Sítio e posição geográfica do arraial de Belo Horizonte – MG: uma análise geográfica-histórica

Autores

  • Alessandro Borsagli PUC Minas
  • José Flávio Morais Castro Pontifícia Universidade Católica (PUC-Minas)

DOI:

https://doi.org/10.51359/2238-6211.2019.240655

Palavras-chave:

Belo Horizonte ; sítio ;posição geográfica.

Resumo

O arraial de Belo Horizonte foi escolhido para receber a nova capital do Estado de Minas Gerais após uma análise realizada a partir de condicionantes que possibilitaram a escolha da localidade mais apta a se construir uma cidade. O presente artigo procura analisar a escolha do sítio do arraial para sede administrativa do Estado e as condicionantes a partir da visão geográfica em relação ao sítio e a sua posição geográfica, assim como fatores importantes para a construção e desenvolvimento da cidade planejada. Os procedimentos metodológicos possibilitaram a reconstituição do tecido urbano do arraial de Belo Horizonte, sua localização e a posição geográfica das cinco localidades estudadas, assim como a análise das condicionantes estabelecidas pela Comissão para a escolha do sítio que receberia a nova capital de Minas Gerais. Os conceitos de sítio e posição geográfica permitiram a análise da localidade estudada, assim como dos fatores que possibilitaram a escolha do sítio do arraial, que se apresentou correta nas décadas seguintes, com o desenvolvimento urbano, econômico e social da cidade de Belo Horizonte.

Biografia do Autor

Alessandro Borsagli, PUC Minas

Graduado em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e Mestre em Geografia pelo Programa de Pós Graduação em Geografia - Tratamento da Informação Espacial (PPGG-TIE), da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Pesquisador atuante nas áreas relacionadas ao espaço urbano com ênfase em geografia urbana, geografia histórica e memória urbana. Autor dos livros "Rios Invisíveis da Metrópole Mineira", "Belo Horizonte em pedaços: fragmentos de uma cidade em eterna construção", "Turbulenta modernidade: o Art déco em Belo Horizonte 1930-1950", "Sob a sombra do Curral del Rey" e "Horizontes Fluviais". Autor do site Curral del Rey (www.curraldelrey.com), destinado ao resgate da memória urbana e a discussão sobre as mudanças ocorridas no espaço e na paisagem urbana de Belo Horizonte, desde a fundação do arraial do Curral del Rey no século XVIII, passando pela construção da nova capital no final do século XIX até os dias atuais, com ênfase na Geografia Histórica, no desenvolvimento urbano e requalificação do espaço.

José Flávio Morais Castro, Pontifícia Universidade Católica (PUC-Minas)

Possui graduação em Geografia no IGC/UFMG - licenciatura e bacharelado (1982-1987). Exerceu a função de Técnico Especializado de Nível Superior (TES) no Laboratório de Sensoriamento Remoto (LASER) do Instituto Oceanográfico/USP (1989-1995). Possui Mestrado em Geografia no Programa de Pós-Graduação em Geografia Física da FFLCH/USP (1990-1993). Foi professor do Curso de Geografia do IGCE/UNESP - Campus de Rio Claro/SP (1995-2004). Possui Doutorado em Geografia (Análise da Informação Espacial) no IGCE/UNESP - Campus de Rio Claro/SP (1996-2000). Atualmente, exerce a função de Professor adjunto IV do Programa de Pós-Graduação em Geografia - Tratamento da Informação Espacial da PUC Minas e do Curso de Geografia da PUC Minas (a partir de 2002). Entre 2010 e 2013 exerceu a função de Membro da Comissão de Avaliação da Pós-graduação na Área de Geografia da Capes. Em 2011, realizou estágio de pós-doutoramento na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) - Portugal. Em 2013, recebeu a comenda Ordem do Mérito Cartográfico, no grau de Oficial, da Sociedade Brasileira de Cartografia (SBC). Possui experiência na área de Cartografia, atua principalmente nos temas ligados às cartografias sistemática e temática, ao geoprocessamento e à Cartografia Histórica. 

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Publicado

18.09.2019

Como Citar

Borsagli, A., & Morais Castro, J. F. (2019). Sítio e posição geográfica do arraial de Belo Horizonte – MG: uma análise geográfica-histórica. Revista De Geografia, 36(2), 133–151. https://doi.org/10.51359/2238-6211.2019.240655

Edição

Seção

Artigo Científico