeamento participativo nas comunidades de Coqueiral (Recife, Brasil) e Vila 21-24 (Cidade Autônoma de Buenos Aires, Argentina). Revista De Geografia, 41(4), 115–139. https://doi.org/10.51359/2238-6211.2024.264829